Sinopse: Uma mãe solteira ucraniana segue para oeste para encontrar uma vida melhor. Um segurança desempregado da Áustria segue no sentido contrário, mas com o mesmo objetivo.
Ficha Técnica
Import/ExportDireção: Ulrich Seidl
Roteiro: Veronika Franz, Ulrich Seidl
Elenco: Ekateryna Rak, Paul Hofmann, Michael Thomas
Duração: 141 minutos
Cenas-limite
por Edu Fernandes
(Spoilerômetro: •)
Se for necessário resumir o filme Import/Export em apenas uma palavra, “cru” seria a melhor escolha. Essa obra é quase como um grito primal, cru doa a quem doer. Como se vê no cartaz, algumas cenas chegam a testar o limite da pornografia. Felizmente para os atores e para quem assiste, tortura não é um de seus temas.
Os próprios personagens retratam bem a crueza dessa produção austríaca. Olga é uma batalhadora mãe solteira e seus esforços para sobreviver são louváveis, mas Pauli é a prova final de que os pit-boys não são uma praga exclusivamente nacional.
As emoções são transmitidas por uma câmera nervosa e documental, carregada no ombro. Por causa das locações simplórias e do comportamento dos quadros, é possível perceber resquícios do movimento cinematográfico Dogma 95, migrando dos países nórdicos para o centro da Europa.
Usando postulados com mais de dez anos de idade, Import/Export mantém-se moderno em suas temática e narrativa. A fita segue a tendência contemporânea do cinema europeu de histórias vazias, onde fica difícil traçar uma trajetória dramática. Um prato cheio para quem gosta de obras do tipo, como O Silêncio de Lorna e Horas de Verão.
Quem não tem o costume de acompanhar o chamado circuito de arte, definitivamente não deve usar esse filme como porta de entrada. A fórmula de contar a história e a falta de carisma dos personagens buscam manter um grau de autenticidade, mas distancia dos recursos artificiais que se vê nas produções menos ousadas.
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