sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estreias da Semana


Carros Usados, Vendedores Pirados (The Goods: Live Hard, Sell Hard) — Vale tudo por uma venda.

Em Teu Nome — Qual o limite quando se briga por seus ideais?

O Escritor Fantasma (The Ghost Writer) — Ele sabia das dificuldades quando aceitou o trabalho. Ele não esperava os perigos.

X Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague (Deux de la vague) — A história do maior movimento do cinema francês.

Olhos Azuis — Ele percorreu uma longa distância apenas para reparar um erro.

Pânico na Neve (Frozen) — Ninguém sabe que você está lá em cima.

Sex and the City 2 — A vida traz novos desafios. O importante é vencê-los com elegância.


X O filme será avaliado depois da estreia.

O Escritor Fantasma




Sinopse: Um escritor fantasma é contratado para finalizar a auto-biografia do primeiro-ministro inglês. Ele assume o projeto mesmo sabendo que seu antecessor teve uma morte misteriosa.



Ficha Técnica
O Escritor Fantasma (The Ghost Writer)
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Robert Harris, Roman Polanski
Elenco: Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Kim Cattrall, Chris Noth
Duração: 128 minutos
País: França, Alemanha, Reino Unido


Suspense conspiratório
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Tanto pelos acontecimentos na tela, como pelos ocorridos nos bastidores, O Escritor Fantasma (The Ghost Writer) tem todos os ingredientes de um filme sobre conspiração. Durante a pós-produção, o diretor Roman Polanski foi preso e teve de tomar decisões artísticas de sua cela e, mais tarde com prisão domicilar, de sua casa. Quem quiser levar o conteúdo do filme ao extremo pode até achar que isso foi causado por pessoas importantes que não estariam interessadas no lançamento do filme.

O livro que originou o filme usa deliberadamente de fatos e características que remetem a autoridades reais. Tony Blair é a maior fonte inspiradora, mas não ache estranho se lembrar de ex-moradores da Casa Branca. Essa proximidade com a realidade aumenta a carga de emoção ao se assistir ao filme.

A sensação de total incerteza de onde depositar sua confiança é um dos melhores aspectos nessa produção. Exceto o protagonista, todos os outros personagens parecem passíveis de suspeitas. Exatamente por causa disso, quando é revelado quem é quem no final da fita, fica aquela sensação de "eu bem que desconfiava dessa pessoa". O cenário em que a maior parte da história se desenrola, uma ilha isolada em que todos estão sempre sob vigilância por questões de segurança, aumenta a paranoia do enredo.

Cinematograficamente, Polanki sabe como posicionar a câmera e como manter a levada constante de seu filme. Com ares de cinema europeu, O Escritor Fantasma oferece uma opção para quem acha o cinema estadunidense repetitivo.


Dudeshop:
• Livro O Fantasma, de Richar Harris (Ed. Record)

Sex and the City 2




Sinopse: Samantha recebe um convite para viajar os Emirados Árabes Unidos e ela exige que suas amigas possam ir com ela. Carrie, Miranda e Charlotte usam a viagem para se afastarem dos problemas que estão enfrentando em Nova York.



Ficha Técnica
Sex and the City 2
Roteiro e Direção: Michael Patrick King
Elenco: Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Kim Cattrall, Chris Noth
Duração: 146 minutos
País: EUA


Apostando nos acertos
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A obrigação de um filme de entretenimento é fornecer ao seu público o máximo possível do que se espera de cada gênero. Nesse sentido, filmes pornográficos têm o roteiro pensado para o maior número possível de cenas de sexo, filmes de ação contam um história com muitos encontros violentos, e Sex and the City 2 é totalmente pensado para que as personagens troquem de roupa sempre que possível. Essa é a razão pela qual a história de passe no Oriente Médio.

Mudando de locação, o filme consegue manter o glamour da série e ainda trazer algo de novo em si. As personagens ficam hospedadas em um hotel luxuosíssimo, com direito ao máximo da ostentação. O figurino, por ser o ponto de atração da produção, é cheio de roupas de grife que por vezes passam do limite do bom-gosto e podem ser vergonhosas.

Durante os anos em que os conflitos de Carrie foram produzidos para a televisão, o seriado conquistou muitos fãs. Entre eles, algumas celebridades assumem que não perdiam os episódios e algumas dessas estrelas fizeram questão de deixar claro que gostariam de participar do seriado. Por isso, um dos prêmios para os fãs não-famosos de Sex and the City é ver participações mais do que especiais no filme, como Penélope Cruz.

Nessa segunda adaptação para a telona, o humor continua ágil e com alguma ousadia quando as piadas são sobre sexo. O bom disso tudo é que, focando-se no lado fashion e na parte cômica, o roteiro deixou de lado aquele conflito "o Mr. Big não presta, mas eu quero dar pra ele, mesmo sabendo que vou me arrepender depois". O homens que se sentiam ofendidos por relembrarem de quantas Carries eles perderam para os Mr. Bigs do mundo real podem até assistir ao novo filme sem medo de reviver esses traumas.
 
 
Dudeshop:
• DVD Sex and the City – O Filme (PlayArte)
• Box Sex and the City – Coleção de Luxo (Paramount)
• Livro Sex and the City: O Sexo e a Cidade, de Candace Bushnell (Ed. Record)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Em Teu Nome





Sinopse: Boni é um estudante universitário que se junta a um grupo contrário à ditadura militar. Ele conhece Cecília e fica dividido entre o novo amor e a luta contra o regime totalitário



Ficha Técnica
Em Teu Nome
Roteiro e Direção: Paulo Nascimento
Elenco: Leonardo Machado, Fernanda Moro, Nelson Diniz, Cesar Troncoso
Duração: 100 minutos
País: Brasil


O retrato de uma época
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A ditadura militar é um dos temas mais explorados pelo cinema nacional. Por maior que seja a importância de relembrar essa triste fase de nossa História para que as monstruosidades não se repitam, os filmes precisam achar formas novas de explorar a questão para que não fiquem repetitivos e esquecíveis.

Nesse sentido, o gaúcho Em Teu Nome acerta duplamente. Além de mostrar que as garras da repressão iam além do eixo Rio-São Paulo, o roteiro traça um paralelo da situação brasileira com a de outros países latino-americanos na mesma época.

Uma figura importante para apresentar um retrato dos manifestantes políticos é Onório. Ele é o clássico “esquerdinha” (que é bem diferente do esquerdista), aquele sujeito que acha que ninguém pode ser feliz enquanto ainda estiver algo de errado no mundo. O triste é que esse tipo ainda existe em Centros Acadêmicos e Grêmios Estudantis, estragando conversas de bar...

O visual e o sonoro brigam nas sessões de Em Teu Nome. Enquanto a trilha acompanha bem as diferentes emoções dos diferentes momentos dramáticos, a direção de fotografia é muito estranha. Usando luzes claramente artificiais, algumas cenas parecem ter sido rodadas em um palco de teatro.

O roteiro parte de uma história real para contar todo um contexto, mas o texto poderia ser mais bem preparado. Algumas cenas são totalmente desnecessárias e outras tantas são curtíssimas, servindo apenas para apresentar uma pequena informação. Com algum cuidado, alguns fatos poderiam ser adaptados para serem aglutinados e conseguir mais agilidade para a obra.

Olhos Azuis





Sinopse: Marshall vem para o Brasil à procura da filha de Nonato. A viagem do ex-policial estadunidense é para tentar reparar um erro trágico que ele cometeu.



Ficha Técnica
Olhos Azuis
Direção: José Joffily
Roteiro: Melanie Dimantas, Paulo Halm
Elenco: David Rasche, Cristina Lago, Irandhir Santos
Duração: 111 minutos
País: Brasil


Regional-clichê
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

Analisando a filmografia de José Joffily (Achados e Perdidos), percebe-se que ele consegue constuir a emoção do público como poucos no cinema brasileiro. Em Olhos Azuis ele deixa de lado a sensualidade latente em seus trabalhos anteriores e investe em uma pegada mais social.

O filme narra a jornada de um homem em busca de redenção por seus pecados do passado. Se a construção não-linear do roteiro pode ser elogiada, algumas falhas primárias precisam ser apontadas. O primeiro problema está na personagem Bia. De todas as mulheres que Marshall poderia encontrar no carnaval de Recife, ele acha uma prostituta com um vocabulário da língua inglesa de deixar no chinelo qualquer profissional do sexo de Cuba (aquelas com diploma universitário).

Depois, enquanto partem em busca da menina, o casal para em uma daquelas pequenas propriedades rurais do agreste nordestino que se vê em reportagens de TV. Nesse local reside um velhinho que tem falas que parecem tiradas de um livro. Se Olhos Azuis fosse um filme poético, fantasioso ou onírico, as falas do sujeito funcionariam perfeitamente. No entanto, o filme opta pelo realismo e sabe-se que um homem que mora nesse tipo de locação tem um sotaque tão arrastado que pessoas de outros lugares do Brasil precisam de legendas para entender o que se está dizendo.

A boa notícia é que Joffily continua sendo um talentoso cineasta. Espera-se que ele escolha um roteiro com um pouco mais de pesquisa em seu próximo trabalho.


Carros Usados, Vendedores Pirados



Sinopse: Don Ready é  o chefe de uma trupe de vendedores de carros que tem uma missão: chegar em uma cidade, passar o fim de semana e salvar concessionárias da falência. E é isso que eles farão em uma pequena cidade da Califórnia. Mas depois de um incidente em uma venda anterior, essa nova empreitada fará Ready repensar seu estilo de vida.


Ficha Técnica
Carros Usados, Vendedores Pirados (The Goods: Live Hard, Sell Hard)
Direção: Neal Brennan
Roteiro: Andy Stock, Ricky Stempson
Elenco: David Koechner, James Brolin, Jeremy Piven, Jordana Spiro, Kathryn Hahn, Ving Rhames
Duração: 89 minutos
País: EUA



 por Flávia Yacubian

(Spoilerômetro: )

Will Ferrell é o produtor de Carros Usados, Vendedores Pirados (The Goods: Live Hard, Sell Hard) e, como todos sabem, Ferrell é bom em comédias escrachadas, histórias pseudodramatizadas sobre tipos esquecidos da sociedade e gritar. Não é de se estranhar que essa sua produção, na qual ele também faz uma ponta (absurda, diga-se de passagem), tenha tudo isso. Jeremy Piven (Entourage) é o protagonista: um vendedor de carros, fã de Bob Seger, sem raízes, sem família e sem responsabilidades, a não ser a cada fim de semana vender carros em uma nova cidade com suas técnicas infalíveis e sua equipe excêntrica, conhecidos como “mercenários”.

Depois de um acontecimento traumatizante em uma venda, Don “Goods” Ready não é mais o mesmo, e no fim de semana em que deve salvar a concessionária de Selleck (James Brolin), ele finalmente faz uma jornada de amadurecimento, ou quase.

É aí que entra a capacidade de Ferrell em pegar um assunto tão estranho, “vendedores de carros” no caso, e transformar em um filme de mais de uma hora! Ferrell acertou em casos como os patinadores de Escorregando para a Glória e se deu mal com os jogadores de basquete amadores de Semi-Pro. Dessa vez, fica em cima do muro.

O meu maior “pé atrás” era Piven na liderança do filme, mas o ator-problema se deu bem, não sem a ajuda de bons coadjuvantes, claro. Carros Usados, Vendedores Pirados acerta principalmente nos personagens secundários (com muitas participações especiais, como era de se esperar, mas poucos famosos), mas derrapa feio em piadas grosseiras que simplesmente não fazem rir. E qual o único motivo de uma piada do tipo além de fazer alguém rir?

Mas, apesar de alguns momentos decepcionantes, Carros Usados garante uma diversão despretensiosa e risadas sobre assuntos-tabu.

Dica: Quem gosta de ficar até  depois dos créditos vai ser levado a pensar que verá “erros de gravação”, mas no final é uma coisa bem... diferente, e pior, gruda na cabeça!


Top Bilheterias

Confira o ranking nacional de bilheterias:

1. Fúria de Titãs
2. Robin Hood
3. Homem de Ferro 2
4. Alice no País das Maravilhas
5. Quincas Berro D'Água X
6. Chico Xavier
7. Deu a Louca nos Bichos
8. A Hora do Pesadelo
9. O Preço da Traição
10. Tudo Pode Dar Certo

# Estreias
X O Cine Dude não foi convidado para avaliar esse filme.

Conforme o previsto, os deuses gregos ficam no topo, apesar de trazer um 3D muito meia-boca. Com isso, Alice perde muitas salas com ingressos mais caros e despenca para a quarta posição.

Na próxima semana, é possível que Sex and the City 2 consiga assumir a liderança com muito glamour.

sábado, 22 de maio de 2010

Agenda SP: Virada Cultural Paulista


A quarta edição da Virada Cultural Paulista acontece em dezenas de cidades do estado de São Paulo, das 18h de hoje até as 18h do dia 23/5. Entre as diversas opções de eventos, o Cine Dude separou os filmes que serão exibidos e que já avaliamos. Para mais informações, consulte o site oficial.



Tempos de Paz
Sala Jean Paul Sartre – Araraquara (20h)
Sala Glória Rocha – Jundiaí (20h)
Sala de Projeção e Clube de Cinema – Marília (20h)
Videoteca Lúcio Braun – Caraguatatuba (23h)
Cine São Carlos (14h)

Baby Love
Centro Cultural Matarazzo – Presidente Prudente
20h30

Cantoras do Rádio
Casa da Fronteira Azulejada – Santos (22h)
Sala de Projeção e Clube de Cinema – Marília (13h30)
Centro Cultural Matarazzo – Presidente Prudente (14h)


C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor
Cine Eldorado – São José do Rio Preto
22h

Bubble
Centro Cultural Matarazzo – Presidente Prudente
23h

Uma Noite no Museu
Museu Ferroviário Regional de Bauru
0h


Matadores de Vampiras Lésbicas
Sala Jean Paul Sartre – Araraquara (1h30)
Cine Eldorado – São José do Rio Preto (2h30)

Atividade Paranormal
Cinema Municipal Piracaia – Assis
2h

Garoto Cósmico
Videoteca Lúcio Braun – Caraguatatuba (10h)
Sala Glória Rocha – Jundiaí (11h)
Sala de Projeção e Clube de Cinema – Marília (11h)
Sala Jean Paul Sartre – Araraquara (11h30)
Sala de Projeção e Clube de Cinema – Marília (12h)
Cine Eldorado – São José do Rio Preto (14h)
Cineclube Cauim – Ribeirão Preto (14h30)


Up – Altas Aventuras
SESC Piracicaba
13h

Almoço em Agosto
SESC Araraquara
14h

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Apenas o Fim






Sinopse: A namorada de Antônio lhe informa que em uma hora ela irá fugir para longe dele. O casal usa esse tempo para conversar sobre o relacionamento que está para acabar.




Ficha Técnica
Apenas o Fim
Roteiro e Direção: Matheus Souza
Elenco: Gregório Duvivier, Erika Mader
Duração: 80 minutos
País: Brasil


“Slow dancing in a burning room”
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Alguns filmes funcionam como o retrato de uma geração e pode-se dizer que Apenas o Fim tem tal função para quem passou a adolescência na década de 90. O roteiro consegue a identificação com essa faixa etária pelas diversas referências à cultura pop que pazem parte do repertório do espectador. Cinema, música, seriados, videogames, quadrinhos. Todas as áreas têm ícones altamente representativos salpicados nos diálogos.

O grosso do filme é a gigantesca DR* e, por isso mesmo, o que mais se vê na tela é a conversa. Com praticamente todo o tempo com um casal em cena, Antes do Pôr do Sol e Antes do Amanhecer são boas bases de comparação – ainda mais por ter um momento bem claro para que o encontro entre os personagens termine.

Fitas com esse formato verborrágico podem muito facilmente ficarem enfadonhas. Para escapar da armadilha, Apenas o Fim tem alguns flashbacks em que se muda totalmente de assunto. Outro recurso explorado é a inserção de outros personagens que interrompem a conversa do casal. Essa segunda manobra é infeliz, uma vez que os novos personagens não são simpáticos (muito pelo contrário!) e ainda empatam a discussão entre os protagonistas. Nesses momentos dá uma vontade grande de pular a cena.

A falha dessas sequências ilustra bem como o filme pode ser avaliado pelo conjunto: momentos muito bons que nos convidam a refletir que são interrompidos por cenas inúteis. Mesmo assim, Apenas o Fim é uma obra que merece ser apreciada com carinhos, principalmente por espectadores de idade próxima a do casal na tela.

* DR = momento em que um casal Discute a Relação, normalmente acaba com o fim do namoro ou em um motel.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Robin Hood no cinema

 por Guilherme Kroll

A ideia arquetípica de um herói fora da lei que rouba dos ricos para dar aos pobres atrai a cultura popular desde tempos remotos. Há ocorrências de personagens desse gênero em diversas histórias, desde os quadrinhos, passando por personalidades reais, até em personagens da literatura, como em contos das Mil e Uma Noites. Mas nenhum se compara em sucesso midiático como Robin Hood, também conhecido como Robin de Loxley, o príncipe dos ladrões.
 

Supostamente teria vivido na Inglaterra no século XIII, Robin Hood teve diversas versões literárias até aparecer no cinema pela primeira vez em 1908, no clássico do cinema mudo Robin Hood and His Merry Men, dirigido por Percy Stow.

Outras duas versões apareceriam no cinema, em 1912 e em 1922, ambas intituladas Robin Hood e respectivamente com Robert Frazer e Douglas Fairbanks - em um dos seus papeis mais famosos – como protagonistas, antes do clássico As Aventuras de Robin Hood, de 1938.


As Aventuras de Robin Hood até hoje considerado por muitos o melhor filme sobre o personagem já feito. Foi indicado a diversos Oscars e foi o maior papel da carreira de Errol Flyn, que ficou iconicamente marcado como Robin Hood. Na época de seu lançamento foi um sucesso de crítica e de público, sendo a maior bilheteria da Warner Bros até então.

O sucesso foi tanto que Robin Hood só voltaria ao cinema em 1946, e como um coadjuvante no filme Bandit of Sherwood Forest que era focado em seu filho.


Os anos 50 viram uma profusão de histórias do príncipe dos ladrões no cinema, com inclusive sua primeira versão televisiva, lançada pela BBC em 1953 e estrelada por Patrick Troughton. Dois anos depois, foi lançada uma série que durou cinco temporadas com Richard Greene no papel principal. É dessa década também o clássico Ivanhoe, com Robert e Elizabeth Taylor, e que tem Robin de Locksley em sua trama.

A década seguinte traria experimentações para a figura de Robin Hood. Em 1964, o musica "Robin and the 7 Hoods", trazia um Frank Sinatra com “Robbo” em uma Chicago de 1930 repleta de gangsters. A década ainda traria a versão sombria A Challenge for Robin Hood, e a sci-fi Rocket Robin Hood (imagem abaixo), ambas de 67.


O destaque para os anos 70 fica por conta da versão animada da Disney, de 1973, com animais antropomórficos, a versão animada mais famosa da lenda. Nessa década também, Sean Connery e Audrey Hepburn fizeram Robin and Marian, que mostrava o casal no fim da vida.

É dessa década também que o Brasil viu o clássico Robin Hood, o Trapalhão da Floresta, com Renato “Didi” Aragão no papel de Zé Grilo, ajudante de Robin Hood. Didi só faria o papel do príncipe dos ladrões em 1990, no longa O Mistério de Robin Hood.


Algumas produções secundárias e aparições como coadjuvante marcaram a vida de Robin Hood nos anos 80, tudo para seu retorno triunfal na década seguinte, com duas séries animadas mostrando sua juventude: uma japonesa e outra norte-americana.

Em 1991 sairia o filme que foi considerado uma versão definitiva da lenda, estrelado por Kevin Costner, Alan Rickman e apresentando Morgan Freeman. Sean Connery faz uma pequena aparição como Ricardo Coração de Leão. No mesmo ano, saiu uma versão com Patrick Bergin e Uma Thurman, com outro enfoque, trazendo inimigos diferentes para Robin Hood.


Mel Brooks não podia deixar o personagem passar batido por suas famosas paródias, e aproveitou a deixa do filme de Kevin Costner para fazer o hilário Men in Tights, de 1993.
Esse parecia ser o fim da carreira de Robin Hood no cinema. Já bastante saturado, o personagem ficou renegado à pequenas aparições no mundo pop, como em desenhos ou seriados e há algumas produções menores. Só em 2010 que Ridley Scott pegou o personagem e novamente o levou a uma posição de respeito em Hollywood.

Leia a resenha do mais novo filme do prícipe dos ladrões clicando aqui.

Top Bilheterias

 Confira o ranking semanal das bilheterias:

1. Alice no País das Maravilhas
2. Robin Hood
3. Homem de Ferro 2
4. A Hora do Pesadelo
5. Chico Xavier
6. O Preço da Traição
7. Missão quase Impossível
8. Tudo Pode Dar Certo
9. Os Homens que não Amavam as Mulheres
10. Caçador de Recompensas

# estreias
# O filme não foi exibido para avaliação. Nunca um bom sinal.

Mais uma vez, Alice se deu bem por causa dos caros ingressos das salas 3D. Robin Hood levou mais pessoas aos cinemas, mas a ingressos mais baratos, e acabou ficando em segundo.

Na próxima semana, a folga de Alice acaba: Fúria de Titãs estreia e tira algumas salas 3D que antes estavam com a aventura gótica. Assim, teremos um novo líder na próxima lista.

Finalmente, esperamos que Antes que o Mundo acabe apareça no ranking quando estrear no eixo Rio-São Paulo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Agenda SP: Relembrando a Mostra

O Cine Olido (Av. São João, 473 – Centro) mostra filmes que fizeram sucesso na Mostra Internacional de Cinema. A curadoria é de Leon Cakoff e Renata de Almeida, que selecionaram títulos para sessões do dia 18 a 23/5, com ingressos a R$ 1,00. Todas as projeções têm suporte em 35 mm.


Programação

Vitus
dia 18, 15h
dia 21, 17h

Vocês, os Vivos
dia 18, 17h
dia 21, 15h
dia 23, 19h30

Tulpan
dia 19, 15h
dia 23, 17h



Deixa Ela Entrar
dia 19, 17h
dia 20, 15h
dia 22, 19h30

Import Export
Dia 19, 19h30



Os EUA X John Lennon
dia 20, 17h
dia 23, 15h

Horas de Verão
dia 20, 19h30
dia 22, 17h

Hanami – Cerejeiras em Flor
dia 21, 19h30
dia 22, 15h

domingo, 16 de maio de 2010

Fúria de Titãs



Sinopse: Perseu, ao ver seus pais adotivos morrerem em consequencia de um ataque de Hades, revolta-se contra os deuses. Na verdade ele é filho de Zeus e embarca numa aventura para destruir Kraken, um monstro libertado por Hades para destruir ou Argos ou sua princesa, Andromeda, se ela fosse lhe dada em sacrifício.


Ficha Técnica
Fúria de Titãs (Clash of Titans)
Direção: Louis Leterrier
Roteiro: Travis Beacham, Phil Hay
Elenco: Sam Worthington, Pete Postlethwaite, Mads Mikkelsen, Gemma Arterton, Alexa Davalos, Ralph Fiennes, Liam Neeson
Duração: 106 minutos
País: EUA, Reino Unido


 por Alvaro Domingues (Pai Nerd)

(Spoilerômetro: indicado no texto)

O filme é retirado da mitologia grega, explorando o mito de Perseu e sua luta contra a Medusa. Já na sinopse se percebe os problemas do filme. Em primeiro lugar, desde quando Kraken é da mitologia grega? Que eu saiba, ele é da mitologia nórdica... A razão para a escolha é que ele seria mais assustador que o monstro da lenda original, Cetus, um gigantesco peixe (cetus deu origem a palavra “cetáceo”, classe de animais da qual faz parte a baleia).

Outro problema está na escolha de Hades como vilão. Ele foi escolhido, porque simplesmente é o senhor do Inferno, fazendo ele se tornar muito próximo da figura de Satã, o príncipe das trevas da mitologia judaico-cristã. Isto o afasta da versão de 1981 (onde o vilão é Calibus, filho de Cassiopéia) e do mito grego, onde Hades é seu aliado, dando-lhe uma das armas fundamentais para seu sucesso (um capacete que o torna invisível). Aliás, é lamentável também tanto a ausência destas armas como da sua principal aliada, Atenas. O desprezo pela mitologia, como pelo filme orignal, é bem caracterizado quando Perseu na versão de 2010 encontra a coruja metálica (fundamental no filme de 1981) que é simplesmente jogada fora...

Pode-se argumentar que não precisamos ser fiéis ao mito para fazer um bom filme. Concordo. Se o resultado for bom. Neste sentido, um quase-acerto do filme foi trocar a motivação de Perseu – que no mito original e no filme de 1981 faz tudo simplesmente pelo espirito de aventura ou por sua paixão pelas mulheres (sua mãe, Atenas e Andrômeda). Na nova versão ele faz tudo em nome de uma revolta contra os deuses, de quem os homens estão fartos de serem manipulados (e estão igualmente revoltados, dispostos a lutar contra isso).

Por que um quase acerto? Porque Perseu a partir de um certo ponto passa a ser ajudado secretamente por Zeus, e, após ter concluído sua missão, aceita sua origem divina, numa clara tentativa de dar novamente uma conotação cristã à história, tangenciando a história de Perseu à de Cristo, de uma maneira muito artificial.

Outra presença espúria, se bem que bem vinda, pois humaniza um pouco o herói, é Io, uma mortal tornada imortal pelos caprichos dos deuses, que acompanha o grupo amenizando o cenário agressivo da jornada.

Como aspectos positivos, pode-se destacar a aventura em si e as lutas contra os monstros: Calibus (que na versão samba-do-crioulo-doido de 2010 é Acrisio, o esposo traído da mãe de Perseu), os escorpiões gigantes, a Medusa e o Kraken.

Referências

Ao filme original: a cena de abertura, onde se começa a contar a história pelo céu, o caixão onde Perseu e sua mãe foram jogados no mar, a caracterização da Medusa e a já citada coruja metálica.

À Guerra nas Estrelas: em um determinado momento, Perseu recebe uma espada que lembra muito uma espada de luz. Em outro momento, o grupo encontra seres que são um cruzamento do General Greivous com o Povo da Areia.

sábado, 15 de maio de 2010

Agenda SP: Virada Cultural


Show, exposições e diversos eventos culturais acontecem na cidade de São Paulo das 18h do dia 15/5 até às 18h do dia seguinte. Com tantas opções da Virada Cultural, o CineDude separou as sessões de cinema dos filmes que já foram avaliados por nossos colaboradores.

Não Estou Lá (18h, Cinemateca)

Os EUA X John Lennon (0h, Cine Olido)

Michael Jackson — This Is It (20h30, Cinemateca)

O Poder do Soul (22h45, Cinemateca)

Julie & Julia (2h, Belas Artes)

Tá Chovendo Hamburguer (2h, Belas Artes)

A Todo Volume (2h55, Cinemateca)

Deixa Ela Entrar (3h, Cine Olido)

Control (4h45, Cinemateca)

Import Export (6h, Cine Olido)

The Rolling Stones – Shine a Light (7h, Cinemateca)

[REC] (10h, CCSP)

Across the Universe (13h30, Cinemateca)

O Hospedeiro (14h, CCSP)

Horas de Verão (18h, Cine Olido)


Endereços:
Belas Artes: R. da Consolação, 2423 – Cerqueira César
CCSP: Av. Vergueiro, 1.000 – Paraíso
Cine Olido: Av. São João, 473 – Centro
Cinemateca: Lgo. Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estreias da Semana


X Antes que o Mundo Acabe — A forma de viver do jovem.

O Preço da Traição (Chloe) — se a pessoa que você ama está mentindo, até onde iria para descobrir a verdade?

Os Homens que não Amavam as Mulheres (Män Som Hatar Kvinnor) — Mesmo depois de décadas, um crime clama por solução.

X Mademoiselle Chambon — A atração acontece onde menos se espera.

Maré de Azar (Extract) — Uma comédia para todas as pessoas que batem ponto.

Robin Hood — Além da lenda e do mito, a história de um homem.


X Estreia apenas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
X  O filme será avaliado após sua estreia.

Maré de Azar






Sinopse: Um acidente de trabalho acontece na fábrica de Joel e a oportunista Cindy se aproveita dessa situação para se aproximar de Step. Ela quer convencê-lo a entrar com um processo e arrancar dinheiro da empresa.


Ficha Técnica
Maré de Azar (Extract)
Roteiro e Direção: Mike Judge
Elenco: Jason Bateman, Mila Kunis ,Kristen Wiig ,Ben Affleck, J.K. Simmons, Clifton Collins Jr.
Duração: 92 minutos
País: EUA


Comédia social
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O título Maré de Azar (Extract) resume muito bem o período da vida do protagonista. Sua falta de sorte é tão grande que chega a dar raiva. O sujeito está tentando vender sua empresa para conseguir tirar o pé do acelerador, mas um processo trabalhista retarda as negociações.

Esse é apenas o perrengue profissional de Joel. Em casa, ele não transa com sua esposa a meses, sempre com a desculpa do cansaço por parte dela. Quando sai para relaxar no bar, seu amigo o convence a usar drogas e no meio da viagem acaba tomando decisões que só o empurram mais para o fundo do poço!

Mesmo com tantos problemas, Maré de Azar é uma comédia com o humor baseado na força de seus personagens. Seja o gigolô tapado, o amigo drogado ou o sócio negligente; todos os personagens secundários têm alguma característica que pretende tirar risadas de quem está assistindo. Nesse sentido, vale lembrar que o roteirista e diretor é Mike Judge, criador da dupla Beavis e Butt-Head.

Se estiver procurando por qualquer outro tipo de piada, é melhor escolher outra comédia. Não há espaço para pastelão, diálogos com tiradas espertas ou humor ácido. Se os personagens não forem atraentes para o espectador, o filme não funciona.

No entanto, se essa pegada parece uma boa pedida, há um prêmio: Gene Simmons (vocalista do Kiss) faz uma pequena, porém marcante, participação.

Dudefato: Jason Bateman e J.K. Simmons já trabalharam juntos em Juno e Amor sem Escalas.

Robin Hood




Sinopse: Robin Longstride é um simples arqueiro que, para conseguir retornar para a Inglaterra, se faz passar por sir Robert Loxley. Mas ao assumir essa identidade acaba se envolvendo com questões políticas que podem colocar a Inglaterra numa guerra civil.


Ficha Técnica
Robin Hood
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Brian Helgeland
Elenco: Russell Crowe, Cate Blanchett, Max von Sydow, William Hurt, Mark Strong, Oscar Isaac
Duração: 140 minutos
País: EUA, Reino Unido



 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

Ridley Scott aparenta ser um estudioso de história. A fidelidade aos fatos históricos, bem como à suas batalhas épicas, formam uma marca de grande parte da sua filmografia. Por isso, quem for encarar seu Robin Hood pode esperar ver algo muito diferente do que já foi feito.

Entretanto, não há qualquer referência histórica que comprove a existência de um Robin Hood. Dessa maneira, Scott se fiou numa base histórica sólida nos acontecimentos da Inglaterra, sob o domínio déspota de João Sem Terra, que leva os barões ingleses a propor a Magna Carta, evento que seria o embrião da Monarquia Constitucional inglesa.

Scott coloca Robin Hood nos centros desses acontecimentos, e, a partir daí, torce a história com H maiúsculo em favor da sua história com h minúsculo.

O resultado é um filme bastante interessante, repleto de cenas de batalhas e com uma longa duração. A produção é impecável no que se refere ao figurino e ao retrato da Idade Média. Já o roteiro deixa um pouco a desejar. São muitos personagens e subtramas, deixando algumas um pouco jogadas na história, como os órfãos de Sherwood ou a do xerife de Nottingham.

O xerife Nottingham merece um comentário a parte. Quando o filme foi anunciado pela primeira vez, a história seria focada nele e Robin Hood seria retratado como um vilão. O filme inclusive se chamaria Nottingham. Ao longo da produção, o roteiro foi mudado tantas vezes que no final o resultado foi uma produção convencional, mostrando Robin Hood como o tradicional herói que rouba dos ricos para dar aos pobres.

Russel Crowe se dá bem no papel, fazendo o que sabe de melhor: brigando com tudo e todos. Entretanto, nem de longe é o Robin Hood mais interessante do cinema, papel que ficou melhor no clássico Errol Flyn ou mesmo em Sean Connery. Mas o prêmio de consolação é que Crowe é um príncipe dos ladrões muito melhor que Kevin Costner.

Cate Blanchet também não convence muito como Marion. Inclusive, o grande destaque feminino do filme fica para Léa Syldoux, como Isabelle de Angouleme. A beleza da atriz, na verdade, chama mais atenção do que sua interpretação, com não mais do que cinco falas ao longo do filme.

Somando tudo, Robin Hood de Ridley Scott, é um filme até que competente e bem-executado, mas não chega a ser uma obrigação para os amantes da sétima arte.


Antes que o Mundo Acabe



Sinopse: O pai de Daniel é um fotógrafo que vive na Tailândia. Depois de anos de afastamento, ele manda uma carta ao menino. Além desse contato inesperado, Daniel ainda tem de lidar com o fim de seu namoro e um roubo em sua escola.


Ficha Técnica
Antes que o Mundo Acabe
Direção: Ana Luiza Azevedo
Roteiro: Ana Luiza Azevedo, Paulo Halm, Giba Assis Brasil, Jorge Furtado
Elenco: Pedro Tergolina, Bianca Menti, Eduardo Cardoso, Eduardo Moreira
Duração: 104 minutos
País: Brasil


Reflexões de juventude
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

Um filme jovem e sincero, com um protagonista masculino lidando com as descobertas amorosas, conflitos familiares e amizades. Antes que o Mundo Acabe trata das mesmas questões que As Melhores Coisas do Mundo e, com o lançamento tão próximo um do outro, é difícil não falar de um sem pensar no outro. Com dois títulos tão bons lado a lado, sinto uma grande alegria como um espectador do cinema brasileiro.

Enquanto o trabalho de Laís Bodanzky é mais divertido e foca-se no  público jovem, que se vê nas situações impressas na tela; o filme gaúcho é mais poético, convidando o espectador mais maduro a pensar nos desafios de ser jovem.

Como tem sido uma constante na produção cinematográfica dos pampas, bons filmes tem atrelado em sua equipe o nome de Jorge Furtado. A participação dele no roteiro é marcante e seus fãs logo descobrem qual personagem é mais influenciado por sua forma de contar histórias.

Furtado foi o primeiro cineasta a contemplar um cinema jovem durante a Retomada dirigindo Houve Uma Vez Dois Verões (2002), também pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Sob os cuidados de Ana Luiza Azevedo, Antes que o Mundo Acabe é mais sensível e menos debochado.

Não é apenas no sotaque de seus atores que o filme é gaúcho. Tratando de temas universais e com situações que podem acontecer em qualquer cidade, a fita oferece aos espectadores de outros estados uma mistura de identificação próxima com uma viagem distante a outra terra – um dos objetivos mais bacanas do cinema.


Dudeshop:
• Livro Antes que o Mundo Acabe, de Marcelo Carneiro da Cunha (Ed. Projeto)


quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Preço da Traição





Sinopse: Catherine está desconfiada que seu marido a esteja traindo. Para testar a fidelidade dele, contrata uma prostituta que deve seduxi-lo. Assim começa um envolvente jogo sexual.


Ficha Técnica
O Preço da Traição (Chloe)
Direção: Atom Egoyan
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Julianne Moore, Liam Neeson, Amanda Seyfried
Duração: 96 minutos
País: EUA, Canadá, França


Segredos íntimos
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

Amanda Seyfried é uma das mais fortes candidatas a ser a nova queridinha de Hollywood. O posto, que já foi de Julia Roberts e Meg Ryam, traz vantagens e desvantagens. Se há diversas opções de roteiros para se escolher o próximo trabalho, corre-se o risco de ficar marcada como uma atriz perecível. Julia Roberts conseguiu se sair bem e hoje tem um Oscar na prateleira. Já Meg Ryan não tem mais idade para estrelar no gênero que lhe é familiar e só está no elenco de filmes medianos.

Depois de vários trabalhos seguidos interpretando boas moças, Amanda encara uma complexa personagem em O Preço da Traição (Chloe) e trava boas cenas com a talentosíssima Julianne Moore. E pensar que Seyfried teve de ser convencida pelo produtor Jason Reitman para embarcar na produção!

Trata-se de um filme que vai fundo no lado obscuro do ser humano, usando a sensualidade como acesso. O roteiro mostra todas as dúvidas, conflitos e inseguranças que costumam ser varridos para debaixo do tapete quando o assunto é a intimidade conjugal. Para isso, as cenas de sexo contam com um ousado bom gosto, como o diretor Atom Egoyan já havia demonstrado em Verdade Nua (2005).

Por ser remake de uma fita francesa (Nathalie X), as depravações sexuais são colocadas a mostra com grande naturalidade. Para quem gosta de ver os limites da sexualidade serem testado, o filme é um prato cheio.

A emoção é conseguida pela adrenalina do fruto proibido e pela enxurrada de sensações quando se faz parte de um jogo sexual – nem que seja como voyer. O Preço da Traição consegue um lugar ao lado de outros títulos que apostam em tal carga: Atração Fatal, Instinto Selvagem e Vanilla Sky.


Dudefato: Não é a primeira vez que Julianne Moore estrela um filme sobre traição. No mesmo assunto, a ruiva protagoniza Fim de Caso (1999).


Dudeshop:
• DVD Nathalie X, de Anne Fontaine (Europa Filmes)


Os Homens que não Amavam as Mulheres




Sinopse: A misteriosa hacker Lisbeth e o jornalista Mikael unem-se para desvendar um assassinato ocorrido há 40 anos, durante uma reunião da família Vanger. O clã é dono de um império industrial e a suspeita é de que o assassino seja parente da vítima.


Ficha Técnica
Os Homens que não Amavam as Mulheres (Män som hatar kvinnor)
Direção: Niels Arden Oplev
Roteiro: Nikolaj Arcel, Rasmus Heisterberg
Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Bertil Taube
Duração: 152 minutos
País: Suécia. Dinamarca, Alemanha, Noruega


O início de uma série madura
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Na última década o mercado editorial assistiu a um fenômeno que o fez repensar seus princípios mais básicos. Séries de livros dedicados inicialmente ao público juvenil fazem grande sucesso entre os leitores adultos e, com isso, as editoras investiram suas verbas para achar esses hits literários.

Por outro lado, um autor sueco mostrou ao mundo que ainda há espaço para livros de entretenimento para um público com mais de 20 anos: a série Millenium tem seus três volumes expostos nas prateleiras de livrarias ao redor do mundo.

Como aconteceu com Harry Potter, Crepúsculo e os livros de Dan Brown; adaptações cinematográficas são produzidas para capitalizar mais lucros. A diferença é que Os Homens que não Amavam as Mulheres (Män som hatar kvinnor) é sueco, embora um remake hollywoodiano já esteja planejado.

Por ser o começo de uma franquia, o filme precisa dedicar algum tempo para apresentar seus personagens. O problema é que Lisbeth é muito mais complexa do que Harry Potter, Bella Swan ou Robert Langdon jamais sonhariam em ser. Por isso, demora para que ela efetivamente participe da história.

Depois desse atraso inicial, Lisbeth conhece Mikael e a química entre os dois funciona para desenvolver o enredo. Mesmo assim, a duração de 2,5 horas do filme poderá ser percebida pela plateia.

O cenário do crime (casa isolada com família de elite cheia de segredos) parece saído de um dos romances de Agatha Christie e deverá ser suficiente para conquistar os fãs da autora inglesa. Quem já tem familiaridade com esse tipo de trama provavelmente conseguirá matar parte do mistério da história. Essa mescla de acertos e surpresas é muito positiva, uma vez que espectador desvenda parte do enigma e ainda é surpreendido.


Dudenet: Leia a resenha do livro que inspirou o roteiro clicando aqui.


Dudeshop:
• Livro Os Homens que não Amavam as Mulheres: Coleção Millenium – Volume 1, de Stieg Larsson (Ed. Companhia das Letras)
• Livro A Menina que Brincava com Fogo: Coleção Millenium – Volume 2, de Stieg Larsson (Ed. Companhia das Letras)
• Livro A Rainha do Castelo de Ar: Coleção Millenium – Volume 3, de Stieg Larsson (Ed. Companhia das Letras) 


Top Bilheterias



Confira o ranking nacional de bilheterias:


1. Alice no País das Maravilhas
2. Homem de Ferro 2
3. A Hora do Pesadelo
4. Chico Xavier
5. Missão quase Impossível X
6. Caçador de Recompensas
7. Tudo Pode Dar Certo
8. Querido John
9. Uma Noite Fora de Série
10 Como Treinar o Seu Dragão


# estreias
X O filme não foi exibido para avaliação. Nunca um bom sinal.


Conforme previsto, Freddy Krueger foi a estreia mais rentável da semana, fazendo menos de um quinto da renda de seus maiores concorrentes. Entrando em apenas duas praças, O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus não conseguiu figurar entre os títulos do ranking.

No topo da lista, a briga entre Alice e Tony Stark continua rendendo: o super herói levou mais público, mas a fantasia dark fica na liderança por causa dos caros ingressos de salas 3D. Tal cenário mudará quando Fúria de Titãs entrar em cartaz e roubar algumas salas 3D.

Na próxima semana, Robin Hood será o novo filme mais assistido e entra com força para assumir o primeiro lugar. Com mais um título de peso no circuito, a briga aumenta.

O Inferno de Henri-Georges Clouzot


Sinopse: Em 1964, o cineasta Henri-Georges Clouzot estava trabalhando no filme Inferno, que nunca chegou a ser concluído. O documentário conta a história e os experimentalismos dessa produção.


Ficha Técnica
O Inferno de Henri-Georges Clouzot (L'enfer d'Henri-Georges Clouzot)
Direção: Serge Bromberg, Ruxandra Medrea
Roteiro: Serge Bromberg
Elenco: Romy Schneider, Bérénice Bejo, Serge Reggiani, Jacques Gambli
Duração: 102 minutos
País: França


Como não fazer cinema
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Desde 1964 que o filme O Inferno causa fascinação entre os cinéfilos por causa da aura de mistério e maldição ao redor dessa fita. Em 1994, os ânimos puderam ser um pouco apaziguados quando Claude Chabrol (Uma Garota Dividida em Dois) filmou o roteiro que tinha comprado da viúva de Henry Clouzot. No entanto, a visão única do criador só pôde ser contemplada em 2005, quando da Sra. Clouzot divulgou os nagativos das filmagens originais.

De posse desse valioso material e outros estudos em papel feitos por Clouzot, o documentário O Inferno de Henri-Georges Clouzot (L'enfer d'Henri-Georges Clouzot) cumpre duas nobres missões. Primeiramente, cenas do filme são remontadas usando cenas captadas em 1964 e juntadas com gravações de dois atores contemporâneos lendo o roteiro original. Assim tem-se uma noção do que se perdeu.

O segundo feito do documentário está em mostrar como aconteceu a concepção e quase-execução desse audacioso projeto. É possível apenas imaginar quão ousado seria O Inferno com as experimentações artísticas, os testes de cor e todas as outras provas da fertilidade mental que Clouzot investiu nessa obra.

Alguns fatores colaboraram para que o filme nunca fosse finalizado, mas é perceptível pelos relatos atuais de pessoas envolvidas com as filmagens que os principais obstáculos eram justamente as intermináveis novas ideias do diretor e sua personalidade complicada.

Nesse ponto é que O Inferno de Henri-Georges Clouzot torna-se uma grande aula de cinema. O cineasta é um sujeito que está a todo momento na corda bamba entre a inspiração artística e os compromissos profissionais e Clouzot não foi eficaz em perceber como responder aos dois lados de sua profissão. Espera-se que alguns aspirantes a diretor de cinema assistam a esse filme e reavaliem suas posturas.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Estreias da Semana

X Aproximação (Disengagement) — Você nunca consegue fugir do seu passado.

A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street) — Ele sabe onde você dorme.

X O Inferno de Henri-Georges Clouzot (L'efer d'Henri-Georges Clouzot) — A história de um filme inacabado.

X Missão quase impossível (The Spy Next Door) — Ser espião é fácil. Difícil é ser babá.

X As Melhores Coisas do Mundo — Ser jovem é complicado.

X O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (The Imaginarium of Dr. Parnassus) — Entre nesse mundo mágico.

Querido John (Dear John) — O amor nos transforma de maneiras inimagináveis.

X Polícia, Adjetivo (Politist, Adjectiv) — O trabalho de policial não é tão bonito quanto nos filmes.

Segurança Nacional — S.O.S. Brasil.

Viajo porque Preciso, Volto porque Te Amo
— O que nos leva adiante?


X Reestreia no Rio de Janeiro.
X O filme será avaliado depois de sua estreia.
X O filme não foi exibido para avaliação. Nunca um bom sinal.
X Reestreia em Recife.
X Estreia apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A Hora do Pesadelo






Sinopse: Alunos de uma mesma escola estão morrendo de forma sangrenta durante o sono. Todos eles têm pesadelos com um homem de rosto queimado.



Ficha Técnica
A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street)
Direção: Samuel Bayer
Roteiro: Wesley Strick, Eric Heisserer
Elenco: Jackie Earle Haley, Kyle Gallner, Rooney Mara, Katie Cassidy, Thomas Dekker
Duração: 95 minutos
País: EUA


Recontando um clássico
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: último parágrafo)

Há mais de 25 anos, o cineasta Wes Craven (Pânico) levou às telas uma figura macabra que tiraria o sono de muitas pessoas. Atualmente, Freddy Krueger é praticamente um sinônimo para filmes de terror e aparece em qualquer lista dos mais marcantes vilões do cinema.

Para recontar a história desse assassino para a nova geração, a empresa Platinum Dunes (de Michael Bay) realizou o remake de A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street). A produtora tem o péssimo hábito de estragar títulos clássicos de terror, realizando versões apáticas de filmes do passado. A boa notícia para os amantes de gênero é que dessa vez a sina que vitimou A Morte Pede Carona foi burlada.

A nova fita não tem o mesmo nível de qualidade de sua antecessora, mas também não decepciona. Enquanto Wes Craven conseguia incutir verdadeiro medo em sua plateia, o novo filme foca-se em assustar o público. Pulos nas poltronas podem ser esperados, mas depois de terminada a sessão a maioria dos espectadores terá um sono tranquilo.

O roteiro respeita a cronologia original da franquia e mostra-se bem atual. Na década de 80, Freddy Krueger já era um pedófilo, mas os tristes acontecimentos que lemos nos jornais quase que diariamente não deixam o filme ficar datado.

Segurança Nacional





Sinopse: O agente da ABIN Marcos Rocha tem de evitar que o mega traficante Gasca consiga realizar um ataque terrorista em solo brasileiro.


Ficha Técnica
Segurança Nacional
Direção: Roberto Carminati
Roteiro: Daniel Ortiz
Elenco: Thiago Lacerda, Ângela Vieira, Milton Gonçalves, Joaquín Cosio
Duração: 120 minutos
País: Brasil


Tentando um novo gênero
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Quando há uma cena de tiroteio em um filme brasileiro é quase certo que está se explorando a mazela social da violência urbana – o cenário de tal cena geralmente é uma favela ou um presídio. Trazendo novos ares para uma cinematografia de temas viciados, Segurança Nacional é o primeiro thriller de ação puro que podemos ver no país.

O roteiro é corajoso, com direito a ataque terrorista nuclear. Infelizmente a dramaturgia tem rombos em sua estrutura com alguns diálogos fracos e acontecimentos desconexos.No entanto, Thiago Lacerda (Viver a Vida) convence como herói nas cenas de luta e tiroteio, enquanto Milton Gonçalves (Força-Tarefa) é uma ótima opção para viver o Presidente da República.

Se elogios podem ser deferidos para o elenco, o mesmo não se pode dizer da trilha musical. A quase desconhecida cantora Marina Elali não tem uma produção musical que combine com o gênero. Suas baladas brega-românticas são usadas nas cenas de amor do protagonista com sua namorada e Marina até faz uma ponta cantando o Hino Nacional, mas destoa em um filme másculo.

Pelas pavorosas cenas de perseguições e acidentes automobilísticos que são exibidas nas telenovelas, sabemos que temos um longo caminho até conseguirmos fazer sequências de ação realmente convincentes. Mesmo assim, os enquadramentos escolhidos pelo diretor Roberto Carminati foram infelizes. Em alguns momentos só é possível especular o que está acontecendo. A edição repicada não dá conta de distrair o espectador o suficiente para que tais deslizes não incomodem.

Segurança Nacional é uma tentativa de trazer um novo gênero para o cinema brasileiro. Vale pela tentativa, mas precisamos de muito mais qualidade para considerar dominado esse novo terreno.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Querido John




Sinopse: Durante suas férias escolares de 2001, Savannah conhece John, um soldado do Exército. Em duas semanas o casal já está enamorado. Depois do 11 de setembro, John precisa ficar muito tempo afastado e a correspondência entre os dois acontece por cartas.


Ficha Técnica

Querido John (Dear John)
Direção: Lasse Hallström
Roteiro: Jamie Linden
Elenco: Channing Tatum, Amanda Seyfried, Richard Jenkins, Henry Thomas
Duração: 105 minutos
País: EUA


Romantismo açucarado
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Hoje em dia, com e-mail, redes sociais, SMSs e todos os outros meios; a comunicação entre duas pessoas é muito facilitada. Mesmo assim, nada tira o romantismo de uma carta escrita a mão pela pessoa amada. Contando com a força da palavra escrita, Querido John (Dear John) pretende tocar os corações de seus espectadores.

A fórmula é a mesma que o escritor Nicholas Sparks usou no livro que gerou Diário de uma Paixão (2004): romantismo extremo e totalmente voltado para o público feminino. Nessa nova adaptação cinematográfica da obra do autor, os mesmo elementos podem ser encontrados. Uma protagonista certinha que se apaixona por um homem bem diferente das pessoas com quem está acostumada a conviver. Vencer as barreiras do amor são a força-motriz das duas histórias.

Portanto, queridas leitoras, se quiserem ir acompanhadas ver Querido John, leve suas amigas, mas nunca o seu namorado. Se quiser um ombro masculino para derramar as lágrimas que o filme arrancará de seus olhos, convide aquele seu amigo gay bem afeminado e não arrume um programa de índio para seu amado.

Para se ter uma ideia de como a fórmula emocionará os corações femininos ao mesmo tempo em que ofende a masculinidade dos rapazes, vamos descrever uma cena. O casal de protagonistas estão sozinhos em uma casa em construção (que a moça está ajudando a construir para entregar aos pobres, já que ela é a Srta. Perfeita). Em meio a uma conversa íntima, começa a chover e o casal tem seu primeiro beijo. Nesse momento, as garotas geralmente falam: “Que fofo!”, enquanto os homens pensam: “Pelo amor de Deus! Me tira daqui agora!”.


Dudeshop:
• Livro Querido John: O que Você Faria com uma Carta que Mudasse Tudo?, de Nicholas Sparks (Ed. Novo Conveito)


quarta-feira, 5 de maio de 2010

Agenda SP: A Luta Continua

Pela segunda vez as Bibliotecas Públicas Roberto Santos (R. Cisplatina, 505 – Ipiranga) e Viriato Corrêa (R. Sena Madureira, 298 – Vila Mariana) organizam a mostra A Luta Continua. Vários filmes serão exibidos do dia 7 até o dia 30 de maio, em sessões gratuitas.


Programação


La Hora de los Hornos: Notas e Testemunhos do Neocolonialismo, Violência e Liberação – Parte 1 – Neocolonialismo e Violência
BP Viriato Corrêa (Dia 7, 16h)
BP Roberto Santos (Dia 9, 16h)

La Hora de los Hornos: Notas e Testemunhos do Neocolonialismo, Violência e Liberação – Parte 2 – Ato para Liberação
BP Viriato Corrêa (Dia 7, 18h)
BP Roberto Santos (Dia 9, 18h)

Kes
BP Roberto Santos (Dia 8, 16h)

A Promessa
BP Viriato Corrêa (Dia 8, 18h. Dia 14, 16h)

Rosetta
BP Viriato Corrêa (Dias 9 e 14, 18h)

Meu Doce Dezesseis
BP Roberto Santos (Dia 15, 16h)

Terra e Liberdade
BP Roberto Santos (Dia 16, 16h)

Eles não Usam Black Tie
BP Roberto Santos (Dia 16, 18h)
BP Viriato Corrêa (Dia 28, 18h)

O Filho
BP Viriato Corrêa (Dia 21, 16h. Dia 23, 18h)

Terra Vermelha
BP Viriato Corrêa (Dia 21, 18h)
BP Roberto Santos (Dia 23, 16h)

Pão e Rosas
BP Roberto Santos (Dia 22, 16h)

A Criança
BP Viriato Corrêa (Dias 22 e 28, 16h)

Feios, Sujos e Malvados
BP Viriato Corrêa (Dia 22, 18h)
BP Roberto Santos (Dia 30, 16h)

Ventos da Liberdade
BP Roberto Santos (Dia 23, 18h)

Ladybird – Sombras de um Passado
BP Roberto Santos (Dia 29, 16h)

O Silêncio de Lorna
BP Viriato Corrêa (Dia 29, 16h. Dia 30, 18h)

24 City
BP Viriato Corrêa (Dia 29, 18h)
BP Roberto Santos (Dia 30, 18h)