quarta-feira, 16 de julho de 2008

Batman – O Cavaleiro das Trevas



Sinopse: O promotor Harvey Dent inicia a apreensão de uma série de criminosos em Gothan City. Tais criminosos, no entanto, encontram como suposto aliado um homem insano, o ladrão de bancos Coringa, que garante devolver-lhes a segurança perdida. Assim, o vilão de cara pintada inicia uma série de atentados e tem como meta a rendição de Batman.


Ficha Técnica
Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight)
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine, Maggie Gyllenhaal, Gary Oldman, Morgan Freeman
Duração: 142 min


 por Thaíse Costa

(Spoilerômetro: )

Finalmente, um dos filmes mais esperados do ano chega à telona: Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight). E ele não deixa a desejar. Para aqueles que assistiram ao filme anterior, Batman Begins, e encontraram uma boa promessa para os próximos filmes do herói, a nova produção é tudo o que se podia esperar e um pouco mais.

Como os fãs de Batman puderam notar, finalmente houve uma percepção de que é importante que as adaptações de heróis dos quadrinhos para a telona sejam fiéis à obra original na medida do possível. E, para Batman, essa percepção foi quase tardia, já que já haviam sido feitos nada menos que quatro filmes do herói antes de Batman Begins (este, funcionou muito mais como uma introdução, como o próprio nome diz). Por isso, pode-se dizer que, desde Begins, os filmes do Batman já não são “família”, mas assumiram a caracterização sombria do herói e tudo que o rodeia. E Batman – O Cavaleiro das Trevas veio para coroar isso, já que tem cenas realmente perturbadoras, das quais as crianças devem passar longe.

Para os possíveis desavisados, que não conhecem muito o universo do herói, o inicio do filme pode parecer confuso: dessa vez, os personagens são vistos em ação, sem muitas explicações. É claro que os fãs percebem todas as minúcias e, desde o começo, já sabem quem é quem e isso só os deixa ainda mais alucinados pela produção – ainda mais porque, como nunca antes, ela mostra um Batman detetive e realmente modernoso (tecnologicamente falando). O interessante no processo é que, depois de alguns minutos, aquele que se diz “não-conhecedor-profundo” de Batman simplesmente é conquistado pela fita e também não consegue desgrudar o olho da tela.

Sim, minha gente, Batman – O Cavaleiro das Trevas é tudo isso e mais. À parte os fantásticos efeitos visuais e especiais, a atuação de Cristian Bale (que, quando encarna o homem-morcego, confere ao herói uma voz arrepiante) e dos outros grandes atores que estão na fita – Morgan Freeman e Michael Cane reprisando os papéis, e Aaron Eckhart, como Harvey Dent – são muito boas. Há um elemento que se destaca exponencialmente no decorrer do filme: o vilão Coringa vivido por Heath Ledger. Se, só pelo trailer, o cidadão fica bastante instigado, ao ver o filme no cinema você simplesmente tem vontade de bater palmas no escuro.

E não é por acaso. O vilão Coringa finalmente aparece com suas características originais: menos caricato e mais humano, menos ridículo e mais demente. Criou-se toda uma “aura” por conta da morte de Ledger, mas qualquer ser nesta terra é capaz de ver o filme e dizer o quão fantástica e arrepiante é sua atuação. Mas isso não aconteceu por acaso: Heath Ledger, antes de começar as gravações, se enclausurou para ler as narrativas de Batman e, em várias cenas do filme, ganhamos memoráveis improvisações dele vivendo o vilão, que rouba a cena e facilmente deixa Batman como um débil coadjuvante.

Batman – O Cavaleiro das Trevas está simplesmente perfeito. Além de deixar os fãs em êxtase, consegue angariar novos adeptos do homem-morcego e, sem dúvida, para um dos melhores vilões conhecidos na história dos quadrinhos: o Coringa.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pequenas Histórias







Sinopse: Uma costureira conta uma série de histórias da tradição popular brasileira.


Ficha Técnica
Pequenas Histórias
Roteiro e Direção:
Helvécio Ratton
Elenco:
Patrícia Pillar, Paulo José, Gero Camilo
Duração:
80 minutos


Valorizando a cultura nacional
  por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Logo na primeira cena, a narradora vivida por Marieta Severo (A Grande Família) olha diretamente para a câmera e explica a proposta de contar as Pequenas Histórias. Com a quebra da chamada quarta parede – a exemplo do que era feito no programa infantil Rá Tim Bum – a atmosfera teatral é justificada.

Em "E a Água Levou..." é apresentada uma deliciosa mistura de folclore brasileiro com romance. A atuação de Maurício Tizumba lembra os bons tempos de Grande Otelo – com direito à roda de samba – e irá matar as saudades dos fãs das chanchadas da Atlântida.

Logo a seguir, "Procissão das Almas" traz o misticismo católico com efeitos visuais bem realizados. O conto consegue mostrar elementos cômicos para o que poderia ser um suspense angustiante. Assim a leveza do conjunto não é perdida.

A faceta urbana do Brasil é contemplada por "Espírito de Natal". Com espaço para crítica social e mensagem educativa sem ser uma chateação, a magia da festa é muito bem explorada. Prega-se que é possível encontrar a felicidade através de atos simples.

Fechando o ciclo, tem-se a aventura de "Zé Burraldo": um típico conto onde a inocência do protagonista funciona tanto como elemento de carisma, quando como catalisador de situações cômicas. Para levar o segmento, nada menos do que o renomado ator Gero Camilo (5 Frações de uma quase História).

Com episódios curtos, como já anuncia o título, e linguagem simples e direta não há tempo de o público se cansar. O filme agradará um amplo leque de pessoas, de crianças até a terceira idade.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Kung Fu Panda



Sinopse: O panda Po é um aficionado por kung fu mas sua preguiça nunca deixou que ele fosse da teoria à prática e então vive seus dias trabalhando no restaurante de seu pai. E quando o futuro da cidade está ameaçado e um novo mestre do kung fu deve ser escolhido Po acaba sendo o privilegiado, por acidente. Será?


Ficha Técnica
Kung Fu Panda
Direção: Mark Osborne e John Stevenson
Roteiro: Jonathan Aibel e Glenn Berger
Elenco: Jack Black, Dustin Hoffmann, Seth Rogen, Jackie Chan
Duração: 90 minutos


Panda style
 por Flávia Cristina Yakubian

(Spoilerômetro: )

Kung Fu Panda foi um dos filmes mais propagandeados dos últimos tempos. Há quase um ano teasers vêm sendo exibidos nas telas do cinema. O marketing fora das telas inclui lanches, brinquedos, material escolar... Uma aposta tão grande da indústria não poderia ser em um filme ruim. E, realmente, Kung Fu Panda é tão bom quanto esperado. O típico filme para agradar todas as idades, com uma produção sem falhas.

O elenco all-star da versão americana está impecável: Jack Black, em perfeita sintonia com o papel, Dustin Hoffman, que já havia mostrado suas habilidades como lutador, de capoeira, em Entrando numa Fria, Angelina Jolie, Jackie Chan, Lucy Liu, David Cross e Seth Rogen no papel mais absurdo em termos de aparência do ator real versus personagem como Mestre Louva-Deus (e sim, para os fãs, ele dá sua típica risada neste papel também!). Mas as melhores vozes são de dois mais desconhecidos Ian McShane como o vilão e Randall Duk Kim como Mestre Oogway, a “tartaruga ninja”. Na versão brasileira, Lucio Mauro Filho e Juliana Paes são os mais conhecidos, mas as chances de se igualarem aos originais, são, infelizmente, poucas.

A animação, que mistura diferentes técnicas, permite uma agilidade e sincronia às coreografias de lutas que em certos momentos até esquecemos que são bichos desenhados na tela. O roteiro consegue colocar em uma hora e meia todos os clichês de todos os filmes de kung fu possíveis, mas sempre de uma forma bem-humorado e, em certos momentos, até mesmo reverencial. O lado zen, a aparelhagem exótica de treinos, o “Chosen One”, tudo está lá. Mas o mais interessante, em termos de kung fu, é o fato de os mestres serem os animais nos quais as técnicas de kung fu foram baseadas: o macaco, o louva-deus, o tigre, a serpente e a garça, o que confere cenas de luta bem interessantes. Na verdade, o kung fu é tão ressaltado que acredito que para quem não é fã das artes marciais o filme possa até ser um pouco cansativo.

Quanto à trilha sonora, apenas um porém, utilizaram a famosa música dos anos 70, de Carl Douglas “Kung Fu Fighting” mas em nova versão, com outra letra, o que, pessoalmente, achei desnecessário. Sem contar que a letra original era bem melhor. No trailer ainda podemos conferir um trecho da original.

Mas o mais interessante é que Po, o panda, é um típico nerd: fã obcecado, coleciona “action figures” dos seus ídolos, conhece tudo do seu mundo, fica extasiado ao ver de perto as relíquias as quais só conhecia por reproduções. Mas, ele é o nerd mais sortudo que existe pois tem a oportunidade de fazer parte desse mundo. E, infelizmente, toda sua teoria não conta muito e ele precisa mostrar que tem a força de vontade para realmente se tornar um membro desse mundo.