terça-feira, 22 de abril de 2014

Capitães de América

 por Guilherme Kroll

Spoilerômetro:  (?)


Quem vê Chris Evans pulando pra lá e pra cá como Capitão América nos cinemas pode não saber, mas o galã contemporâneo está longe de ser o primeiro a envergar esse mítico uniforme.

O personagem criado em 1941 por Jack Kirby e Joe Simon debutou na telona interpretado por Dick Purcell ainda durante o período da Segunda Guerra Mundial, em 1944, numa cinessérie da produtora Republic.

O espírito propagandista e a proximidade do lançamento original dos quadrinhos não garantiram uma fidelidade muito grande. Nessa primeira versão, o Capitão América não é mais o jovem franzino Steve Rogers, mas, sim, o procurador canastrão Grant Gardner. Em 15 episódios, a série cinematográfica não foi especialmente marcante, merecendo apenas uma nota de rodapé na imensa história do personagem.

Com o fim da guerra, o sentinela da liberdade caiu no ostracismo, tendo sido resgatado nos quadrinhos por Stan Lee e seu cocriador Jack Kirby nos primórdios do Universo Marvel, em 1963. Lee e Kirby colocaram o Capitão como um homem que, congelado no fim da Segunda Guerra, é despertado vinte anos depois por Namor e pelos Vingadores. Lutando para encontrar seu lugar na sociedade, logo o personagem tornou-se um enorme sucesso. Não demorou a ganhar uma animação só sua, para a TV, em 1966, mas que não foi para frente.

Com a Marvel a todo vapor e Stan Lee fazendo um grande esforço para levar seus personagens para o cinema no fim dos anos 1970, dois filmes foram lançados direto para a TV: Capitão América e Capitão América 2. Um mais terrível que o outro.

O objetivo era criar uma série nos moldes de Incrível Hulk, mas a péssima qualidade ajudou a enterrar o projeto.

Cerca de 11 anos depois, em 1990, o herói voltou às películas pelas mãos do diretor Albert Pyun. Mas, com um orçamento moderado, o filme foi um fiasco e nunca chegou a ser lançado nos Estados Unidos, mesmo tendo feito um relativo sucesso no mercado de home vídeo mundo afora. Mesmo assim, a produção era péssima, com um Caveira Vermelha italiano (?!) e um festival de canastrice. Não fez falta.

Já nos anos 2000, os Vingadores ganharam algumas animações e, quando a Marvel resolveu entrar de vez no mundo do cinema, o plano era lançar um grande filme com o supergrupo liderado pelo Capitão América. Hulk, Homem de Ferro e Thor ganharam produções competentes, abrindo caminho para a versão definitiva do Capitão, em 2011, que abriu as portas para Os Vingadores, em 2012, e Capitão América 2: O Soldado Invernal, de 2014, todos com êxito de crítica e público, provando que Steve Rogers é um personagem complexo e interessante o bastante para ter uma vida longa para além dos quadrinhos.