quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Os Donos da Noite



Sinopse: Bobby é um promissor gerente de uma casa noturna de Nova Iorque, mas seu pai e irmão são policiais que lutam contra o tráfico de drogas. A relação familiar é posta em cheque, pois um perigoso traficante é um dos clientes da danceteria onde Bobby trabalha.


Ficha Técnica
Os Donos da Noite (We Own the Night)
Roteiro e Direção: James Gray
Elenco: Joaquin Phoenix, Eva Mendes, Mark Wahlberg, Robert Duvall, Alex Veadov
Duração: 117 minutos


Filme policial com tempero oitentista
  por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O enredo de Os Donos da Noite (We Own the Night) se passa em 1988. Este fato é muito pouco explorado, tanto no figurino e cabelos, quanto na trilha musical. Exceto por algumas poucas canções – destaque para "Heart of Glass", logo no começo –, a seleção musical é escassa e decepciona, considerando que o protagonista é gerente de um clube de dança.

Mesmo com quase duas horas de duração, o filme é bem conciso: quando o espectador menos espera, o clímax é vislumbrado. Boas cenas de ação, reviravoltas surpreendentes na trama e tensão garantem para que os minutos voem e mantêm o entretenimento que um bom filme de ação merece. Por ter o velho jogo de gato e rato entre policiais e traficantes e Mark Wahlberg no elenco, é muito fácil de se lembrar de Os Infiltrados.

Além dos elementos citados anteriormente, a bela Eva Mendes (Motoqueiro Fantasma) é mais um atrativo para os rapazes. O final também é bem característico de produções voltadas ao público masculino, com o protagonista, bem furioso com todos os obstáculos que teve de superar, tomando atitudes “de macho”.

Outro presente são as frases de efeito, muitas vezes cômicas, proferidas pelos personagens. Só para se ter um gostinho, segue um exemplo (do início do filme, para não estragar): “Se você mija nas calças, fica quente por pouco tempo.” Tem-se, portanto, um bom filme policial que irá agradar principalmente homens com mais de 30 anos.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

À Prova de Morte



Sinopse: Stantman Mike perambula pelo Texas caçando grupos de mulheres que viajam pelo estado. Ele usa seu carro para assassinar suas belas vítimas.


Ficha Técnica
À Prova de Morte (Death Proof)
Roteiro e Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Kurt Russell, Zoe Bell, Rosario Dawson, Vanessa Ferlito, Sydney Tamiia Poitier, Tracie Thoms, Mary Elizabeth Winstead, Quentin Tarantino
Duração:114 minutos


 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

Tarantino começou sua carreira em grande estilo, com Cães de Aluguel, um filme sobre gangsteres. Voltaria ao tema em suas produções seguintes: o excepcional Pulp Fiction e o legalzinho Jackie Brown. Depois, Tarantino comporia o já clássico do cinema contemporâneo Kill Bill, filme em dois volumes que mescla ninjas, lutas de espadas, elementos de filmes de samurais, faroeste e, como não poderia deixar de ser, gangsteres.

Mas no universo criado pela mente desse louco ainda estão filmes que ele roteirizou como Amor a Queima-Roupa e Assassinos por Natureza ou mesmo filmes que ele apenas participou, como os do seu amigo Robert Rodriguez, em especial Um Drink no Inferno.

Em todos eles, Tarantino e seus amigos vão compondo uma mitologia complexa e interligada que presta homenagens a diversos tipos de filmes B dos anos 50, 60, 70 e 80. Em À Prova de Morte (Death Proof), Tarantino busca ampliar essa mitologia em um gênero que ainda não domina que é o terror.

Ele já produziu alguns, como O Albergue, já até estrelou um como coadjuvante em Um Drink no Inferno, mas só agora arriscou a direção de um filme “grindhouse” (filmes de terror trash com litros de sangue falso). Grindhouse é um nome emprestado inclusive para o título deste filme, que nos EUA originalmente foi lançado em conjunto com Planeta Terror, de Robert Rodriguez, numa versão mais enxuta.

E o resultado é satisfatório, principalmente porque À Prova de Morte é, sobretudo, um filme de Tarantino. Há bastante violência, cenas de insinuação sexual, palavrões e personagens de outros filmes (por exemplo, os xerifes de Kill Bill e Um Drink no Inferno). Há também uma seqüência com um diálogo na cafeteria com o grupo de garotas que protagonizam o filme que é idêntica ao diálogo inicial de Cães de Aluguel.

A história pode ser considerada até tola: um maníaco perseguindo mocinhas na auto-estrada. Mas o desenvolvimento, os diálogos, as interpretações, a fotografia imitando os filmes trash dos anos 70, tudo isso dá um charme a mais que vale o ingresso.

Interessante que o filme foi um sucesso de crítica nos EUA e um fracasso de bilheterias. Creio que isso se dá porque, apesar de ser um filme bom, ele não é um filme fácil. Pode soar pedante, mas para entendê-lo é preciso referências e um pouquinho de sagacidade, e não necessariamente é o que o público gringo tem de sobra.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sombras de Goya




Sinopse: O pintor espanhol Francisco Goya se envolve com a Inquisição quando sua musa é acusada de heresia. O pai da moça pede para o artista interceder junto a Lorenzo, um padre que ele está retratando, para que ela seja solta.


Ficha Técnica
Sombras de Goya (Goya’s Ghosts)
Direção: Milos Forman
Roteiro: Milos Forman, Jean-Claude Carrière
Elenco: Javier Bardem, Natalie Portman, Stellan Skarsgård, Randy Quaid
Duração: 113 minutos


Pintor político
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Francisco Goya (1746-1828) foi um artista com grande teor político em suas pinturas, como em Os Fuzilamentos de Três de Maio (veja abaixo). Por essa razão Sombras de Goya (Goya’s Ghosts) retrata o cenário político do fim da Idade Média e o começo da Era Moderna tendo o pintor espanhol como protagonista. A vertente artística é preterida em relação às questões políticas e religiosas da época – uma pena para os apreciadores das artes plásticas.


O roteiro traz uma história interessante e que envolve, causando revolta em relação aos injustos inquéritos do Santo Ofício. Com isso em mente, uma das melhores cenas é a do jantar do padre Lorenzo na casa da família de Inés, a jovem acusada de heresia. A falha mais saliente no roteiro está no meio do enredo, quando há vários conflitos pendentes, e o filme dá um salto de 15 anos no futuro deixando o público desnorteado.

Outro problema é os personagens falarem inglês, quando a história se passa na Espanha. Como se não bastasse os criados e os figurantes falarem espanhol, há personagens franceses e ingleses – e todos falam inglês, magicamente sem problemas de comunicação.

Merecem congratulações a equipe de maquiagem, que conseguiram deixar Natalie Portman (V de Vingança) menos bonita. Além da atriz israelense, o elenco conta com ótimos trabalhos do espanhol Javier Bardem (Mar Adentro) e do sueco Stellan Skarsgård (Piratas do Caribe) que, pelo que se pode ver em retratos, está muito parecido com o pintor.

Sombras de Goya poderia ser uma ótima aula de História da Arte, já que também mostra pinturas de Velázquez e Bosch; mas é mais válido para aprendizado de História Geral.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Across the Universe





Sinopse: Jude é um jovem estivador inglês que decide ir aos Estados Unidos em busca de seu desconhecido pai e da esperança de novas oportunidades em plena década de 1960. Chegando lá, encontra os movimentos pacifistas durante a Guerra do Vietnã.



Ficha Técnica
Across the Universe
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Dick Clement, Ian La Frenais
Elenco: Evan Rachel Wood, Jim Sturgess e Joe Anderson
Duração: 131 minutos


 por Carla Bitelli

(Spoilerômetro: )

Não se engane pela sinopse clichê: este filme está longe de ser mais um sobre a Guerra do Vietnã.

Ao contrário disso, as peculiaridades em Across the Universe começam desde o primeiro instante. Jude (Jim Sturgess) aparece em uma praia, sozinho e triste, cantando "Girl", dos Beatles. Esse é apenas o início de um musical cuja trilha sonora é composta somente por músicas do mais famoso grupo inglês.

A partir de então nos é apresentado uma retrospectiva da vida de Jude, mostrando tudo o que aconteceu antes. Em especial como ele conhece Lucy (Evan Rachel Wood), irmã de seu melhor amigo americano Max (Joe Anderson), como eles se apaixonam e o que acontece com ela.

Depois há a continuação da história, praticamente toda passada em Nova York, centro das manifestações contra a guerra – indo de encontro à postura suburbana em que estavam inseridos Max e Lucy.

Com diversos momentos psicodélicos e esteticamente bem cuidado, o que torna o filme ainda mais interessante são os momentos em que as músicas são usadas. Normalmente fora do contexto a que estamos acostumados. Palmas para os diretores de fotografia, som e arte.

Across the Universe é um daqueles filmes espetaculares, não só pela excelente produção como também por tudo o que propõe (ideias, emoções, gêneros narrativos). Daqueles em que se sai do cinema com a sensação de ter visto, finalmente, algo de bom na telona.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Morte no Funeral







Sinopse: Daniel acaba de perder seu pai e está organizando o funeral. Ele tem de lidar com uma série de dificuldades: o famoso irmão egoísta, a cobrança de sua esposa e o amante secreto de seu finado pai.


Ficha Técnica
Morte no Funeral (Death at a Funeral)
Direção:
Frank Oz
Roteiro:
Dean Craig
Elenco:
Matthew Macfadyen, Keeley Hawes, Andy Nyman, Ewen Bremner, Daisy Donovan, Alan Tudyk
Duração:
90 minutos


Comédia teatral
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

É de se esperar que o humor de Morte no Funeral (Death at a Funeral) seja negro e as pessoas sintam-se mal ao mesmo tempo em que riem de situações mórbidas. A verdade é que a nova comédia orquestrada por Frank Oz tem um teor cômico parecido com seu trabalho anterior, Mulheres Perfetas (2004): um humor leve obtido através de um cenário absurdo.

O roteiro escrito originalmente para a telona mais parece ter sido pensado para os palcos de teatro, com várias situações de “entra e sai da sala”. As situações engraçadas são telegrafadas, mas mesmo assim conseguem arrancar boas risadas. O ponto forte é a viagem alucinógena de Simon – papel de Alan Tudyk (o pirata de Dodgeball).

Além dele, o elenco conta com outros nomes conhecidos para os apreciadores do cinema britânico. Entre eles, Justin Bremner (Match Point) e Rupert Graves (V de Vingança). O novo astro da comédia Peter Dinklage (Vira Lata) faz uma participação que lhe dá abertura para mostrar seu talento como ator.

A música parece ser o problema em Morte no Funeral, repetindo-se à exaustão e presente em momentos em que se faz totalmente dispensável. Trata-se de uma pequena falha, que não compromete o resultado final.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford




Sinopse: Robert Ford entra no bando de Jesse James, apenas para se tornar famoso e matar o matar o mais temido pistoleiro do Oeste.

Ficha Técnica
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
Direção e Roteiro: Andrew Dominik
Elenco: Brad Pitt, Casey Afleck
Duração: 160 minutos


 por Guilherme Kroll

(Spoilerômetro: )

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford é o filme que revisita a história lendária do pistoleiro e temido bandido Jesse James. A obra valeu o prêmio de melhor ator para Brad Pitt no Festival de Cinema de Veneza em 2007.

O filme se foca no relacionamento entre Jesse James e Bob Ford e como Bob de fã se tornaria no assassino de seu ídolo. Quem for assisti-lo deve esquecer as histórias de faroeste clássicas da morte de Jesse James. O longa é essencialmente um drama feito para arrebatar prêmios e emocionar audiências.

Tanto Pitt quanto Casey Afleck estão excelentes em seus papéis e muito bem dirigidos por Andrew Dominik. O diretor fez um trabalho competente, com alguns efeitos diferentes, como quando há trechos com a narrativa em off, onde a imagem é diferenciada, tornando-se mais embaçada. É possível sentir o dedo do produtor Ridley Scott, como por exemplo na cena em que Jesse James passa a mão no campo de trigo, exatamente como o protagonista de Gladiador fazia.

A trilha sonora é eficaz para o clima do filme. Já a direção de arte é perfeita, mostrando o Velho Oeste inserido na Era Vitoriana, mas com roupas mais surradas.

O principal problema do filme é não saber quando acabar. A produção tem cerca de 2h30 e após o tal assassinato de Jesse James, o filme se arrasta por mais muito tempo cansando o espectador.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ultimato Bourne






Sinopse: Agentes do governos rastreiam Jason Bourne para eliminá-lo utilizando um novo programa do governo, o Blackbriar. Mas agora ele volta a atacar com o intuito de finalmente descobrir sobre seu passado.


Ficha Técnica
Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum)
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Tony Gilroy, Scott Z. Burns, George Nolfi
Elenco: Matt Damon, Julie Stiles, Joan Allen, Scott Glen
Duração: 115 minutos


 por Guilherme Kroll Domingues

(Spoilerômetro: )

É inegável que o cinema americano sofre de uma carência nessa primeira década do século XXI, a ausência de grandes nomes para filmes de ação. Tanto que Stallone, Bruce Willis e Harrison Ford reviveram seus personagens clássicos Rambo, John Mclane e Indiana Jones respectivamente. Apesar da ausência de grandes nomes em filme de ação, os anos 2000 produziram uma ótima franquia do gênero, a trilogia Bourne.

Começou com o bom trabalho de Matt Damon na adaptação do livro de Roberto Ludlun, Identidade Bourne de 2002. O ótimo diretor Paul Greengrass entrou na sequência, que deixou um pouco a desejar, mas ainda divertia, Supremacia Bourne de 2004. Agora a dupla volta para fechar a saga em Ultimato Bourne.

O filme soa um pouco como uma refilmagem do anterior, pois a história é muito semelhante, com Pamela Landy caçando Jason Bourne, uma trama podre rolando dentro de agências do governo etc. O diretor até mesmo usa uma sequência inteira do filme anterior no meio da história. Mas, ainda assim, é uma produção que diverte e deixa o leitor sem fôlego com as cenas de ação.

A trama começa exatamente de onde Supremacia Bourne parou, com a perseguição em Moscou. Bourne dessa vez vai atrás de resolver suas pendengas com o governo e descobrir quem ele realmente é.

No quesito direção, Paul Greengrass é muito eficiente. Seu trabalho tem cortes rápido, lembrando muito um videoclipe. Há quem não goste, mas combina bem com o espírito da série. Uma dica, o filme perde muito da qualidade visto na TV ou no computador, quem puder acompanhe-o no cinema.

O principal problema do filme é a falta de carisma de Matt Damon. Ele não é ruim, mas falta a ela o charme que Stallone ou Schwarzenegger tinham.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Bubble



Sinopse: Noam, Yali e Lulu são três jovens que moram juntos, dividindo um apartamento em Tel Aviv. O palestino Ashaf chega e apaixona-se por Noam. Para ajudá-lo os outros dois moradores arrumam emprego e guardam o segredo de sua origem, apelidando-o com um nome judaico.

Ficha Técnica
Bubble (Ha-Buah)
Direção: Eytan Fox
Roteiro: Eytan Fox, Gal Uchovsky
Elenco: Ohad Knoller, Alon Friedman, Daniela Virtzer, Yousef 'Joe' Sweid
Duração: 117 minutos


Juventude do III milênio
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Bubble (Ha-Buah) significa “bolha”, em inglês. Os protagonistas do filme vivem uma região envolvida em guerras entre judeus e árabes, mas ao contrário da maioria defendem a co-existência dos dois povos. Eles só querem viver suas vidas e aproveitar a juventude.

A postura pós-moderna adotada pelos personagens é um dos sintomas da modernidade (no bom sentido) do filme. Noam, Yelli e Ashraf são gays e a apresentação de cada um não considera a orientação sexual deles como algo bizarro. O mais interessante é que eles são totalmente diferentes entre si. Yelli é mais “biba”, Noam é mais retraído e Ashraf tem de esconder sua sexualidade da família a todo custo.

A mensagem que se pode carregar de Bubble é que a juventude é igual em qualquer ponto do globo terrestre. Eles gostam de festas regadas a álcool e drogas ilícitas recreativas, vivendo longe dos olhos dos pais e didvidindo abertamente suas experiências sexuais. Até o som que eles ouvem pode ser encontrado na disqueteira de um universitário brasileiro: bandas alternativas como Nada Surf e Belle & Sebastian, e MPB moderna – há quatro canções brasileiras na trilha, a maioria interpretada por Bebel Gilberto.

A verdade é que se têm dois filmes. A trama pode ser dividida muito claramente em antes e depois da rave organizada pelos protagonistas. Não poderia haver um divisor de águas melhor: uma festa-protesto. Depois da celebração, a situação começa a ficar mais séria e a diversão é colocada de lado.

A edição de imagens traz mudanças de cenas bem-executadas, principalmente nas seqüências de sexo. Com um final que surpreende, Bubble é uma bela demonstração da forma como a vida é encarada pela nova geração.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Atravessando a Ponte: O Som de Istambul





Sinopse: O roqueiro alemão Alexander Hacke viaja até Istambul para pesquisar a música pop e o rock produzidos na Turquia. Equipado com vários microfones, ele grava canções de bandas, cantores e apresentações onde ele próprio participa.


Ficha Técnica
Atravessando a Ponte: O Som de Istambul (Crossing the Bridge: The Sound of Istanbul)
Roteiro e Direção: Fatih Akin
Elenco: Alexander Hacke, Baba Zula, Orient Expressions, Duman
Duração: 90 minutos


Musicalidade oriental
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Istambul é uma cidade única no mundo: tem uma parte de seu território na Europa e outra na Ásia, separadas pelo estreito de Bósforo. Conhecida nos livros de História como Bizâncio ou Constantinopla, Istambul é o símbolo máximo da interação oriente-ocidente. Tendo isso em mente, Alexander Hacke cataloga todas as expressões musicais que consegue e as compila no documentário Atravessando a Ponte: O Som de Istambul (Crossing the Bridge: The Sound of Istanbul).

De forma democrática, Hacke concede espaço para cantores clássicos do passado e para bandas modernas, sendo muito respeitoso com todos seus convidados. A variedade de tipos deixa o filme estruturado por apresentações musicais que se utilizam da linguagem de videoclipes e por relatos da experiência feitos pelos músicos e por outras pessoas. Há ainda um bom trabalho de pesauisa de imagens de arquivo para dar um pouco do histórico.

Alexander segue o exemplo de Darwin, que viajou à Patagônia e descobriu como espécies semelhantes a que ele conhecia se adaptaram a um ambiente diferente. Dessa mesma forma, os intérpretes turcos absorveram muita influência ocidental, mas não perderam suas raízes orientais. O resultado da mistura é um som único e encantador. Aqueles que tiverem musicalidade em suas veias irão ficar balançando a cabeça e sorrindo na maior parte do filme.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Zodíaco



Sinopse: Baseado na história real do serial killer Zodíaco, que cometeu uma série de assassinatos aparentemente aleatórios nas décadas de 60 e 70. Embora vários investigadores tenham trabalhado no caso, com destaque para David Toschi; foi o cartunista Robert Graysmith que chegou mais longe em sua pesquisa.


Ficha Técnica
Zodíaco (Zodiac)
Direção: David Fincher
Roteiro: James Vanderbilt
Elenco: Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Anthony Edwards, Robert Downey Jr
Duração: 158 minutos


Investigação e obsessão
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Normalmente quando se tem um roteiro bom, vários atores famosos se candidatam para trabalhar na concretização do filme. É exatamente o que acontece com Zodíaco (Zodiac): só no elenco de apoio há grandes nomes. Os protagonistas são interpretados por Jake Gyllenhaal (Brokeback Mountain) – que poderia ter sido melhor envelhecido pela equipe de maquiagem conforme passam-se os anos – e Mark Ruffalo (Dizem Por Aí), enquanto Robert Downey Jr. (A Pele) traz um pouco de humor para o texto.

Com 158 minutos, Zodíaco é um filme longo e pode parecer cansativo para aqueles que não são muito fãs de investigação criminal. A duração é justificada pela enorme quantidade de personagens entre vítimas, suspeitos e investigadores. Faz-se necessário um certo tempo para que se possa absorver tanta informação e não se perder.

A direção é responsabilidade de David Fincher que já tem um belo portifólio que lhe dá algum crédito: Quarto do Pânico (2002), Clube da Luta (1999) e Se7en (1995). Ele corresponde a seu passado de sucesso e mostra seu talento e coragem – as cenas em que o assassino age são objetivas e tensas. David espertamente brinca com a percepção do espectador ao escalar três atores diferentes apenas para interpretar o personagem-título. Nenhum deles atua como um dos suspeitos abordados pelo roteiro.

Zodíaco é feito para quem curte saber sobre verdadeiros serial killers ou crimes marcantes. Para esse tipo de pessoa, é altamente recomendável conferir o livro sobre o qual se baseou a realização do filme. As duas obras são complementares e a experiência só será plena para quem for atrás dos dois.

terça-feira, 22 de maio de 2007

O Hospedeiro







Sinopse: Um monstro mutante aterroriza a região do rio Han, em Seul. A criatura captura a filha de Gang-Du e a família inteira se mobiliza para resgatar a garota.


Ficha Técnica
O Hospedeiro (Gwoemul)
Direção: Joon-ho Bong
Roteiro: Chul-hyun Baek, Joon-ho Bong, Jun-won Ha
Elenco: Kang-ho Song, Hie-bong Byeon, Hae-il Park, Du-na Bae, Ah-sung Ko
Duração: 119 minutos


Peixezilla
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O que mais impressiona em O Hospedeiro (Gwoemul) é a qualidade dos efeitos visuais, que costumam ser ridículos no cinema oriental. Com o suporte de um empresa de São Francisco, uma criatura assustadora e bizarra foi criada pela animação computadorizada. A fera exibe movimentos ágeis e convence – apesar de haver alguns momentos, mais para o fim do filme, em que os efeitos poderiam ser mais bem trabalhados.

Toda a emoção é criada através dos conflitos entre os membros da família e da união entre eles para salvar a pequena Hyun-seo. Além do lado mais humano, a fita satisfaz os fãs de “filme de monstro” com sequências emocionantes de caçada.

O protagonista é o pai da menina raptada e sofre de problemas mentais. Logo no começo, é provável que ele não conquiste a simpatia do espectador, mas ele consegue virar o jogo mais adiante por causa de sua determinação em salvar a filha e da boa atuação de Kang-ho Song.

A presença estadunidense é caricaturizada pelo roteiro. Toda vez que se têm algum personagem norte-americano ele está fazendo algo questionável, no mínimo. Só para se ter uma idéia eles são os culpados pela criação do monstro e também são deles as piores idéias para resolver os problemas. Um prato cheio para quem já se cansou de ver os EUA como os grandes salvadores da humanidade.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ventos da Liberdade




Sinopse: Dois irmãos se envolvem em uma revolução que visa conquistar a independência da Irlanda no ano de 1920. Damien abdica a carreira médica em nome da luta e Teddy é um guerrilheiro nato.


Ficha Técnica
Ventos da Liberdade (The Wind tha Shakes de Barley) 
Direção: Ken Loach 
Roteiro: Paul Laverty 
Elenco: Cillian Murphy, Padraic Delaney, Liam Cunningham 
Duração: 127 minutos


História pouco conhecida
  por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O elenco de Ventos da Liberdade (The Wind That Shakes the Barley) é liderado pelo promissor Cillian Murphy (Café da Manhã em Plutão). Em mais um trabalho em que o jovem irlandês esbanja talento, fica cada vez mais palpável uma indicação ao Oscar em um futuro próximo.

O tema da produção é a luta armada pela independência da Irlanda. Incrivelmente, não há sangue na maior parte das cenas violentas. Há vários momentos em que personagens são alvejados por tiros e nem sequer uma gota de sangue é derramada. Mas o mais impressionante é que mesmo sem ter cenas sangrentas, a revolta consegue ser construída no coração do público, que passa a odiar os opressores.

O filme também é válido por retratar um pedaço da História pouco conhecido pelos brasileiros. A independência da Irlanda passa em branco nos currículos escolares, que se focam mais na questão religiosa da Irlanda do Norte. A aula fica um pouco incompleta e sente-se falta de alguns letreiros para explicar melhor a situação para os leigos.

No roteiro ainda há espaço para fugir dos clichês: enquanto na maioria dos filmes os revolucionários são retratados como altruístas visionários, em Ventos da Liberdade a realidade é mostrada. Revolucionários são pessoas descontentes com a situação atual e que lutam para mudá-la – simples assim.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

A Família do Futuro



Sinopse: Lewis, um menino órfão, é fanático por construir invenções, porém elas nunca funcionam direito. Na tentativa de encontrar sua mãe, ele acaba encontrando os Robinsons, a família do futuro.


Ficha Técnica
A Família do Futuro (Meet the Robinsons)
Direção: Stephen J. Anderson
Roteiro: Jon Bernstein, Michelle Bochner, Don Hall, Nathan Greno, Aurian Redson, Joseph Mateo, Stephen J. Anderson
Elenco: Daniel Hansen, Jordan Fry, Matthew Josten, Wesley Singerman
Duração: 95 minutos


 por Thaíse Costa


A Família do Futuro (Meet the Robinsons) é um filme feito para as crianças se divertirem. A história tem ideias bacanas, com elementos que certamente atraem os pequenos, como invenções e alguns cenários ultra-coloridos (lembrando jogos como os do Super Mario).

Um elemento interessante do filme é que ele pode ser visto em 3D no cinema, o que é uma experiência muito legal, principalmente com as crianças da sala fazendo voz de susto e admiração quando, por exemplo, parece que a mão do personagem vai encostar em você... Assistir o filme dessa maneira não é, entretanto, essencial.

Voltando ao conteúdo do filme em si, não podemos nos esquecer dos personagens. A maioria deles é muito interessante, mas, para a tristeza do público, são pouco explorados. Assim, acontece de alguns personagens secundários às vezes chamarem mais a nossa atenção do que os protagonistas.

Dessa vez a Disney deixou de lado a tentativa, muitas vezes forçada (vide O Galinho Chicken Little...), de tentar agradar tanto o público infantil quanto o adulto por meio de piadinhas que só os grandes entendem... isso no meio de uma história que deveria ser infantil. Mérito para a produção, afinal, os pequenos devem estar saturados desse tipo de foco.

Tudo isso não quer dizer que a fita não agrade a mais ninguém além das crianças... pelo contrário! A fita tem uma história bacana, com um “quê” de conto futurista. Tem cara do que a Disney já foi.

Com toda certeza A Família do Futuro conquistará o público dos pequenos e até, quem sabe, uma boa quantidade de adultos também. Não é uma obra-prima, mas vale pela emoção e, é claro, pela diversão.

quinta-feira, 8 de março de 2007

A Pele







Sinopse: O filme conta como Diane Arbus deixou de ser uma dona-de-casa mediana para se tornar uma das mais renomadas fotógrafas do século XX. Através do seu relacionamento com Lionel Sweeney, ela entra em contato com pessoas com anomalias que inspiram sua obra.


Ficha Técnica
A Pele (Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus)
Direção: Steven Shainberg
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Nicole Kidman, Robert Downey Jr., Ty Burrell
Duração: 122 minutos


"Acorda, menina" *
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: último parágrafo)

Com certeza o filme A Pele (Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus) atrairá um grande número de pessoas para assisti-lo por causa do elenco. Nicole Kidman (A Intérprete) e Robert Downey Jr. (O Homem Duplo) formam um casal que poderia estar em um grande filme, mas infelizmente o talento de ambos é desperdiçado em um roteiro fraco. Quem merece destaque é o pouco conhecido Ty Burrell (Amigas com Dinheiro), no papel de marido de Diane.

As legendas brasileiras estão aclamando A Pele como um filme baseado em uma história real. Na verdade, como anunciado pelo título original, o filme é apenas um “retrato imaginário”: Diane Arbus existiu de verdade, mas o enredo apresentado é fruto da imaginação da escritora Patricia Bosworth, autora do livro que originou o roteiro. Um pouco de honestidade não faz mal a ninguém!

Diane e sua família moram em um apartamento no térreo, enquanto Lionel mora pelo menos dois andares acima – como se percebe quando a protagonista sobe várias escadas para chegar até a casa de seu amigo. O problema é que mais adiante os dois abrem um alçapão ligando diretamente os dois apartamentos. Como isso é possível? Será que há algum portal de teleporte secreto no tal alçapão?

Todo o meio do filme é meramente contemplativo. Diane passeia ao lado de Leonel conhecendo pessoas e se encantando com o novo mundo que descobre. A passividade da protagonista acaba influenciando sua vida familiar e fica bem fácil antipatizar-se com sua (falta de) atitude.

O final de A Pele não empolga, sofrendo do mesmo mal de A Bela e A Fera. Todos querem que Bela fique com Fera e não com o príncipe bonitão debaixo da pelugem.

Bordão que Ana Maria Braga usa toda manhã para iniciar seu programa Mais Você.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Letra e Música






Sinopse: Alex Fletcher é um cantor da década de 1980 em assumida decadência. Uma grande estrela do pop atual, no entanto, é sua fã e lhe pede a composição de um hit. Quem o ajuda nesta empreitada é a atrapalhada Sophie, sua jardineira.


Ficha Técnica
Letra e Música (Music and Lyrics)
Roteiro e Direção: Marc Lawrence
Elenco: Hugh Gran, Drew Barrymore, Haley Bennett, Brad Garrett
Duração: 96 minutos


 por Thaíse Costa

(Spoilerômetro: )

Letra e Música (Music and Lyrics) é uma comédia romântica que cumpre seu papel e ainda diverte os que curtem o estilo pop dos anos 1980. Logo de cara, nos deparamos com um inusitado clipe do Pop!, grupo fictício do qual Alex Fletcher fez parte em seus tempos de glória. E não é difícil encontrar semelhanças com bandas e clipes da época relacionada – ocorre uma espécie de paródia nostálgica muito divertida.

O restante do filme é uma entrega ao fiel estilo de filmes do gênero. Mas o importante é destacar que tal entrega é bem executada. Cenas engraçadas, brigas e beijos... o pacote completo. Há também alguns diálogos inteligentes no que se refere ao hilário.

Não podemos, no entanto, deixar de destacar Cora Corman, vivida pela estreante Haley Bennett. Cora é a grande estrela pop que quer uma música de Alex Flechter. O mais interessante nesta personagem é que ela é bastante caricata... uma mistura de Björk, Shakira e Avril Lavigne, com direito a toda a excentricidade da primeira, o eterno rebolado da segunda e a jovialidade sem fim da última. Além disso, ela possui aquela indiferença que todos imaginam (e alguns comprovam) em artistas do gênero.

Letra e Música veio em boa hora, pois aproveita essa onda “retrô anos 80” que vivemos na atualidade. Justamente por isso, a fita é uma boa opção não somente para casais apaixonados e mocinhas sonhadoras, mas também para todo esse povo cujo combustível sonoro é pura nostalgia.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Borat: o Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Casaquistão Viaja À América




Sinopse: O repórter de TV do Casaquistão Borat é enviado aos Estados Unidos para retratar o país em um documentário. Ele ignora sua tarefa principal para localizar Pamela Anderson e casar-se com ela.


Ficha Técnica
Borat: o Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Casaquistão Viaja À América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan)
Direção:
Larry Charles
Roteiro:
Sacha Baron Cohen e Anthony Hines
Elenco:
Sacha Baron Cohen, Ken Davitian
Duração:
84 minutos


Humor politicamente incorreto 
  por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O apecto mais marcante em Borat: o Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Casaquistão Viaja À América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan) são as piadas. Até aí nada de surpreendente, considerando que o filme é uma comédia. A diferença está no humor politicamente incorreto ao extremo que é apresentado: há piadas homofóbicas, racistas e anti-semitas, entre outras.

O que poderia resultar em um desastre é facilmente contornado quando o protagonista é apresentado como um homem inocente que não teve oportunidade para entrar em contato com essas pessoas e só pôde receber informações cheias de misticismo e tradicionalismo irracional. O roteirista/ator principal Sacha Baron Cohen (Madagascar) tem certa moral para fazer piadas anti-semitas por ser de família judia e, por isso mesmo, os hebreus são os mais castigados pelo humor do filme.

Como é fácil de se notar, o título da fita é enorme; mas algo se perde na adaptação. Além de não ser uma tradução mais literal – que seria algo parecido com "Borat: Aprendizado Cultural da América para Benefício da Gloriosa Nação do Cazaquistão" –, perdem-se os erros gramaticais que são mais uma fonte de piadas do filme. Em alguns trechos, as legendas conseguem adaptar tais erros e manter a graça em algumas seqüências.

Há ainda espaço para a mistura de dois gêneros em um mesmo filme. Por causa da premissa inicial, Borat tem várias cenas com ares documentais forte. A autenticidade é sustentada devido às improvisações de Sasha interagindo com não-atores. O outro gênero que entra no enredo é o road movie, dessa vez por causa da viagem em busca do amor de Pamela Anderson. As diversas paradas dos personagens permitem que a estrutura do conjunto seja quase que episodial. Quem tiver desapego suficiente para rir das piadas, irá aproveitar uma ótima comédia.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

O Mestre das Armas






Sinopse: A biografia do mestre chinês de Artes Marciais Huo Yuanjia. Ele foi o fundador e guru espiritual da Federação Esportiva Jin Wu.


Ficha Técnica
O Mestre das Armas (Huo Yuan Jia)
Direção: Ronny Yu
Roteiro: Chris Chow, Chi-long To, Christine To
Elenco: Shido Nakamura, Betty Sun, Yong Dong, Hee Ching Paw, Jet Li
Duração: 103 mibutos


A "arte" em Artes Marciais
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Há algum tempo, Jet Li (Romeu Deve Morrer) anunciou que não iria mais participar de filmes que tivessem como temática as Artes Marciais. Antes de alguém conseguir responder o que seria da vida dele depois disso, ele voltou atrás por um bom motivo: a fita O Mestre das Armas (Huo Yuan Jia).

Quem também está de volta é o diretor Ronny Yu (Freddie Versus Jason), que não trabalhava com cinema chinês desde 1995. Nesse novo filme de ação, Ronny explora enquadramentos interessantes e, auxiliado por uma edição ágil, cria cenas emocionantes; embora o filme em si seja bem tradicional em vários aspectos – nas coreografias das lutas e no roteiro.

O título do filme em português foi mal escolhido, uma vez que na maior parte das batalhas a questão é resolvida com socos e chutes; portanto, sem utilizar armas. Em inglês a produção foi nomeada como Fearless – que pode ser traduzido como "Destemido" – e faz mais sentido, pois caracteriza melhor o protagonista.

A mensagem central do filme é tentar retratar por que as Artes Marciais são chamadas de artes, e pode-se entender um pouco de toda uma filosofia por trás da prática de um tipo de luta. Essa mensagem mais profunda infelizmente está sendo perdida nos dias de hoje, onde competições e medalhas são mais importantes do que a reflexão e o modo de vida saudável que deveriam ser o núcleo de quem está em um curso de Artes Marciais.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Uma Noite no Museu




Sinopse: A necessidade de um emprego estável leva Larry a ser o novo guarda noturno de um museu. Nada poderia dar errado... até sua descoberta de que todos os seres ali ganham vida.


Ficha Técnica
Uma Noite no Museu (Nigth at the Museum)
Direção: Shawn Levy
Roteiro: Robert Ben Garant, Thomas Lennon
Elenco: Ben Stiller, Carla Gugino, Dick Van Dyke, Mickey Rooney, Bill Cobbs, Ricky Gervais, Robin Williams, Owen Wilson
Duração: 108 minutos


 por Thaíse Costa

(Spoilerômetro: )

Uma Noite no Museu (Night at the Museum) é o típico filme feito pra descontrair todo mundo da família. Cenas engraçadas protagonizadas por Larry – interpretadas pelo já conhecido Ben Stiller (Zoolander) – somadas a um ótimo trabalho de efeitos visuais, tornam tudo muito leve e divertido.

As cenas iniciais em que as peças do Museu começam a se movimentar e interagir com o protagonista, como o esqueleto de dinossauro e uma daquelas cabeçonas da Ilha de Páscoa (ah! ela é a melhor!!), são as mais engraçadas. É também muito bacana ver figuras históricas e mitológicas vivas, como Cristóvão Colombo, Átila, homens das cavernas, um faraó... e todas interagindo umas com as outras! Enfim, você verá uma miscelânea de seres de todas as épocas, fazendo as coisas mais bizarras.

Na fita também estão Owen Wilson (Dois é bom, Três é Demais), o experiente Robin Williams e os mega-veteranos da comédia Dick Van Dyke e Mickey Rooney (o primeiro tinha um programa de comédia na TV americana há muitos anos e o segundo fez vários musicais).

O filme está muito bem produzido e bastante atraente, principalmente para o público infantil. Podemos ver nele, portanto, uma opção de lazer familiar que certamente não deixará ninguém decepcionado.