quinta-feira, 27 de maio de 2010

Olhos Azuis





Sinopse: Marshall vem para o Brasil à procura da filha de Nonato. A viagem do ex-policial estadunidense é para tentar reparar um erro trágico que ele cometeu.



Ficha Técnica
Olhos Azuis
Direção: José Joffily
Roteiro: Melanie Dimantas, Paulo Halm
Elenco: David Rasche, Cristina Lago, Irandhir Santos
Duração: 111 minutos
País: Brasil


Regional-clichê
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

Analisando a filmografia de José Joffily (Achados e Perdidos), percebe-se que ele consegue constuir a emoção do público como poucos no cinema brasileiro. Em Olhos Azuis ele deixa de lado a sensualidade latente em seus trabalhos anteriores e investe em uma pegada mais social.

O filme narra a jornada de um homem em busca de redenção por seus pecados do passado. Se a construção não-linear do roteiro pode ser elogiada, algumas falhas primárias precisam ser apontadas. O primeiro problema está na personagem Bia. De todas as mulheres que Marshall poderia encontrar no carnaval de Recife, ele acha uma prostituta com um vocabulário da língua inglesa de deixar no chinelo qualquer profissional do sexo de Cuba (aquelas com diploma universitário).

Depois, enquanto partem em busca da menina, o casal para em uma daquelas pequenas propriedades rurais do agreste nordestino que se vê em reportagens de TV. Nesse local reside um velhinho que tem falas que parecem tiradas de um livro. Se Olhos Azuis fosse um filme poético, fantasioso ou onírico, as falas do sujeito funcionariam perfeitamente. No entanto, o filme opta pelo realismo e sabe-se que um homem que mora nesse tipo de locação tem um sotaque tão arrastado que pessoas de outros lugares do Brasil precisam de legendas para entender o que se está dizendo.

A boa notícia é que Joffily continua sendo um talentoso cineasta. Espera-se que ele escolha um roteiro com um pouco mais de pesquisa em seu próximo trabalho.


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