terça-feira, 29 de abril de 2008

O Sonho de Cassandra







Sinopse: Ian e Terry estão com sérios problemas financeiros e a única saída é pedir dinheiro para o tio Howard. O parente ricaço irá pedir que seus sobrinhos cometam um assassinato como forma de retribuir o favor.


Ficha Técnica 
O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream)
Roteiro e Direção: Woody Allen
Elenco: Ewan McGregor, Colin Farrell, Hayley Atwell, Tom Wilkinson
Duração: 108 minutos


Protagonista deslocado
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Com um título bem diferente, O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream) merece uma breve explicação. O nome do filme é o nome do barco que os dois irmãos compram logo no início do enredo. Pelo menos por parte do entendimento desse humilde crítico, não há muita relação do título com a trama em si. Na embarcação passam-se muito poucas cenas.

Comparando a nova fita com as últimas direções de Woody Allen – todas rodadas na Inglaterra –, é fácil de se perceber que O Sonho de Cassandra está muito mais próximo de Match Point do que da mesmice de Scoop. A diferença é que dessa vez o cineasta consegue se afastar ainda mais da comédia, gênero que o consagrou.

Outra diferença que será sentida pelos rapazes é a falta de Scarlett Johansson, mas ela estará de volta no ano que vez para trabalhar com Woody Allen em Vicky Cristina Barcelona. Dessa vez o elenco irá agradar muito mais aos corações femininos, com Ewan McGregor (Miss Potter) e Colin Ferrell (Pergunte ao Pó) defendendo os papéis principais do filme.

O desenvolvimento da angustiante situação vivida pelos personagens é vista através dos olhos de Ian, o irmão mais equilibrado. Com isso, o filme ganha sensualidade, graças ao envolvimento de Ian com a bela Angela. No entanto, o conjunto ganharia muito mais profundidade psicológica se o personagem principal fosse Terry. Acompanhar os sérios conflitos que se passam em sua cabeça poderia render uma experiência muito mais interessante.

O filme prova que Woody Allen ainda pode oferecer algo para os cinéfilos, mas muita empolgação não é justificada. Ele ainda não conseguiu igualar seu desempenho em Match Point.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Rolling Stones – Shine a Light





Sinopse: Show de The Rolling Stones em Nova York durante a turnê A Bigger Band, com direção de Martin Scorsese. Entre as músicas há imagens de arquivo contando um pouco da história do grupo.


Ficha Técnica
Rolling Stones – Shine a Light (Shine a Light)
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: -documentário-
Elenco: Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts, Ron Wood
Duração: 122 minutos


"It's [not] only rock'n'roll"
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Atualmente, a menos que se esteja na política do pão e circo da Praia de Copacabana, as pessoas têm de pagar quantias absurdas para ver um show de rock. No fim das contas a maioria – aqueles que não puderem ficar dias na fila – assiste ao show de longe, pelo telão e com grandes riscos de tomar chuva na cabeça. Tendo isso em mente, nada mais prático do que continuar a ver a apresentação no telão, só que pagando bem menos e sentado em uma poltrona, com direito a pipoca.

Eis a proposta de Rolling Stones – Shine a Light (Shine a Light): o primeiro show musical produzido para ser exibido em salas de cinema. Para atrair o maior número de pessoas para uma ideia nova, e para os produtores não ficarem no vermelho, um time de primeira linha foi reunido. No palco, uma das mais tradicionais bandas de rock; e por trás das câmeras, um respeitado diretor de Hollywood. Assim é formada a parceria entre os sexagenários The Rolling Stones e Martin Scorsese (Os Infiltrados).

Com novas propostas vêm novos questionamentos. Como tudo é novo nesse campo de show para cinema, ainda não se sabe como se portar: pode cantar junto? bater palma? ficar em pé? dançar? Todas são perguntas válidas que ainda serão respondidas, se a empreitada der certo. Será que não era legal exibir o show em casas de show tradicionais?

Deixando as dúvidas de lado, a produção é a reunião do mundo da música com o cinema. A ideia é reviver a experiência de assistir a apresentação ao vivo, por isso é válida a falta de legendas durante as músicas. Só nos breves momentos documentais e no começo do filme, quando alguns detalhes sobre o show estão sendo acertados, é que aparecem as legendas. A câmera em vários momentos fica no meio da platéia, sempre em posições de boa visibilidade.

Já em relação a parte musical em si, a banda experimenta passagens por outros gêneros musicais, com canções pop, blues e até country. O sempre impressionante preparo físico de Mick Jagger mantém a emoção em alta. E, uma surpresa final, para quem acha que Keith Richards não deu muito valor para sua participação em Piratas do Caribe, basta prestar atenção quando ele dá uma de vocalista.

Os fãs da banda farão filas para ver Shine a Light, mas o mais importante é que os acompanhantes que não estão tão familiarizados com as canções dos Stones e os curiosos de plantão também irão se divertir.