quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Horas de Verão





Sinopse: Três irmãos se veem diante da decisão sobre o destino que devem dar aos bens da família, herdados da mãe. Adultos e independentes, cada um encara de forma diversa a situação, que para eles implica principalmente na frágil ligação com as memórias da infância.


Ficha Técnica
Horas de Verão (L' Heure D'Été)
Roteiro e Direção: Olivier Assayas
Elenco: Juliette Binoche, Charles Berling, Jérémie Renier, Edith Scob
Duração: 103 min


 por Thaíse Costa

(Spoilerômetro: )

Ao começar a ver Horas de Verão (L' Heure D'Été), o expectador tem a impressão de que algo interessante está por vir mas, ao longo da filme, ele é apenas levado por várias cenas que compõem um enredo fraco e desinteressante. Pequenos detalhes da narrativa, que poderiam ser desenvolvidos e apresentar um trabalho conciso, são apenas "pincelados". Falando em pinceladas, talvez seja essa a idéia da produção, já que no plano visual a fita é estonteante: é como um quadro que se movimenta, recortes de um acontecimento familiar.

Ainda que a ideia seja "bonita", a falta de foco do filme é muito cansativa – 90 minutos transformam-se em 180 facilmente. A beleza visual não é capaz de salvar a situação, tampouco a trilha musical, que também não deixa a desejar. Um outro detalhe que chama a atenção é a presença da atriz Juliette Binoche (Invasão de Domicílio), mas o caro leitor não deve se enganar: o papel por ela representado é bastante simples e não apresenta nada de tão significativo que justifique sua presença.

Mas, mesmo com tantos tropeços na fita, algumas atuações merecem destaque, como a de Edith Scob (A Questão Humana) como a mãe Hélène e Isabelle Sadoyan como a devota doméstica Éloïse. Há também na fita algumas (poucas) cenas tocantes e que mostram uma pitadinha do que o filme deveria ser no todo, mas que fica só na promessa.

Para aqueles que ainda possam ter alguma dúvida, e que talvez pensem que essa resenha é contra filmes mais "introspectivos", sugiro que se sentem e esperem a vontade passar. Ainda assim, se ela persistir, basta ir a uma das sessões da Mostra e comprovar a total falta de objetividade e subjetividade, no que se refere a enredo, em Horas de Verão. Mas (ainda bem!) o caro leitor tem opções melhores de filmes.

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