sábado, 30 de outubro de 2010

Estreias da Semana


Atração Perigosa (The Town) — Bem-vindo a capital mundial do assalto a banco.

Federal — Eles caçam traficantes na capital do Brasil.

Garfield 3D - Um Super-Herói Animal (Garfield Pet Force 3D) — Gorducho e preguiçoso. O mundo depende dele!

As Múmias do Faraó (Les Aventures Extraordinaires d`Adèle Blanc-Sec) — Os mistérios do Egito e da pré-história para apenas uma escritora.

A Suprema Felicidade — Lembranças de uma vida de descobertas.

Atração Perigosa



Sinopse: Doug é um assaltante de bancos de Boston. Durante um dos assaltos, sua gangue pega Claire de refém. Depois ele aproxima-se dela para se certificar de que não corre riscos de ir para a prisão.


Ficha Técnica
Atração Perigosa (The Town)
Direção: Ben Affleck
Roteiro: Peter Craig, Ben Affleck, Aaron Stockard
Elenco: Ben Affleck, Rebecca Hall, Jon Hamm, Jeremy Renner, Blake Lively
Duração: 125 minutos
País: EUA


Inteligente e instigante
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O cinema hollywoodiano atual tem oferecido alguns títulos policiais de medianos para fracos atualmente. A cidade de Boston, com sua violência urbana, é o cenário de Os Infiltrados, uma das boas exceções dessa leva. A metrópole parece dar sorte para os filmes e também serve de locação para Atração Perigosa (The Town), dirigido e estrelado por Ben Affleck (Maré de Azar).

O galã é frequentemente criticado por suas atuações, que muitas vezes são bem canastronas. Em seu próprio filme ele não compromete, mas o grande feito do elenco está na performance de Jeremy Renner (Guerra ao Terror). Ele interpreta muito bem Jem, o esquentado amigo e companheiro de crime do protagonista. O sotaque de Boston foi uma das maiores preocupações e ajuda a criar a atmosfera, para quem curte filmes legendados.

Com um Oscar de roteiro em sua bagagem (Gênio Indomável), Atração Perigosa prova que na direção Affleck também tem talento. O filme avança com uma pegada correta e consegue que a plateia simpatize pelo ladrão sem que tenha de odiar os policiais, chefiados pelo personagem bem interpretado por Jon Hamm (O Dia em que a Terra Parou).

O roteiro sabe usar bem seus personagens e cria situações autênticas. O desfecho também merece elogios pela inteligência e o timing. Atração Perigosa termina em um ponto ideal para que se compreenda o destino daquelas pessoas, mas mantém algumas questões abertas para que o espectador as complete.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As Múmias do Faraó



Sinopse: No começo do século XX, Adèle é uma escritora de sucesso. Durante a pesquisa para seus livros, ela embarca em expedições a locais exóticos. Dessa vez ela vai ao Egito descobrir os conhecimentos científicos daquela civilização.


Ficha Técnica
As Múmias do Faraó (Les aventures extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec)
Roteiro e Direção: Luc Besson
Elenco: Louise Bourgoin, Mathieu Amalric, Gilles Lellouche, Jean-Paul Rouve
Duração: 107 minutos
País: França


Pulp à francesa
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O filme As Múmias do Faraó (Les aventures extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec) é a adaptação cinematográfica de uma das aventuras de Adèle Blanc-Sec, personagem principal de uma série de quadrinhos produzidos na década de 70. Em razão disso, é compreensível que se espere que sequências sejam produzidas, como acontece com Asterix há anos.

O título nacional não colabora para que os possíveis novos filmes fidelizem o público. Nesse assunto os franceses foram mais espertos: o nome original pode ser traduzido como “As Aventuras Extraordinárias de Adèle Blanc-Sec”. Basta colocar um “2” no final do título e tem-se uma continuação. O filme não deixa ganchos evidentes para uma carreira futura da personagem no cinema, mas o campo está preparado caso haja interesse de novas aventuras.

As histórias de Adèle tem todos os ingredientes do gênero chamado pulp. A história se passa no início do século XX e a protagonista vai a locais exóticos para viver aventuras que envolvem uma dose de misticismo. Se o leitor gosta de ver esse tipo de narrativa, com as franquias Indiana Jones e A Múmia como exemplos recentes, deve dar uma chance de se encantar com as peripécias da escritora francesa.

Adèle é uma mulher forte e determinada, o que cativa a plateia feminina. Já a beleza da atriz Louise Bourgoin (O Pequeno Nicolau) deve ser suficiente para agradar os marmanjos.

A direção de Luc Besson (O Quinto Elemento) garante que as cenas de ação sejam bacanas. O filme reúne então tudo o que o gênero pede: humor, magia e aventura.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Estreias da Semana


Atividade Paranormal 2 X (Paranormal Activity 2) — Eles não esperavam o que está por vir.

Homens em Fúria X (Stone) — Enquanto algumas pessoas contam mentiras, outras vivem mentiras.

Instinto de Vingança (Tell-Tale) — A verdade está a uma batida do coração.

Piranha — Tem alguma coisa na água.

O Solteirão (Solitary Man) — Ben ama sua família quase o mesmo tanto que ama a si mesmo.


X A distribuidora não exibiu o filme para imprensa. Nunca um bom sinal.
X Estreia apenas no Rio de Janeiro.

Instinto de Vingança



Sinopse: O pai solteiro Terry recebe um transplante de coração. Seu novo órgão faz com que ele tenha problemas relacionados com as misteriosas circunstâncias da morte de seu doador.


Ficha Técnica
Instinto de Vingança (Tell-Tale)
Direção: Michael Cuesta
Roteiro: Dave Callaham
Elenco: Josh Lucas, Lena Headey, Brian Cox, Beatrice Miller
Duração: 93 minutos
País: Reino Unido, EUA


Manobras de lançamento
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Depois de assistir a Instinto de Vingança (Tell-Tale) fiquei com uma dúvida na cabeça: por que esse título não foi lançado diretamente em DVD? Alguns filmes têm esse destino por não apresentarem um grau de qualidade suficiente para se promoverem na tela grande, ou não têm atores famosos em seu elenco para chamar a atenção do espectador. Pois bem, essa fita sofre dos dois problemas e mesmo assim chega ao circuito de cinema. Vai entender!

Para não dizer que o elenco é formado por totais desconhecidos, Lena Headey interpreta a médica que se envolve com o protagonista. Antes disso, a atriz inglesa tinha vivido a rainha em 300 – seu personagem aparecia em cerca de cinco cenas na adaptação da graphic novel. O nome mais expressivo entre os atores desse thriller é Brian Cox (Meu Monstro de Estimação), mas em um papel secundário.

Filmes excelntes sem grandes estrelas existem aos montes, mas não é o caso de Instinto de Vingança. O roteiro parte do princípio nada original de que um transplante de órgão cria um elo entre o doador e o transplantado – mesma premissa de O Olho do Mal e da telenovela De Corpo e Alma.

Depois, o enredo deixa pistas falsas ao acompanhar as investigações dos assassinatos cometidos por Terry. Tudo isso para que o público seja surpreendido no final, mas no filme não consegue escapar de clichês: muitos conseguirão decifrar o enigma antes do planejado. Além disso, tramas adicionais desnecessárias são inseridas para tentar somar dramaticidade.

Para não ficar para trás, o diretor Michael Cuesta (Dexter) carrega a mão em algumas cenas. Nos momentos em que fica evidente o elo entre Terry e o antigo dono do seu coração, a câmera trema, o som se esbalda nas batidas cardíacas e o exagero irrita.

Teoricamente Instinto de Vingança é inspirado no conto “O Coração Delator” de Edgar Allan Poe, mas acho que só falaram isso para ofender o autor e seus fãs.

O Solteirão



Sinopse: Ben é dono de uma rede de revenda de carros. Quando seu médico lhe dá um prognóstico preocupante e pede por novos exames, ele decide aproveitar a vida. Ben torna-se um homem desonesto nas finanças e no casamento.


Ficha Técnica
O Solteirão (Solitary Man)
Direção: Brian Koppelman, David Levien
Roteiro: Brian Koppelman
Elenco: Michael Douglas, Susan Sarandon, Danny DeVito, Mary-Louise Parker, Jenna Fischer, Imogen Poots, Jesse Eisenberg
Duração: 90 minutos
País: EUA


Ficção íntima
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

É comum dizer que a vida imita a arte ou vice-versa. No caso de O Solteirão (Solitary Man), as duas possibilidades se aplicam para o personagem defendido por Michael Douglas. Anos atrás, o ator tratou-se de seu vício em sexo e seu acordo pré-nupcial com Catherine Zeta-Jones prevê uma grande multo em caso de adultério. A arte imita a vida.

Depois de finalizadas as gravações desse longa, Douglas descobriu estar com câncer. Começou então uma luta por sua saúde. A vida imita a arte, apesar de Ben não enfrentar sua condição e usar essa dificuldade como o começo de uma filosofia de vida deturpada.

Esses fatos da vida real são provas da autenticidade do personagem. O Solteirão, apesar do título cômico que recebeu no Brasil, retrata a crise de meia-idade. Essa fase é mostrada com todos os problemas que lhe são típicos. Momentos cômicos até existem, mas trata-se essencialmente de um drama.

Um fato curioso é a repetição de papéis de Michael Douglas e Susan Sarandon neste filme e em Wall Street 2. Em ambas produções, ele vive um homem que não consegue manter seu estilo de vida por conta de suas contravenções do passado. Já Susan interpreta uma mulher que negocia imóveis, com resultados profissionais bem diferentes nos dois casos.

Homens em Fúria



Sinopse: Jack Mabry é um funcionário do departamento de liberação para condicionais prestes a se aposentar. Seu último caso é Gerald "Stone" Creeson, um ex-viciado que incendiou a casa dos seus próprios avós. Usando sua esposa Lucetta, Stone tenta manipular Jack.


Ficha Técnica
Homens em Fúria (Stone)
Direção: John Curran
Roteiro: Angus McLachlan
Elenco: Edward Norton, Milla Jovovich, Robert De Niro, Frances Conroy
Duração: 105 minutos
País: EUA


 por Daniel Kroll

(Spoilerômetro: •)

A primeira impressão que se tem sobre o filme é que ele trata da crise de meia idade do personagem principal, muito bem interpretado por Robert De Niro (As Duas Faces da Lei). Mas o roteiro não fica preso a isso, temos um jornada relacionada à fé. As mudanças pela qual os personagens passam durante o longa são profundas, mas sutis, dando a possibilidade de identificação com os personagens. Não digo que o roteiro é perfeito, mas é sim muito bem feito.

O som e a trilha musical são pontos importantes para a película, com quase nenhuma musica. Os efeitos sonoros são trabalhados com barulhos e sons ambientes, que casam perfeitamente com a edição. Isso tudo se mescla muito bem com a narrativa do filme, tornando-o bem compreensível e reflexivo.

O titulo brasileiro da produção foi uma escolha infeliz, podendo afastar o publico alvo, pois ele tira a força dos personagens femininos – as duas esposas são extremamente importantes – e também dá a idéia de que acontecerá tiroteios ou ataque de fúria monumentais, ao contrario do filme de ritmo lento (no bom sentido) e com mudanças sutis como o que eu vi.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Suprema Felicidade



Sinopse: O pai de Paulinho é um militar que sonha em voar jatos na Aeronáutica. Ele ouve o pai falar das aspirações desde sua infância na década de 40. O verdadeiro amigo de Paulo é seu avô, que o acompanha em sua juventude.


Ficha Técnica
A Suprema Felicidade
Direção: Arnaldo Jabor
Roteiro: Arnaldo Jabor, Ananda Rubinstein
Elenco: Jayme Matarazzo, João Miguel, Maria Luísa Mendonça, Maria Flor, Dan Stulbach, Marco Nanini, Elke Maravilha, Mariana Lima
Duração: 125 minutos
País: Brasil


Lembranças desconexas
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Depois de mais de vinte anos afastado do ofício, Anarldo Jabor volta a dirigir um longa-metragem. O estilo que pôde ser visto em filmes como Toda Nudez Será Castigada está presente em A Suprema Felicidade. Para uns pode ser anacrônico, para outros o filme ganhará ares vintage.

Se por um lado as assinaturas que Jabor estabeleceu no Cinema Novo está na tela, as décadas de ausência são percebidas no entusiasmo excessivo de um diretor estreante. Em seu filme-lembrança, Jabor parece querer dizer mais do que o roteiro suporta – exatamente como se vê quando um cineasta apresenta seu primeiro filme.

Com isso, o enredo perde o propósito e fica difícil até a simples tarefa de determinar qual personagem seguir: avô, pai ou neto. O filme parece um amontoado de cenas desconexas. Algumas são realmente boas, outras são infelizes, mas o conjunto não consegue transmitir sua mensagem. Em contrapartida, merece destaque a atuação de Marco Nanini (O Bem Amado), presenta na maioria das cenas positivas da fita.

Os bons momentos a serem apreciados em A Suprema Felicidade são possíveis pela competência da áera técnica. Já para encarar as cenas aleatórias, desconexas e infelizes; o espectador aventureiro deve estar preparado para uma dose de vergonha alheia na sessão do filme.       

Piranha



Sinopse: Um tremor abre uma caverna embaixo do Lago Vitória e libera um cardume de piranhas agressivas. A região está recebendo uma grande quantidade de estudantes de férias, o que traz mais potenciais vítimas para os peixes assassinos.


Ficha Técnica
Piranha
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Pete Goldfinger, Josh Stolberg
Elenco: Elisabeth Shue, Jerry O'Connell, Steven R. McQueen, Jessica Szohr
Duração: 88 minutos
País: EUA


Trash puro
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: ultimo parágrafo)

Um filme de terror em que o perigo está em peixes sanguinários, com Richard Dreyfuss no elenco. O leitor pode pensar que se trata de Tubarão (1975), mas na verdade é o remake do menos conhecido – e menos conceituado – Piranha (1978). A referência não é acidental, já que o ator até cantarola a mesma música que estava na cena do clássico dirigido por Spielberg. Dreyfuss resolveu usar a situação para o bem e doou seu cachê de US$ 50.000 para caridade.

Não é apenas em Tubarão que Piranha apoia-se para atrair fãs de outras franquias. Christopher Loyd interpreta um papel que é claramente baseado em Doc de De Volta para o Futuro (1985). Ele vive um especialista em peixes que aparece do nada para explicar a periculosidade das piranhas pré-históricas que causam o terror no Lago Vitória.


A nova versão do filme é lançada em 3D e a pirotecnia impera. Piranhas pulam na direção da tela e as cenas exploram os cenários subaquáticos para criar profundidade. Os efeitos visuais são toscos demais e assistir a essa produção em 2D será uma experiência muito mais risível do que assustadora.

O roteiro é praticamente uma lista interminável de fatores que só servem para piorar a situação dos personagens. As piranhas do filme são muitíssimo mais agressivas do que as que podem ser encontradas no Pantanal. Elas resolvem aparecer em um lago que costuma ficar apinhado de gente durante as férias de primavera. Adivinha quando o acidente geológico que liberta dos peixes dentuços acontece? Exatamente quando um monte de garotos malhados e moças siliconizadas de peito de fora mergulham no lago, formando uma verdadeira sopa humana.

Essa escalação tenebrosa de fatores segue até a última cena, que dá o gancho para a sequência, agendada para 2012.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Como Esquecer



Sinopse: Júlia é uma professora universitária de literatura que foi abandonada por Antônia, com quem tinha um relacionamento amoroso de anos. Mesmo que relute, ela contará com a ajuda de amigos para superar a separação.


Ficha Técnica
Como Esquecer
Direção: Malu De Martino
Roteiro: Sabina Anzuategui, José de Carvalho, Douglas Dwight, Daniel Guimarães, Luiza Leite, Silvia Lourenço
Elenco: Ana Paula Arósio, Murilo Rosa, Natália Lage, Arieta Corrêa, Bianca Comparato
Duração: 100 minutos
País: Brasil


Altos e baixos
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A proposta de Como Esquecer é mostrar os desafios que qualquer pessoa enfrenta depois de uma separação conjugal, especialmente quando o rompimento aconteceu por iniciativa da pessoa amado. O objetivo é alcançado, mas da mesma maneira que a superação amorosa traz momentos de alegria e tristeza mesclados, o filme sofre da mesma irregularidade. Mesmo assim, há de se ressaltar que o roteiro não se preocupa em levantar a bandeira de movimento dos direitos dos homossexuais. Para o filme, essa questão é dada como superada.

A protagonista é uma personagem complicada, que carece de carisma por sua forma dura de levar a vida. Apesar da atuação consistente de Ana Paula Arósio (O Coronel e o Lobisomem), fica difícil torcer por Júlia. A mesma sina acompanha quase todos personagens.

A exceção é Helena, a artista plástica vivida por Arieta Corrêa (Tudo Novo de Novo), que chega como uma esperança de dias melhores para a protagonista. Helena tem iniciativa e cria momentos muito bons quando flerta abertamente com Júlia.

A trilha musical é competente, mas não consegue evitar o marasmo que acompanha a maior parte de Como Esquecer. Outro ponto a ser elogiado são as cenas que se passam em Londres, como em um vídeo amador.

Quando o cinema retrata a superação amorosa, normalmente se usa uma montagem ágil ou elipses para acelerar o andamento. Sem poder explorar tais recursos, é como se todo o enredo se desenvolvesse naquele intervalo em que se leria na tela “um tempo depois...”.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Estreias da Semana


Dois Irmãos (Dos hermanos) — Amor e brigas na mesma medida.

Eu e Meu Guarda-Chuva — Baseado no livro de Branco Mello.

A Lenda dos Guardiões (Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole) — Ao buscar uma lenda, ele se tornará uma.

The Runaways – Garotas do Rock (The Runaways) — Estamos em 1975 e elas estão prestes a explodir.

Tropa de Elite 2 X — Agora o inimigo é outro.


X Texto do site CinePop

Dois Irmãos



Sinopse: Marcos e Susana são dois irmãos que, mesmo já na maturidade, vivem em meio a brigas. Susana entra em problemas financeiros com investimentos imobiliários e obriga Marcos a mudar-se para o Uruguai. Em sua nova casa, ele envolve-se com um grupo de teatro.


Ficha Técnica
Dois Irmãos (Dos hermanos)
Direção: Daniel Burman
Roteiro: Daniel Burman, Diego Dubcovsky
Elenco: Antonio Gasalla, Graciela Borges
Duração: 105 minutos
País: Argentina


Tudo em famíla
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro:)

Nos últimos dois filmes que dirigiu, Daniel Burman provou que as relações familiares são um campo vasto, em que muitos enredos cheios de coração podem ser explorados. Em As Leis de Família, o amor de um novo pai e a fofura de um menininho conquistaram a simpatia do público. Depois, em Ninho Vazio o cineasta abriu espaço para refletir o que resta a um casal depois que o trabalho de preparar a prole para a vida está concluído.

Depois de provar ser especialista no assunto, Daniel Burman discute o amor fraterno em Dois Imãos (Dos hermanos). No enredo, percebe-se que Marcos é o irmão bonzinho, que cuidou da mãe no leito de morte. Por outro lado, Susana tem atitudes mais egoístas e toma decisões importantes sem consultar seu irmão. Para esses papéis os atores mostram um trabalho elogiável.

Essas diferenças de personalidades, como é de se esperar, causam conflitos. A beleza do filme está em mostrar o amor entre irmãos, que antes de qualquer coisa requer muita aceitação dos defeitos do outro. Seguindo o estilo do diretor, todas essas nuances não são escancaradas, mas sugeridas pelos acontecimentos. Quem tem ligações estreitas em sua família certamente se emocionará com a história contada na tela.

A Lenda dos Guardiões



Sinopse: História baseada em série de livros que conta as aventuras de uma jovem coruja que acredita nas lendas de guerra e heroísmo que ouve desde criança.


Ficha Técnica
A Lenda dos Guardiões (The Legend of the Guardians: The Owls of Ga’hoole)
Direção: Zack Snyder
Roteiro: John Orloff, Emil Stern
Elenco: Jim Sturgess, Anthony LaPaglia, Helen Mirren, Hugo Weaving, Geoffrey Rush, Miriam Margolyes e Sam Neill.
Duração: 90 minutos
País: EUA, Austrália

 por Marcelo Rafael

(Spoilerômetro: )

A humanidade narra as façanhas de grandes homens e mulheres desde antes da invenção da escrita. Da Epopeia de Gilgamesh, na Mesopotâmia, passando pelos semideuses e herois gregos, até a Era Contemporânea, os homens cristalizam suas proezas em mitos. Muitos vão passando da categoria de meros mortais para lendas e ícones. Viriato, Ašoka, William Wallace, Joana D’Arc, Zumbi dos Palmares etc...

Mas, em tempos de ceticismo, informação rapidamente consumível e, principalmente, guerras constantes que expõem horror ao invés de forjar heróis, torna-se difícil a criação e perpetuação de novos arquétipos e alegorias. O mundo moderno consegue expor muito bem, ao alcance de todos o poder destrutivo que o ser humano pode ter em relação a si mesmo e ao meio ambiente. Fica difícil, então, transportar-se para uma realidade, como a do filme, onde lendas podem ser concretas. Mas os seres humanos continuam precisando delas. Ou melhor, as corujas, pois estamos tratando aqui de uma sociedade de corujas.

O sucesso da franquia Harry Potter tornou familiar ao público ideia de corujas na telona. Os produtores souberam aproveitar isso para trazer uma história contada quase que somente com essas aves. Impossível não lembrar de Edwiges, ao ver o vôo rasante do pai do protagonista, Soren (na voz de Jim Sturgess), logo nas primeiras cenas do filme. Assim como a história do bruxo britânico, A Lenda dos Guardiões (The Legend of the Guardians: The Owls of Ga’hoole) é um longa baseado em uma série livros infanto-juvenis da escritora estadunidense Kathryn Lasky, encerrada em 2008, no 15º volume.

Mas, atenção, este não é um filme para crianças. A crueza das batalhas e das brigas entre as aves pode chocar a molecada pequena ou dispersá-la.

Na história, Soren é uma jovem coruja entusiasmada com as lendas que seu pai conta sobre os tempos de guerra e as façanhas realizadas pelos Guardiões de Ga’Hoole na luta pela liberdade de todos os reinos das corujas. Seu cético irmão Kludd, zomba dos interesses de Soren, remetendo à clássica rivalidade fraterna perpetrada em parábolas como a de Caim e Abel, Rômulo e Remo, Baldur e Höðr.

Quando ambos são capturados pelo grupo de corujas denominadas “Puras”, Soren vai ter que encontrar dentro de si a coragem que as lendas antigas lhe passaram para poder escapar de sua prisão. Em sua jornada, descobre que a lenda dos Guardiões é real e a maneira como o roteiro de John Orloff e Emil Stern lida com a questão do heroísmo e do mito é muito boa. Mas, novamente, reforço: não é um filme para crianças pequenas. A idéia de que seres que se autodenominam “puros” possam ser malvados e às referências aí embutidas ao nazismo podem não fazer sentido para a ainda limitada mentalidade infantil.

A direção de Zack Snyder (de 300 e Watchmen), porém, gera tensão em um ritmo cadente, com bom uso de bullet times em cenas-chave, levando o expectador a querer saber onde tudo aquilo irá parar. Já a animação, do mesmo estúdio de Happy Feet, ao mesmo tempo que usa muito bem a fisionomia das corujas para produzir falas e expressões faciais, é muito bem feita e cria uma identificação com as emoções humanas.

A utilização de elementos da própria “cultura” das corujas (com exceção de alguns elementos fantasiosos importante para o enredo) e a trilha sonora pop com banda jovem do momento (escolhida a dedo, por sinal: Owl City (Cidade Coruja) com a música "To The Sky" (Para o Céu)) também são outros pontos positivos. E, prepare-se se você for assistir ao filme com filhos ou sobrinhos: irá ouvir muitas vezes a pergunta “Mas o que é moela?”.

O longa tem versões em 2D e 3D. Estes últimos são um grande problema para quem usa óculos: são garantia de passar duas horas usando dois pares de óculos e ajeitando-os para não caírem. Fora isso, está garantida a diversão da matinê.

Por fim, preste atenção na animação enquanto sobem os créditos, apresentada de uma forma criativa.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Terra Deu, Terra Come



Sinopse: Pedro de Alexina, 81 anos, comanda como mestre de cerimônias o funeral de João Batista. Documentário, memória e ficção se misturam para tecer uma história fantástica que retrata um canto do sertão mineiro.


Ficha Técnica
Terra Deu, Terra Come
Roteiro e Direção: Rodrigo Siqueira
Elenco: Pedro de Alexina
Duração: 88 minutos
País: Brasil


Riquezas nacionais
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A fama brasileira de ter memória curta parece encontrar remédio na nossa cinematografia. Grandes nomes das nossas artes encontram registro eterno em documentários. Em Terra Deu, Terra Come o objeto de estudo é a cultura do interior de Minas Gerais, que mistura elementos africanos à fé cristã.

O documentário acompanha um funeral e todas as etapas do ritual são apresentadas com riqueza de significados e misticismos. O evento é apenas um pretexto para retratar toda a riqueza da região, em mais de um sentido do termo. Muitos dos personagens do filme já tiveram fortunas em suas mãos pelo garimpo de diamantes, mas botaram tudo a perder.

Além da riqueza mineral, a cultural é a mais importante que se vê na fita. As cantorias que acompanham o cortejo fúnebre correm o risco de se perder, já que poucos homens como Pedro de Alexina ainda estão vivos.

Só por esse motivo, já é mais do que justificável a existência de Terra Deu, Terra Come. Mas Rodrigo Siqueira não se contenta apenas com o protocolar, o criativo realizador preocupa-se em fazer um filme interessante, instigante e, acima de tudo, riquíssimo.

Os Vampiros que se Mordam



Sinopse: Becca se muda para morar com o pai numa cidadezinha sombria, quando se descobre envolvida em todos os clichês possíveis de filmes de vampiros.


Ficha Técnica
Os Vampiros que se Mordam (Vampires Suck)
Roteiro e Direção: Jason Friedberg, Aaron Seltzer
Elenco: Jenn Proske, Matt Lanter, Diedrich Bader, Chris Riggi, Ken Jeong, Anneliese van der Pol
Duração: 82 minutos
País: EUA


 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

Desde Todo Mundo em Pânico (2000), Hollywood tem despejado ano a ano paródias que são colagens de filmes de sucesso das últimas estações. Os resultados quase sempre são de qualidade questionável, sem uma linha narrativa clara, com piadas escatológicas ou com referências a celebridades, apresentando resultados quase sempre pífios.

Há exceções como o próprio Todo Mundo em Pânico ou Não é mais um Besteirol Americano, mas em sua maioria, essas paródias são extremamente infelizes em seu intento.

Não é o caso de Os Vampiros que se Mordam (Vampire Sucks). Tendo como alvo, como o nome denuncia, os vampiros, o longa se esforça em sacanear a série Crepúsculo, que lhe empresta a linha narrativa. Mas também há referências às séries televisivas Diários do Vampiro e True Blood.

O filme não é nenhum primor da comédia, inclusive, nem vale a viagem ao cinema. É melhor esperar as eternas reprises na TNT para conferi-lo. Mas isso já é um mérito, pois outros filmes do gênero, como Espartalhões, nem assim.

Há boas piadas, algumas boas idéias, alguns bons atores como Ken Jeong (o médico oriental de Ligeiramente Grávidos), alguns problemas de timing e de referências, e o resultado é uma produção divertida, em sincronia com o momento pop atual.