segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Federal



Sinopse: Um grupo de policiais federais está a caça de Beque Batista, um dos maiores traficantes de Brasília.


Ficha Técnica
Federal
Direção: Erik de Castro
Roteiro: Érico Beduschi, Erik de Castro, Heber Trigueiro
Elenco: Carlos Alberto Riccellim, Selton Mello, Christovam Neto, Cesário Augusto, Eduardo Dussek, Carolina Gómez
Duração: 92 minutos
País: Brasil


Estabelecer prioridades
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Não só pelo gênero, mas também pelos elementos em cena, uma forma válida de avaliar Federal é colocando-o entre outros dois filmes brasileiros recentes: Tropa de Elite e Segurança Nacional.

Mesmo com um roteiro falho, que não se preocupa em apresentar os personagens de forma satisfatória, Federal é superior a Segurança Nacional. Na direção de Erik de Castro sabe-se exatamente o que se passa na tela durante as cenas de ação, ao contrário do caos cinematográfico criado por Roberto Carminati.

O roteiro precisaria de mais cuidados para conseguir contar bem sua história. Ao invés de se preocupar em corrigir suas falhas e eliminar o que há de previsível na trama, insere-se crítica social no enredo. Aí é que o filme se perde.

Federal se leva a sério mais do que suporta sua fragilidade dramática e coloca como personagem principal um policial contraditório: Dani combate o tráfego de drogas, mas é consumidor de entorpecentes. Com isso, é mais fácil comparar o filme com Tropa de Elite e a batalha é covarde.

domingo, 26 de setembro de 2010

The Runaways – Garotas do Rock



Sinopse: Na década de 70, o sonho da jovem Joan Jett é ter uma banda de rock. Ela conhece o produtor Kim Fowley e o convence a criar uma banda apenas com integrantes femininas.


Ficha Técnica
The Runaways – Garotas do Rock (The Runaways)
Roteiro e Direção: Floria Sigismondi
Elenco: Kristen Stewart, Dakota Fanning, Michael Shannon, Stella Maeve, Scout Taylor-Compton, Alia Shawkat, Riley Keough
Duração: 106 minutos
País: EUA


Sexo, drogas e rock'n'roll... e indústria musical
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro:)

Com certeza, o que mais chama a atenção em The Runaways – Garotas do Rock (The Runaways) é o elenco. Kristen Stewart e Dakota Fanning trabalham juntas nos filmes da Saga Crepúsculo e seus nomes são associados a produções mais inocentes para o público juvenil. Nessa cinebiografia roqueira, as duas se envolvem em tudo o que se espera de músicas dos anos 70, com direito a abuso de drogas e promiscuidade.

É um desafio para  o espectador tirar a imagem de Dakota atuando em filmes como A Menina e o Porquinho enquanto imagens bem mais fortes são exibidas na tela. Vale mencionar que a escolha das atrizes foi aprovada pelas roqueiras na vida real. Cherie Currie chorou de emoção ao saber quem a interpretaria no filme e Joan Jett chegou a confundir a voz de Kristen com a sua própria em uma gravação musical.

O filme é focado na dupla, mas elas e as outras atrizes que fazem parte da banda ensaiaram muito para conseguir gravar as músicas executadas durante o filme. No elenco, também é preciso destacar a atuação de Michael Shannon (Vicío Frenético) como o produtor Kim Fowley. Michael abraça a loucura de Kim e não cai na caticatura.

O roteiro tem algumas deficiências, mas no geral cumpre seu papel. A cena em que a banda magicamente compõe uma canção em instantes é muito forçada e alguns dados reais são alterados. Mesmo assim, por gerar interesse em quem não conhece a banda, o filme é um ganho.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Estreias da Semana


Batalha por T.E.R.A. (Battle for Terra) — Eles são mais parecidos conosco do que imaginamos.

Gente Grande (Grown Ups) — Alguns caras demoram um pouco para amadurecer.

Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps) — Com ambição se vai longe. Às vezes, longe demais.

Batalha por T.E.R.A.



Sinopse: Os habitantes do planeta T.E.R.A. são criaturas pacíficas, que vivem em harmonia com a natureza. Um dia naves terráqueas invadem o planeta, pois a Terra foi esgotada pela ganância dos humanos.


Ficha Técnica
Batalha por T.E.R.A. (Battle for Terra)
Direção: Aristomenis Tsirbas
Roteiro: Evan Spiliotopoulos
Elenco: Evan Rachel Wood, Brian Cox, Luke Wilson, Danny Trejo, Ron Perlman, Chris Evans
Duração: 85 minutos
País: EUA


Mais ficção do que científica
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Apostar em fórmulas que já deram certo é uma maneira de minimizar os riscos de fracasso. Batalha por T.E.R.A. (Battle for Terra) é um exemplo dessa práticam que também acontece com telenovelas, quadrinhos, games... Assistindo a essa animação, o espectador que tiver um mínimo de repertório de ficção científica lembrará de outros filmes.

Um humano que chega em outro planeta e é acolhido por uma alienígena vem de O Planeta dos Macacos. Ir ao espaço para ter uma lição ambientalista é a premissa de Contato. Voltar-se contra os humanos para defender extraterrestres é a base da história de Avatar, que já não é o ápice de originalidade em roteiro.

O que diferencia Batalha por T.E.R.A. de todos esses outros títulos? Na dramaturgia vale como destaque e como aviso o desapego pelos princípios científicos. Se o leitor é fã de ficção científica hard (aquela que usa teorias reais para validar seu enredo), é melhor nem ver a animação para não atrapalhar outros espectadores com reclamações dignas de Sheldon de The Big Bang Theory.

A direção dessa produção é muito fraca e perde as oportunidades de criar cenas instigantes. Dessa forma a tarefa de emocionar o espectador recai totalmente na trilha musical. Felizmente o trabalho musical foi muito bem feito e dá conta do recado.      

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme



Sinopse: Armações feitas por executivos levam a empresa em que Jake trabalha à falência. Zabel, seu chefe e mentor, comete suicídio ao perceber que sua empresa afundou. Jake toma conselhos de Gordon Gekko, especulador e seu futuro sogro, para vingar a morte dele.


Ficha Técnica
Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps)
Direção: Oliver Stone
Roteiro: Allan Loeb, Stephen Schiff
Elenco: Michael Douglas, Shia LaBeouf, Josh Brolin, Carey Mulligan
Duração: 138 minutos
País: EUA


Um sonho diferente
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Em 1987, Oliver Stone lançou Wall Street e fez um retrato da ambiciosa geração yuppie. No entanto, com a sequência Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps) há um grande descompasso entre as atitudes do protagonista com o comportamento e objetivos dos espectadores da mesma faixa etária. Ao contrário dos yuppies, a chamada geração Y almeja mais qualidade de vida do que ganhos estritamente financeiros a qualquer custo.

Logo no começo do filme, Jake recebe um bônus de quase US$ 1,5 milhão. Nesse momento, pensei: "Ótimo! Já acabou o filme. O rapaz sai do mercado de ações e vai ganhar dinheiro com um trabalho de verdade." Não sei se é o caso do leitor, mas eu tenho essa bizarra crença de que é uma boa ideia tirar meu (parco) sustento do trabalho que eu executo. Ganhar a vida com apostas e especulações me parece tenso demais. A expressão "investimento de alto risco", não é uma hipérbole.

Para que Wall Street 2 não seja um curta-metragem, Jake continua a pôr dinheiro na bolsa de valores. Como se não bastasse sua teimosia e ganância, ele comete um erro juvenil: o rapaz gasta uma parcela enorme de seu bônus na compra de ações da empresa em que ele trabalha! Se a firma falir, ele perde o emprego e o investimento em uma rasteira só. Uma paçoca para quem adivinhar o que acontece depois! A empresa afunda, é lógico.

Com isso, o protagonista do filme perde todo o prestígio com o público logo no começo da projeção. Quem parece representar melhor a geração Y é Winnie, a namorada de Jake. Ela trabalha em um site sem fins lucrativos. O que ninguém me explica é como o The Frozen Truth consegue manter um belo escritório em Nova York apinhado de funcionários. Nos 4 anos em que mantive o finado site Homem Nerd, não tínhamos fundos nem para alugar um trailer.

Além da falta de verossimilhança, Winnie exemplifica outro defeito do roteiro. Quando ela está enfurecida com outro personagem, é facilmente convencida a mudar de postura com uma simples conversa. A fraqueza de espírito de Winnie está presente em mais de uma cena de Wall Street 2.

Para não dizerem que não falei da parte técnica, a edição se destaca por apresentar certa ousadia. Às vezes funciona e cria cortes interessantes. Às vezes não funciona e fica tão cafona que parece que é de brincadeira.

Gente Grande



Sinopse: Cinco amigos de infância se reúnem após 30 anos, durante o funeral do antigo treinador de basquete deles. Cada um tomou um rumo diferente na vida, e agora vão passar um feriado prolongado juntos e com suas famílias.


Ficha Técnica
Gente Grande (Grown Ups)
Direção: Dennis Dugan
Roteiro: Adam Sandler, Fred Wolf
Elenco: Adam Sandler, Chris Rock, David Spade, Rob Schneider, Kevin James, Salma Hayek
Duração: 102 minutos
País: EUA



 por Flávia Yacubian

(Spoilerômetro: trailer)

Adam Sandler é o nome principal deste filme. Só faltou dirigi-lo. Então, o que temos em vista só pode ser um filme típico de Sandler: piadas escatológicas alternadas com momentos fofinhos. Para quem não gosta do estilo, nem adianta arriscar.

A diferença é que ele está envelhecendo e decidiu retratar esse momento de sua vida. Em seus últimos filmes, Sandler tem se mostrado um pouco melancólico, mas neste temos menos filosofias e mais a celebração da vida, das amizades, da família e tudo que vem junto.

Para isso chamou alguns colegas de outros tempos e divide a tela com Chris Rock, David Spade, Rob Schneider e Kevin James. E, por incrível que pareça, nenhum se destaca (isso é um elogio!). Todos têm suas boas deixas. Os melhores momentos, na verdade, acontecem quando estão em conjunto, praticamente criando um ambiente de “improv” no set e se alternando entre as piadas. Se cada um não te lembrar de algum amigo de infância, você teve poucos amigos.

Quem for muito fã de um dos comediantes em ação, pode sentir falta de maior destaque sobre a atuação individual, mas achei que desse modo o humor ficou na medida certa. Inclusive, alguns coadjuvantes têm mais aparições do que deveriam, o que pode ficar repetitivo.

O único problema mais grave do filme foi a elaboração da amizade deles, que deixou a desejar. Poderíamos ver mais cenas de infância ou recordações, talvez. Quem sabe uma possível continuação de conta disso. E acho que podemos contar com uma, pois apesar de estar sendo execrado pela crítica, Gente Grande está atraindo muita gente para o cinema e provavelmente será o maior sucesso de Sandler, desbancando seu maior hit, outro filme “família”, O Paizão.


sábado, 18 de setembro de 2010

Estreias da Semana


Antes que o Mundo Acabe X — Crescer é um desafio.

Bellini e o Demônio X — O detetive está de volta.

Coincidências do Amor (The Switch) — A gravidez não é a surpresa.

Léo e Bia X — Em um tempo de violência, eles se descobrem nas artes.

Nanny McPhee e as Lições Mágicas (Nanny McPhee and the Big Bang) — A magia está de volta com tudo!

Resident Evil 4: Recomeço (Resident Evil: Afterlife) — Ela está de volta... e dessa vez trouxe alguns amigos.

Soberano – Seis Vezes São Paulo X — As conquistas nacionais do tricolor paulista.


X Reestreia no Rio de Janeiro.
X Reestreia em São Paulo.
X Estreia apenas em São Paulo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Resident Evil 4: Recomeço



Sinopse: Conforme visto no final do terceiro filme, Alice e seu exército de clones vão atacar a sede da corporação Umbrella em Tóquio. Só que uma armadilha está pronta para ela nesse lugar.


Ficha Técnica
Resident Evil 4: Recomeço (Resident Evil: Afterlife)
Roteiro e Direção: Paul W.S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates, Shawn Roberts, Sergio Peris-Mencheta, Boris Kodjoe, Wentworth Miller
Duração: 97 minutos
País: Reino Unido, Alemanha, EUA


 por Guilerme Kroll

(Spoilerômetro: trailer)

Resident Evil 4 – Recomeço (Resident Evil: Afterlife) parte do pressuposto que se você chegou até aqui, sabe do que se trata a franquia. Supõe-se também que o espectador está completamente interado no que aconteceu em todos os filmes anteriores, sobretudo no terceiro, com referências aos borbotões.

Então, se você não viu os filmes anteriores, não tem ideia do que se trata a série e resolveu arriscar... bem, o problema é seu, aparentemente. Mas também, não é preciso de PHD em História Zumbi para entender a lógica do filme.

É bem simples na verdade: tem Alice (Milla Jovovich) e mais uns poucos humanos lutando para sobreviver em um mundo infestado de zumbis. E tome tiro, lutas corpo a corpo, zumbis especiais, planos maquiavélicos da corporação Umbrella e muita mulher bonita (Ali Larter, Sienna Guillory, Spencer Locke e, apresentando, a maravilhosa Kacey Barnfield).

Essa é um detalhe que merece menção especial: mulheres bonitas parecem ter uma capacidade especial para lutar contra mortos-vivos, pois sempre sobrevivem em um número maior que os outros tipos de pessoa.

Se visto sob essa óptica, ao se juntar todos os fatores da equação que é esse filme, temos uma boa diversão, para gamers e fãs de filmes de ação, sobretudo em 3D. As atuações não são nenhum primor, mas também não é preciso. O roteiro também não tem nada de muito elaborado.

Mas desconsiderando esses detalhes (atuação e roteiro em um filme que claramente não precisa disso), o principal defeito de Resident Evil 4: Recomeço é o excesso de bullet time, aquele efeitinho da bala em câmera lenta de Matrix. Chega a ser irritante a quantidade de vezes que a ação é paralizada em câmera lenta e o quanto as pessoas jogam armas uma para as outras, só para que o efeito seja utilizado.

Tirante isso, Resident Evil 4: Recomeço cumpre bem o seu papel, e só.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nanny McPhee e as Lições Mágicas



Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, Nanny McPhee tem a missão de ajudar a família de Isabel. Com o marido no fronte, a jovem mãe de três crianças tem de cuidar de mais dois sobrinhos e das finanças. Ela corre o risco de ter de vender a fazenda onde vive.


Ficha Técnica
Nanny McPhee e as Lições Mágicas (Nanny McPhee and the Big Bang)
Direção: Susanna White
Roteiro: Emma Thompson
Elenco: Maggie Gyllenhaal, Oscar Steer, Asa Butterfield, Lil Woods, Eros Vlahos, Rosie Taylor-Ritson,  Emma Thompson
Duração: 109 minutos
País: Reino Unido, França, EUA


Como manda o figurino
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

Nanny McPhee e as Lições Mágicas (Nanny McPhee and the Big Bang) segue todas as regras para encantar seu público agora e no futuro. Mesmo depois de passar pelos cinemas, o título terá uma vida perene e conquistará novos fãs com o passar dos anos.

Crianças que vivem em um contexto histórico e social difícil envolvem-se com algum tipo de magia que traz esperança de dias melhores. A premissa não é novidade no cinema. A própria Segunda Guerra Mundial foi explorada por esse tipo de produção nos últimos anos, como na franquia As Crônicas de Nárnia e no fraco Meu Monstro de Estimação.

Para mostrar a magia na tela, o filme abusa da computação gráfica. Tais passagens mágicas formam cenas que não exatamente colaboram para o desenrolar do enredo, mas criam situações de entretenimento para a plateia infantil. Essa tática já foi testada e aprovada inúmeras vezes no cinema, como em Caravana da Coragem.

Há algumas referências ao filme anterior com a babá mágica, mas não é necessário conhecimento prévio para aproveitar Nanny McPhee e as Lições Mágicas. O filme praticamente não faz concessões para espectadores acima da faixa etária para a qual é indicado. É recomendado para os adultos um esforço para voltarem a serem crianças na sala de cinema quando forem levar seus filhos para ver essa produção.


Coincidências do Amor



Sinopse: Kassie já atingiu uma certa idade em que ter filhos é “agora ou nunca”. Como ela não tem um parceiro em vista, decide ter uma produção independente. Seu amigo Wally, um homem um tanto neurótico, é contra a ideia. Na festa de “fertilização” da amiga, Wally acaba bebendo todas e fazendo besteira.


Ficha Técnica
Coincidências do Amor (The Switch)
Direção: Josh Gordon, Will Speck
Roteiro: Allan Loeb, Jeffrey Eugenides
Elenco: Jennifer Aniston, Jason Bateman, Jeff Goldblum, Patrick Wilson, Juliette Lewis
Duração: 101 minutos
País: EUA


 por Flávia Yacubian

(Spoilerômetro: )

É impossível assistir Coincidências do Amor (The Switch) e não lembrar de Rachel Green e de outros papéis semelhantes de Aniston. Ela é especialista no assunto e, convenhamos, ninguém faz esse papel melhor. Também é difícil assistir esse filme e não lembrar da própria Jennifer Aniston, a atriz que todo mundo fica com pena por ter perdido o Brad Pitt e hoje ser uma “solteirona, quarentona e sem filhos”. E provavelmente é uma tentativa, não muito ousada, de Aniston rir dessa sua imagem. Como não houve a tal da ousadia necessária para se fazer uma boa comédia, Aniston se encarrega do lado mais tipicamente romântico do filme.

No entanto, para alegria dos espectadores, o filme não é só feito de Aniston. E apesar de seu parceiro de cena ser quase um Ross (neurótico no último), ele é interpretado por Jason Bateman, que consegue imprimir um teor melancólico na dose certa para gerar uma empatia no público, mas não o suficientemente triste para deprimi-lo.

E mais, o filme não é só  feito de comédia romântica. Há uma história subjacente sobre a infância e o papel da família que é o mais interessante. Falando em infãncia, não pode faltar um ator-mirim, o que é sempre um perigo, mas não dessa vez. O jovenzinho Thomas Robinson rouba a cena. Aniston e Bateman ficam no chinelo. Acho que ele só não perde para Jeff Goldblum, com um timing pra comédia natural e hilário. Patrick Wilson e Juliette Lewis também combinaram bem com seus papéis do homem perfeito e da amiga doidona.

Se não fossem pelas excessivas cenas de “discussão de relação” o filme teria um conceito bem melhor. Pela singeleza e bom humor com os quais conseguiu tratar o tema família, sem nenhuma pieguice extrema, vale conferir. Mas, não se engane, Coincidências do Amor não ganhará nenhum prêmio de roteiro, vá preparado para um filme com reviravoltas divertidas e final previsível.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Léo e Bia



Sinopse: Em 1973, um grupo de jovens reúne-se em um galpão diariamente. Entre amores e descobertas, eles ensaiam uma peça de teatro ousada.


Ficha Técnica
Léo e Bia
Roteiro e Direção: Oswaldo Montenegro
Elenco: Paloma Duarte, Françoise Forton, Fernanda Nobre
Duração: 97 minutos
País: Brasil


Casamento de linguagens
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Há uma teoria que diz que o teatro é a plataforma do personagem e o cinema é a vitrine para os cenários. Léo e Bia quebra totalmente com esse conceito. O filme é a adaptação de uma peça musical e toda a ação acontece em apenas uma locação, sem que os atores mudem de figurino em cenas diferentes.

A produção prova sua qualidade por conseguir alcançar tanto o público de teatro como o de cinema. Uma linguagem não atropela a outra e cria-se uma obra ímpar na tela.

Léo e Bia é a estreia do músico Oswaldo Montenegro na direção de cinema – ele é autor da peça original e das canções executadas. Mesmo sendo novo na área, Oswaldo consegue ousar – não apenas pela aliança de elementos teatrais e cinematográficos – e evita que o resultado seja apenas uma peça filmada.

Entre algumas cenas, a câmera mostra um letreiro com uma frase representativa, normalmente retirada entre as boas frases dos diálogos. Na mesma linha, a montagem toma algumas liberdades, especialmente nas passagens musicais.

As cenas musicais, como é de se esperar, irão agradar os fãs das canções de Oswaldo Montenegro. Contudo, o que vale ressaltar é que tais passagens não serão um total martírio para quem torce o nariz para musicais. O números estão mais para miniclipes do que para coreografias.

Atualmente o cinema brasileiro tem experimentado gêneros nos quais não costumamos nos aventurar, como filmes de ação. Com Léo e Bia, Oswaldo Montenegro apresenta uma opção para que possamos criar musicais com identidade nacional na tela grande.
 

Soberano



Sinopse: Documentário sobre as seis conquistas do Campeonato Brasileiro pelo São Paulo Futebol Clube, soberano entre os participantes da competição.

 
Ficha Técnica
Soberano
Direção: Carlos Nader
Roteiro: Maurício Arruda
Elenco: -documentário-
Duração: 90 minutos
País: Brasil
 
 
 por Guilherme Kroll
 
(Spoilerômetro: )

Soberano é sobre o São Paulo Futebol Clube, feito por sãopaulinos e para sãopaulinos. Se você torce para qualquer outro clube ou não liga para futebol, não se dê ao trabalho de ir ao cinema. Inclusive, não precisa se incomodar em ler esse texto até o final.

Se você continuou lendo esse texto, presumo que é sãopaulino e, como tal, acostumado as glórias do nosso time do coração. Quando o São Paulo entra em um campeonato, sempre é para vencer, nunca como figurante. Pode até perder, mas ninguém nunca o descarta como protagonista.

No futebol brasileiro, a soberania tricolor é ainda maior. Primeiro time a ser seis vezes campeão do principal campeonato da nação, a soberania tricolor ganhou mais força na última década, quando amealhou nada menos que três canecos em sequência, isso que motivou a feitura dessa documentário.

A moda de documentários de times foi lançada pelo Grêmio, e sua épica Batalha dos Aflitos. Outros times como o Internacional também fizeram documentários sobre seus feitos, ou a falta deles. Só que os longas são exclusivamente para os torcedores do clube.

E todos os sãopaulinos vão se emocionar com o relato das vitórias dos brasileiros de 77 (numa disputa por pênaltis decidida pela marra de Waldir Peres), de 86 (num gol antológico de careca no último segundo da prorrogação), de 91 (Raí e o mestre Telê começavam sua carreira vitoriosa) e da sequência 2006, 2007 e 2008 protagonizada pelo melhor goleiro que o Morumbi já viu: Rogério Ceni.

Cada título é narrada pela visão de um jogador da época e de um torcedor. São relatos emocionados de pessoas que respiraram cada minuto das conquistas tricolor.

Por tudo isso, o filme merece ser visto e revisto pelos torcedores apaixonados pelo seu clube do coração.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Estreias da Semana



Amor à Distância (Going the Distance) — Uma comédia sobre conhecer a pessoa cderta no meio do caminho.

A Ressaca (Hot Tub Time Machine) — Detone seu passado.

Solomon Kane – O Caçador de Demônios (Solomon Kane) — Combater o mal... com o mal.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Solomon Kane – O Caçador de Demônios



Sinopse: Solomon Kane faz um voto de não-violência para evitar que sua alma seja condenada ao Inferno, mas o mundo em que vive está devastado, por causa de um tirano que escraviza o povo.


Ficha Técnica
Solomon Kane – O Caçador de Demônios (Solomon Kane)
Roteiro e Direção: Michael J. Bassett
Elenco: James Purefoy, Max von Sydow, Rachel Hurd-Wood, Patrick Hurd-Wood, Pete Postlethwaite, Alice Krige, Anthony Wilks, Samuel Roukin
Duração: 104 minutos
País: França, República Tcheca, Reino Unido


Na média
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Na primeira sequência de Solomon Kane – O Caçador de Demônios (Solomon Kane), o protagonista é apresentado como um guerreiro experiente. Ele é tão competente no que faz que o próprio Demônio encomenda a alma dele. Para escapar do Inferno, o herói faz um voto de não-volência e coloca o fim em sua carreira.

O espectador que foi assistir a um filme de ação sabe que em algum momento esse código de conduta será posto à prova e Solomon voltará a participar de batalhas sangrentas. O problema é que esse ponto de virada demora a acontecer e o filme ganha uma barriga narrativa. Depois do marasmo, o fã do personagem poderá conferir combates violentos que envolvem lâminas e tiros.

Solomon Kane foi criado por Robert E. Howard, que também é “pai” de Conan e Red Sonja. Para quem acompanha a obra dele, há algumas referências leves no roteiro. Mesmo assim, marinheiros de primeira viagem no universo de Howard não ficarão perdidos.

Apesar de se passar no século XVII, Solomon Kane – O Caçador de Demônios  é ambientado em um mundo que pode ser classificado como medieval fantástico. No entanto, o nível de magia desse mundo é bem baixo, menor até do que a Terramédia de Tolkien. Portanto, as batalhas são quase todas travadas entre seres humanos, sem criaturas fantásticas zanzando por todo canto.

O interessante do universo em que a trama se desenvolve está no fato de coexistirem a fé cristã ao lado da magia do folclore europeu. A forma como essas duas crenças convivem é bem retratado no roteiro em breves falas dos personagens.

Para ajudar o leitor que curte filmes do mesmo gênero de Solomon Kane, a melhor avaliação é situá-lo entre seus iguais. A nova fita não chega a empolgar como a trilogia O Senhor dos Anéis, mas também não decepciona como Eragon.


A Ressaca



Sinopse: Depois de um acidente, três amigos decidem retornar a um lugar marcante de sua adolescência para retomar a amizade. Mas, nada é como antes. Eles decidem, então, fazer uma atividade típica da época: entrar na jacuzzi e beber todas. No meio da bebedeira, a banheira revela ser algo mais: uma máquina do tempo. Eles vão parar de volta ao meio da década de 80.


Ficha Técnica
A Ressaca (Hot Tub Machine)
Direção: Steve Pink
Elenco: John Cusack, Clark Duke, Craig Robinson, Rob Corddry, Chevy Chase
Roteiro: Josh Heald e Sean Anders 
Duração: 99 minutos
País: EUA


 por Flávia Yacubian

(Spoilerômetro: trailer)

John Cusack nunca se superou depois de Gatinhas e Gatões, o auge de sua carreira e seu segundo filme, nos idos 1984. Depois disso, os únicos personagens que realmente combinaram com ele foram o de Alta Fidelidade e de Digam o que Quiserem, o resto foram papéis em que ele não conseguia encontrar sua identidade como ator: não era galã, não fazia dramalhão, nem comédias...

Mas, em pleno 2010, depois de fracassos terríveis como 1408 ou 2012 ele volta como produtor e ator A Ressaca (Hot Tub Time Machine). E fica claro que ele deve ter revisto todos seus bons papéis dos anos 1980. A Ressaca é um filme que ao mesmo detona e enaltece os anos 80. E, coincidentemente, mostra pessoas que fizeram escolhas erradas durante essa década e depois, nos anos 2000, colhiam os péssimos frutos.

Além de ser a redenção de Cusack, A Ressaca é uma comédia bem escrachada. Seus melhores momentos são quando ressaltam as características dos anos 80. Algumas cenas ficaram um pouco over, algumas piadas muito infantis, mas, no geral, ela consegue arrancar boas risadas. Ao mesmo tempo que fala sobre os anos 80, consegue reproduzir a atmosfera de filmes feitos na época. A trilha sonora, obviamente ótima, também ajuda a criar o clima. Parabéns aos diretores e roteiristas, nomes desconhecidos, quase principiantes.

Além de ser uma comédia divertida, A Ressaca é um filme de viagem no tempo. Mas, não pretende ser um filme sci-fi, então não queira teorizar em cima dele. Quem curte ficção científica vai se divertir com as inúmeras referências a outros filmes de viagem no tempo.

Portanto, se você gosta de comédias, assistiu muita Sessão da Tarde (tem até Chevy Chase em um dos melhores papéis) e é nerd o suficiente para entender piadas sobre viagem no tempo, achou seu filme!

Dica: Sim, se você é  fã de Hangover, ou melhor, Se Beber... não Case!, você vai gostar de A Ressaca, ou melhor, Hot Tub Machine.


Amor à Distância



Sinopse: Erin e Garrett se conhecem em Nova York e, depois de um descompromissado caso amoroso, decidem firmar um namoro quando ele volta a San Francisco para estudar. O desafio do casal é manter o relacionamento apesar da grande distância entre eles.


Ficha Técnica
Amor à Distância (Going the Distance)
Direção: Nanette Burstein
Roteiro: Geoff LaTulippe
Elenco: Drew Barrymore, Justin Long, Charlie Day, Jason Sudeikis, Christina Applegate, Jim Gaffigan
Duração: 102 minutos
País: EUA


“A distância não vai impedir...”
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Drew Barrymore é atualmente um dos nomes fortes quando o assunto é comédia romântica. O que difere Amor à Distância (Going the Distance) dos outros filme do gênero em seu currículo é a espontaneidade do papel que ela defende. Mesmo sem se formar na faculdade depois dos 30 anos de idade, Erin é determinada e não teme mostrar o que quer.

A personalidade da moça pode ser conferida na cena em que Garrett vai para San Francisco visitá-la. Logo que vê o namorado, Erin saca uma piada sexual para deixar claro que romantismo e libido podem conviver em harmonia.

No entanto, esse mesmo grau de autenticidade está em falta em outro ponto do roteiro. Uma questão importante na grande maioria dos namoros à distância é a presença de tentações sexuais geograficamente mais próximas do que a pessoa amada. O tem é abordado muito de leve no enredo, o que poderia acrescer em dramaticidade e emoção se fosse aprofundado.

Como outras boas comédias românticas, Amor à Distância aposta em seus personagens secundários para criar situações cômicas. Mesmo com uma irmã super-protetora e neurótica casada com um sujeito estranho, o núcleo de Erin não consegue se igualar aos bizarros amigos de Garrett. Box ostenta um bigode a la Magnum para conquista mulheres maduras, enquanto Dan é participativo demais na vida pessoal de Garrett.

A cereja no topo do bolo é a escolha das músicas da trilha. Canções românticas e “rock de menininha” embalam a história de amor.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Agenda SP: 5° Festival de Cinema e Meio Ambiente de Guararema


As 4 primeiras edições do Festival de Cinema e Meio Ambiente de Guararema levaram arte em forma de cinema a mais de 20 mil pessoas, das quais uma grande parte teve acesso à produções nacionais pela primeira vez. O Festival já é um evento consolidado e também bastante aguardado pelos moradores não só da cidade de Guararema, mas também de toda a região onde está localizada.

Em sua 5° edição – que acontece de 7 a 12 de setembro –, o Festival fundamenta sua continuidade expandindo o alcance da democratização cultural e assim ajudando na formação de um novo público para o cinema brasileiro.

Mais informações no site oficial.

Filmes avaliados

Antes que o Mundo Acabe

A Casa Verde

É Proibido Fumar

Encarnação do Demônio

Lula – O Filho do Brasil

Pequenas Histórias

O Signo da Cidade

Titãs – A Vida até Parece uma Festa

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Agenda BR: Cinema no Rio


Uma expedição cinematográfica no vale do São Francisco. Talvez seja esta a melhor definição para o projeto Cinema no Rio, que desde 2004 cuida de popularizar e difundir a sétima arte, exibindo filmes nacionais nas comunidades ribeirinhas.

Em 2010 o projeto irá percorrer 19 localidades do interior de Minas Gerais e da Bahia entre os dias 8 de setembro e 2 de outubro. A programação é gratuita com exibição em praça pública, e inclui desde os clássicos até alguns dos mais recentes lançamentos cinematográficos produzidos no Brasil.

Programação

Em cada uma das 19 localidades participantes do Cinema no Rio, acontecem 2 exibições de longas metragens, em película 35mm, e pelo menos uma projeção de animação e uma de curta-metragem. Confira os longas avaliados pelo CineDude:



Garoto Cósmico
9/9 Andrequicé (MG)
11/9 Buritizeiro (MG)
13/9 Barra do Guaicuí (BA)
22/9 Pedras de Maria da Cruz (MG)
25/9 Matias Cardoso (MG)
29/9 Malhada (BA)
1/10 Angico (BA)
2/10 Barra de Parateca (BA)

O Homem que Engarrafava Nuvens
11/9 Buritizeiro (MG)
19/9 São Francisco (MG)
23/9 Januária (MG)
26/9 Manga (MG)
30/9 Carinhanha (BA)



O Menino da Porteira
12/9 Pirapora (MG)
17/9 Cachoeira da Manteiga (MG)
24/9 Itacarambi (MG)
26/9 Manga (MG)

Pequenas Histórias
8/9 Felixlândia (MG)
15/9 Ibaí (BA)
16/9 Ponto Chique (MG)
1/10 Angico (BA)
2/10 Barra de Parateca (BA)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estreias da Semana



B1 - Tenório em Pequim — Para ele, não há limites.


Como Cães e Gatos 2 – A Vingança de Kitty Galore (Cats & Dogs: The Revenge of Kitty Galore) — Como os agentes secretos de verdade, só que com mais pêlos.

Enfim Viúva X (Enfin veuve) — A eterna história da viúva alegre.

Um Mar de Aventuras 3D X (Under the Sea 3D) — Um mundo além da imaginação.

Napoli, Napoli, Napoli X — Toda a força da máfia napolitana.

Nosso Lar — Baseado na obra de Chico Xavier.

Programa Casé – O que a Gente não Inventa, não Existe — Ele foi o primeiro a criar o rádio como conhecemos.

[REC] Possuídos ([REC] 2) — Há lugares que nunca devem ser visitados.

 
X Estreia em São Paulo e Salvador.
X Estreia apenas em São Paulo.

B1 – Tenório em Pequim



Sinopse: A jornada do judoca deficiente visual Antônio Tenório, um dos poucos no mundo a competir tanto em campeonatos paraolímpicos quanto regulares, enquanto se prepara para disputar uma quarta medalha de ouro, em Pequim.


Ficha Técnica
B1 – Tenório em Pequim
Roteiro e Direção: Rafael Braga, Eduardo Hunter Moura
Elenco: Antônio Tenório
Duração: 99 minutos
País: Brasil


 por Marcelo Fontana

(Spoilerômetro: )

O documentário B1 – Tenório em Pequim, dirigido por Rafael Braga e Eduardo Hunter Moura, narra a trajetória do judoca Antônio Tenório, que é deficiente visual, com foco em sua preparação para os Jogos Paraolímpicos de Pequim, em 2008. O “B1” do título refere-se ao nível de sua deficiência: Tenório não possui qualquer resquício de visão.

Dificilmente alguém não se empolgaria com a história do homem que, apesar de todas as dificuldades (e coloque dificuldade nisso), emerge triunfante e crava seu nome na história do esporte mundial. Impossível não simpatizar com sua simplicidade, garra e postura inabalável. O filme aposta na força de seu protagonista para conquistar o público.


Pessoalmente – e talvez minha opinião seja embasada no fato de estar profundamente envolvido com artes marciais –, gostei e considero altamente recomendável.


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Enfim Viúva



Sinopse: Anne-Marie vive um casamento de aparências com Gilbert – seu coração pertence a Léo. Quando Gilbert morre em um acidente, o caminho para os amantes parece estar desempedido. A família dela, que acha que Anne-Marie terá dificuldade em passar pelo luto, inadvertidamente atrapalha a união dela com Léo.


Ficha Técnica
Enfim Viúva (Enfin veuve)
Direção: Isabelle Mergault
Roteiro: Jean-Pierre Hasson, Isabelle Mergault
Elenco: Michèle Laroque, Jacques Gamblin, Wladimir Yordanoff, Tom Morton, Valérie Mairesse
Duração: 93 minutos
País: França


Nem comédia, nem romance
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O espectador brasileiro está habituado ao humor nacional e ao produzido nos Estados Unidos. Com um título desses, o francês Enfim Viúva (Enfin veuve) passa a impressão de ser uma comédia. Apesar do humor francês desembarcar no circuito brasileiro de cinemas de tempos em tempos, não se pode dizer que o gênero é garantia de sucesso.

Mesmo assim, fitas como Mais que o Máximo e 15 Anos e Meio entram em cartaz com certa freqüência. Pois bem, quem gosta de se divertir com piadas no sotaque francês corre o risco de se frustrar com a nova direção de Isabelle Mergault.

As piadas do roteiro estão concentradas nas enrascadas que Anne-Marie enfrenta para tentar se encontrar com seu amante depois que fica viúva. Os familiares a cercam de cuidados temendo que ela não supere a perda repentina do marido. Entretanto, ela já não o amava há anos. As confusões que só atrasam a resolução do conflito deveriam ser engraçadas, mas acabam apenas enervando a plateia.

Uma possível salvação para Enfim Viúva seria contar com uma faceta romântica forte e apostar na emoção. Infelizmente os elementos falhos no  roteiro impedem que isso aconteça. Quando o filme começa, Anne-Marie já não ama mais seu marido e mantém uma relação adúltera com Léo há dois anos. Gilbert não é apresentado como um homem mal para que se crie antipatia pelo personagem. Flashbacks para mostrar como nasceu o amor proibido entre Anne-Marie e Léo não fazem parte das cenas do filme.

Sem talento para comédia, sem uma pegada intensa para o romance ou o drama; Enfim Viúva acaba sem foco. Isso explica porque o filme demorou três anos desde sua produção na França para finalmente estrear no Brasil.


Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galore



Sinopse: Kitty Galore rouba códigos de satélites e tem um plano maligno que afeta cães e humanos. Para detê-la o Cãotel General conta com o reforço de Diggs, um atrapalhado pastor alemão.


Ficha Técnica
Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galore (Cats & Dogs: The Revenge of Kitty Galore)
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Ron J. Friedman, Steve Bencich
Elenco: James Marsden, Nick Nolte, Christina Applegate, Katt Williams, Bette Midler
Duração: 82 minutos
País: EUA, Austrália


James Bond Jr.
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: trailer)

A franquia de espionagem 007 é claramente a maior inspiração de Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galore (Cats & Dogs: The Revenge of Kitty Galore). Seus créditos iniciais estilosos e com música sensual abusam da marca registrada de James Bond.

Como o filme é destinado ao público infantil, as várias referências podem ser encaradas como um prêmio aos pais que acompanharem os pequenos espectadores no cinema. Por causa do público-alvo, a fita só terá cópias dubladas no circuito brasileiro.

Com isso, não se poderá perceber a participação de Roger Moore na voz de um dos cachorros. O ator inglês foi quem mais vezes interpretou James Bond no cinema, com sete filmes na carreira. Seu personagem chama-se Tab Lazenby, com o mesmo sobrenome de seu antecessor como intérprete do famoso agente secreto britânico. Outros personagens de Como Cães e Gatos 2 contêm alusões a 007 e outros filmes.

Os animais na tela envolvem-se em cenas de ação e outras estripulias. Para que tudo isso seja realizável, a produção mistura animais treinados, computação gráfica e animatronics. Na maioria das vezes o resultado é satisfatório, mas alguns bonecos criados para emular gatos são bem esquisitos.

No final, Cães e Gatos 2 é uma boa opção de diversão em família. Os efeitos da projeção 3D são competentes, mas não essenciais para se aproveitar o título.


Nosso Lar



Sinopse: André Luiz é um médico que, depois de morto, vai parar no Umbral, uma espécie de purgatório. El é resgatado e vai morar na colônia espiritual Nosso Lar. Lá André aprenderá sobre a vida espiritual.


Ficha Técnica
Nosso Lar
Roteiro e Direção: Wagner de Assis
Elenco: Renato Prieto, Fernando Alves Pinto, Rosane Mulholland, Inez Viana, Rodrigo dos Santos, Werner Schünemann
Duração: 102 minutos
País: Brasil


Vida além da vida
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )


Com tanta aridez, violência e pobreza nos temas tratados pelo cinema nacional, Nosso Lar chega para explorar o recém-consolidado filão das produções brasileiras. Com resultados sólidos em bilheterias, os mais pacíficos filmes espíritas chegaram para ficar definitivamente.

A adaptação do romance psicografado por Chico Xavier carrega no roteiro uma característica comum a esse tipo de literatura: o filme conta uma história simplista. A mensagem é bem clara logo no começo, o que não impede que a mesma seja reforçada constantemente. Há inclusive algumas referências ao méduim mineiro nos diálogos que os espíritos travam na cidade espiritual.

Na parte técnica, Nosso Lar traz efeitos visuais diferentes do que se vê em outras produções brasileiras – o que parece bem lógico, já que a maior parte do enredo se passo no mundo espiritual. Para essa área, foram convocados profissionais estrangeiros. Em algumas cenas os elementos criados por computação gráfica integram-se muito bem com os objetos reais. Mesmo sem serem sempre bem realizados pode se considerar que os efeitos sejam um ganho para o conjunto.

Outra colaboração de fora do país está na trilha composta para acompanhar os aprendizados de André Luiz no além-vida. O músico indicado ao Oscar Philip Glass (As Horas) deixa sua marca nas músicas e soma emotividade para os interessados no Espiritismo.

Nosso Lar cumpre sua missão de tocar os corações dos que seguem a fé de Alan Kardec e também daqueles que têm curiosidade em saber mais do assunto. No entanto, quem não se encaixar nesses grupos pode achar o filme viciado em clichês.


Dudeshop:
• Livro Nosso Lar, de Francisco Cândido Xavier (Ed. FEB)
• Audiolivro Nosso Lar, de Francisco Cândido Xavier (Ed. Elevação)