quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uma Noite no Museu 2





Sinopse: As peças em exibição no Museu de História Natural de Nova York foram transferidas para o Smithsonian, em Washington. Larry vai atrás de seus amigos, que enfrentam problemas em sua nova morada.


Ficha Técnica
Uma Noite no Museu 2 (Night at the Museum: Battle of the Smithsonian)
Direção: Shawn Levy
Roteiro: Robert Ben Garant, Thomas Lennon
Elenco: Ben Stiller, Amy Adams, Owen Wilson, Hank Azaria
Duração: 105 minutos


Pais mais contentes
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A maioria das pessoas que não aprovou Uma Noite no Museu tinha como argumento de que o roteiro era infantil demais, tornando o filme pouco atraente para os pais. A boa notícia é que Uma Noite no Museu 2 (Night at the Museum: Battle of the Smithsonian) continua sendo uma boa opção para levar as crianças à sala de cinema, mas dessa vez a aventura é mais intensa e o longa será muito mais divertido de se assistir pelos adultos.

Outra boa notícia é que alguns dos novos nomes da comédia estadunidense foram escalados em boas participações. Jonah Hill aparece em apenas uma cena, mas é muito engraçado; enquanto que Bill Hader tem um personagem marcante – os dois podem ser vistos juntos em Superbad e Ligeiramente Grávidos.

Os novos personagens trazem mais vida para a franquia e algumas piadas são recicladas em novas situações – Darth Vader é uma das vítimas desse hilário recurso. A principal aquisição para o elenco de Uma Noite no Museu 2 foi Hank Azaria que, além de ser o vilão, mostra seu talento para dar vozes à animações (como em Os Simpsons): ele é responsável por Abraham Lincoln e pela estátua "O Pensador", de Rodin.

Esse gênero de comédia aventureira para toda a família tem como característica um roteiro sem ousadias, com a certeza de um final feliz. Mesmo assim, isso não é justificativa para o trailer entregar tanto. Para se ter uma ideia, alguns trechos do trailer são pertencentes ao epílogo do filme. Felizmente, essa é a única recomendação negativa dessa divertida produção.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Desejo e Perigo






Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, Xangai está ocupada pelos japoneses. Wong Chia Chi infiltra-se na alta sociedade para aproximar-se de Yee, um simpatizante dos inimigos.


Ficha Técnica
Desejo e Perigo (Se, jie)
Direção: Ang Lee
Roteiro: James Schamus, Hui-Ling Wang
Elenco: Tony Leung Chiu Wai, Wei Tang, Joan Chen
Duração: 157 minutos


Ang Lee revelador
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O título de Desejo e Perigo (Se, jie) pode ser caracterizado como a cópia da apelação. Tudo começa com a adaptação cinematográfica do livro Reparação, que teve seu nome alterado ao chegar aos cinemas brasileiros para o mais atraente Desejo e Reparação. A produção oriental, que não tem ligação alguma com o drama inglês, traz o nome do diretor Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain) e não precisava desse tipo de manobra.

Felizmente o filme em si é muito maior do que essa decisão da distribuidora – e não me refiro aos quase 160 minutos de duração. Quem está acostumado com os outros trabalhos do cineasta sabe de seu talento em preencher o tempo com imagens belíssimas. A história se passa na alta sociedade chinesa da década de 40 e oferece oportunidade visuais que são aproveitadas. Os figurinos coloridos e os cenários que exploram a arquitetura da região formam a estética da fita.

O espectador que tenha um forte interesse histórico será saciado por visualizar uma parte da Segunda Guerra Mundial que nos é pouco mostrada. Para a maioria das pessoas, quando se fala dos conflitos no Japão, só se lembra de Pearl Harbor e das bombas atômicas. A ocupação da China merece ser abordada.

Internacionalmente, Desejo e Perigo ficou conhecido por suas tórridas cenas de sexo. Para encontrar uma atriz com o comprometimento necessário para realizar tais sequências, Lee escolheu entre milhares de candidatas. Sua decisão final parece ser acertada, já que Wei Tang consegue transmitir bem a gradação nos encontros sexuais da protagonista.

A história é altamente envolvente e as emoções do público são jogadas para todo lado, um sinal da competência do cineasta. O único problema, que poderá causar polêmica nas discussões pós-sessão, é o desfecho. Esse não deve ser um motivo de repulsa, uma vez que a polêmica só surge porque o filme tem qualidades.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A Ilha da Morte




Sinopse: A família de Rodolfo muda-se de Havana para uma pequena cidade no interior de Cuba. O pai dele é um revolucionário e mudou de casa para fugir da perseguição do regime ditatorial em vigor em 1958.


Ficha Técnica
A Ilha da Morte (El Cayo de la Muerte)
Direção: Wolney Oliveira
Roteiro: Manuel Rodríguez, Alfonso Zarauza, Arturo Infante
Elenco: Caleb Casas, Isabel Santos, Alberto Pujol Claudio, Jaborandy, Laura Ramos
Duração: 88 minutos


Cinema pueril
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A geração atual aproveita as facilidades das câmeras mais acessíveis que se encontram até nos celulares e sobre monitores de computador. Depois de registradas suas experiências cinematográficas, eles não têm problemas em hospedar seus vídeos em sites populares para que todos possam vez. Esses jovens terão uma aula sobre as dificuldade de produção do passado ao assistirem a A Ilha da Morte (El Cayo de la Muerte).

Para gostar do filme, é necessário aceitar suas características que podem ser encaradas tanto como qualidades positivas quanto como defeitos. Por tratar de um jovem com sonhos de dirigir filmes e mudar o mundo com sua obra, a fita tem altas doses de inocência e romantismo.

A metalinguagem – um filme que narra a produção de outro filme – acaba criando uma armadilha. O curta-metragem mudo rodado pelo protagonista e seus amigos parece ser muito mais interessante do que os dramas passados na cidadezinha onde vivem.

Rodolfo pode ser considerado um alter ego de Wolney Oliveira. O diretor teve sua formação cinematográfica adquirida em Cuba e seu engajamento político esquerdista emerge no roteiro. O heroísmo dos revolucionários socialistas e a maldade extrema do vilão denunciam as semelhanças entre criador e criatura.

A Ilha da Morte é uma co-produção entre Brasil, Espanha e Cuba. Por isso, muitas cenas foram rodadas no nordeste brasileiro, disfarçado de vilarejo cubano. As locações são bem convincentes, o problema está nos atores. Muitos deles não são falantes nativos do idioma espanhol e, embora alguns consigam mascarar o sotaque, outros não são tão bem-sucedidos. Felizmente esses atores foram dublados em bom espanhol, mas o remendo fica perceptível.

Import/Export





Sinopse: Uma mãe solteira ucraniana segue para oeste para encontrar uma vida melhor. Um segurança desempregado da Áustria segue no sentido contrário, mas com o mesmo objetivo.


Ficha Técnica
Import/Export
Direção: Ulrich Seidl
Roteiro: Veronika Franz, Ulrich Seidl
Elenco: Ekateryna Rak, Paul Hofmann, Michael Thomas
Duração: 141 minutos


Cenas-limite
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Se for necessário resumir o filme Import/Export em apenas uma palavra, “cru” seria a melhor escolha. Essa obra é quase como um grito primal, cru doa a quem doer. Como se vê no cartaz, algumas cenas chegam a testar o limite da pornografia. Felizmente para os atores e para quem assiste, tortura não é um de seus temas.

Os próprios personagens retratam bem a crueza dessa produção austríaca. Olga é uma batalhadora mãe solteira e seus esforços para sobreviver são louváveis, mas Pauli é a prova final de que os pit-boys não são uma praga exclusivamente nacional.

As emoções são transmitidas por uma câmera nervosa e documental, carregada no ombro. Por causa das locações simplórias e do comportamento dos quadros, é possível perceber resquícios do movimento cinematográfico Dogma 95, migrando dos países nórdicos para o centro da Europa.

Usando postulados com mais de dez anos de idade, Import/Export mantém-se moderno em suas temática e narrativa. A fita segue a tendência contemporânea do cinema europeu de histórias vazias, onde fica difícil traçar uma trajetória dramática. Um prato cheio para quem gosta de obras do tipo, como O Silêncio de Lorna e Horas de Verão.

Quem não tem o costume de acompanhar o chamado circuito de arte, definitivamente não deve usar esse filme como porta de entrada. A fórmula de contar a história e a falta de carisma dos personagens buscam manter um grau de autenticidade, mas distancia dos recursos artificiais que se vê nas produções menos ousadas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Star Trek

por Alvaro Domingues

Sinopse: A juventude de Kirk, Spock e McCoy até o seu primeiro e marcante contato com a U.S.S. Enterprise.


Spoilerômetro:

Ficha Técnica:
Star Trek
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci e Alex Kurtzman
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Leonard Nimoy, Eric Bana, Winona Ryder
Duração: 126 minutos


Reconstruindo o Universo

A proposta do novo filme de Star Trek, dirigido por J.J. Abrams, é reconstruir o universo. Mexer com ícones que ultrapassam o conjunto de fãs e são parte do inconsciente coletivo da humanidade é um desafio e tanto. E foi o que Abrams conseguiu com grande maestria.

Colocando a famosa tríade na juventude entre 18-25 anos, sendo McCoy o mais velho, justifica alguns comportamentos mais arrojados tanto de Spock quanto de Kirk, um verdadeiro garoto problema. Isso é feito com a reverencia de um fã, que gosta dos personagens mas não teme extrapolar o que já foi narrado e imaginar como foi o começo da amizade que amalgamou os personagens ao longo de três temporadas e seis filmes para o cinema.

A ousadia de J.J. Abrams os coloca em uma situação bastante emocionante em vários sentidos. O estresse da ação constante, a pressão psicológica sobre personagens com mortes de entes queridos, decisões difíceis, o apetite sexual de Kirk e a paixão contida de Spock. Tudo isso temperado com um humor que arranca risadas da plateia em diversas cenas. Um humor que também estava presente na série clássica, mas de forma mais branda. E com muita ação, com lutas corpo a corpo, batalhas espaciais e até implosões de planetas, tudo dentro de um timing preciso e perfeito, que tira o fôlego do espectador.

Há ainda referencias interessantes, como ao Capitão Pike, presente no episódio piloto que nunca foi ao ar, e a vários episódios e elementos da série e dos longas, sobretudo A Ira de Khan. Mas, apesar dessas referências, o filme funciona na medida também para quem não é fã, sendo totalmente autocontido.

Personagens de apoio (talvez mais do que isso) não são esquecidos, como Checov, Uhura, Sulu, Scott e até os “Camisas Vermelhas”, que às vezes estão lá apenas para serem mortos.

Se há uma crítica a ser feita é um pequeno excesso de sentimentalismo que o diretor usa para humanizar Spock, mas isso não chega a comprometer o enredo.

Os fãs mais aguerridos detectarão várias contradições. Mas eu perguntaria a eles: "Vocês vieram aqui pra se divertir com uma boa história ou para procurar pelo em ovo?"