sábado, 24 de outubro de 2009

A Todo Volume








Sinopse: Três gerações de guitarristas (Led Zeppelin, U2 e White Stripes) se reúnem para falar sobre guitarras.


Ficha Técnica
A Todo Volume (It Might Get Loud)
Direção: Davis Guggenheim
Roteiro: -documentário-
Elenco: Jimmy Page, The Edge, Jack White
Duração: 100 minutos


 por Marcelo Rafael

(Spoilerômetro: )

A Todo Volume (It Might Get Loud) é um documentário sobre rock, estilos, influências, processos criativos e muito barulho. Muito som. Para ter vontade de sair do cinema e ir direto colocar o mp3 player ou pôr o som do carro ou de casa pra tocar.

O premiado diretor Davis Guggenheim (Oscar por Uma Verdade Inconveniente) reúne três grandes músicos de diferentes gerações para uma conversa sobre seus instrumentos de trabalho/diversão/paixão, a guitarra. O encontro é apenas um pretexto para repassar a carreira de cada um, suas relações com suas bandas e o que cada artista trouxe de novo para o mundo do rock. Com direito aos três tocando músicas uns dos outros.

Das décadas de 60 e 70, Jimmy Page (The Yardbirds e Led Zeppelin), conta que quando garoto, chegava a carregar seu violão para a escola para tocar durante o recreio. Aos 64 anos, ainda com jeito de garoto, comenta contentemente seu vinis em uma sala empanturrada de CDs e LPs.

Dos anos 80 e 90, The Edge (U2) mostra todo seu encantamento pelos aparatos eletrônicos e as sintetizações que eles causam no som da guitarra. Belo exemplo disso ocorre quando ele toca o riff de "Elavation" com e sem os efeitos do pedal.

Finalmente, um inseguro e observador Jack White (The Raconteurs e White Stripes) parece se sentir perdido ao lado de dois artistas que colocaram seu nome na história do rock. Sua relação com os instrumentos é o oposto da de The Edge, preferindo os sons puros e a experimentação não-eletrônica.

As horas e horas ouvindo música e produzindo som ao longo da juventude, resultaram no acúmulo de inspiração aos três, que só poderia reverter em criatividade e subsequente sucesso. E o mais interessante é ver que esse sucesso veio, justamente, porque cada um quis, como todo jovem rebelde, produzir algo diferente da geração anterior.

A contraposição de estilos e de personalidades fica evidente em momentos como os depoimentos de cada um sobre sua primeira guitarra. Enquanto Jack White ganhou uma guitarra velha pelo serviço de frete que prestou a seu irmão, Jimmy Page e The Edge compraram as suas.

Ao longo do filme, os suportes utilizados pelo diretor para ilustrar os diferentes momentos das carreiras também tornam patentes as diferenças sociais pré-fama. Fotos ajudam a contar a história de The Edge, enquanto animações e reconstituições completam a de Jack White. Jimmy Page é o único que teve recursos para ter filmagens da época.

Não podiam faltar cenas memoráveis de início de carreira, como um “James” Page, ainda adolescente, em um programa de TV, dizendo que queria ser biólogo ou uma performance do U2, um tanto cômica, à la Rolling Stones (com direito a Bono Vox de roupas justinhas e requebrando no estilo Mick Jagger).

Para muita gente, o rock e a guitarra ainda são apenas barulho. Este recorte das carreiras desses três caras mostra que é isso mesmo que eles querem fazer. Barulho. E fazem muito bem.

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