quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Deixa Ela Entrar






Sinopse: Oskar é um garoto solitário de 12 anos que é sempre incomodado por garotos valentões em sua escola. Sua solidão acaba quando ele conhece Eli, sua nova vizinha. Ela também tem 12 anos, há séculos...


Ficha Técnica 
Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in)
Direção:
Tomas Alfredson
Roteiro:
John Ajvide Lindqvist
Elenco:
Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar
Duração:
115 minutos


"I'd say you were within your rights to bite"*
  por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O primeiro amor é um tema que muitas pessoas gostam de ver no cinema (e nos livros, e na televisão,...), mas é algo muito difícil de ser transmitido com sinceridade. Além da idade difícil que os atores precisam ter, trata-se de uma questão delicada e sutil, sendo muito fácil passar do ponto e o conteúdo acabar de mau-gosto, forçado ou esquisito. Antes de ser um filme sobre vampiro, Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in) é uma obra linda por conseguir falar do primeiro amor da forma correta.

Os dois jovens protagonistas se conhecem aos poucos e os laços se estreitam gradativamente. O que pode agradar principalmente as meninas de temperamento forte é que nessa relação é Eli que está encarregada de proteger Oskar, uma forma de relacionamento poucas vezes abordada na ficção. A sutileza do sentimento deles pode ser traduzida pelo fato de que eles costumam se comunicar com batidas na parede que divide os apartamento em que moram, usando código morse para recadinhos amorosos.

No quesito vampiresco do roteiro também existem diferenciais, que vão além do fato de que se trata de um casal formado por uma vampira e um mortal. Algumas facetas sobre a vida dessas criaturas da noite são melhor explicadas (como o fato de os vampiros precisarem ser convidados para entrar em um local), enquanto outras questões recebem um tratamento mais aprofundado do que em outros meios.

Para quem é fãs dos vampiros, boas cenas assustadoras podem ser esperadas. Eli pode ser uma criatura aparentemente fofa, mas lembrem-se que ela tem necessidade de sangue humano. Não há espaço para o "vegetarianismo" da saga Crepúsculo!

* Verso da música "Let the right one slip in", de Morrissey, que pode ser traduzido por "Eu diria que você estava no seu direito de morder". A música inspirou o nome do romance e do filme.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bellini e o Demônio



Sinopse: O detetive Bellini é contratado por uma pessoa misteriosa. Sua missão é recuperar um livro que estaria relacionado a sangrentos assassinatos.


Ficha Técnica
Bellini e o Demônio
Roteiro e Direção: Marcelo Galvão
Elenco: Fábio Assunção, Christiano Cochrane, Caroline Abras, Nill Marcondes, Rosane Mulholland
Duração: 120 minutos


Mais do que o gênero suporta
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Não se pode dizer que o diretor Marcelo Galvão seja medroso. Em Bellini e o Demônio ele mostra toda sua coragem e ousadia, doa a quem doer, oferecendo um profundo mergulho na mente do detetive. A história trabalha muito com visões e sonhos e Galvão usa todas as oportunidades possíveis para empregar uma câmera nervosa e criar imagens perturbadoras. Como toda pessoa que é ousada, ele corre o risco de passar do ponto. Infelizmente isso acontece algumas vezes durante o filme.

O maior problema é que a personalidade cinematográfica forte de Galvão acaba cansando, muito porque se espera que a produção seja uma clássica história de investigação, com toques noir. Depois de algum tempo, o espectador espera por pelo menos uma cena em que a construção estética seja um pouco mais calma e conservadora. Com essa opção, o diretor deixou escapar a chance de fazer belas cenas sensuais com a atriz Rosane Mulholland (Falsa Loura), que era um dos propósitos da sua personagem.

Mesmo passando-se muitos anos desde Bellini e a Esfinge (2001), há leves referências ao passado do detetive Remo Bellini. Quem não assistiu (ou não lembra) a última aventura dele, não há o que temer: é totalmente possível compreender o que se passa apenas com esse filme. No entanto, o final confuso continua lá.

Merece menção a atuação de Fábio Assunção (Primo Basílio), de volta na pele do investigador. Dessa vez, por causa do teor mais pesado do enredo, ele teve de mostrar-se muito atordoado, muito por causa de abusos em drogas. O único problema é que no começo do filme, seu personagem não parece estar empenhado em resolver o caso, ficando a maior parte do tempo bebendo, fumando e dormindo. As cenas de delírio são inseridas nesse contexto, mas não parece fazer muito sentido.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Distrito 9

por Edu Fernandes

Sinopse: Há 28 anos, uma nave espacial permanece estacionada sobre Johanesburgo. Seus tripulantes são alienígenas que não conseguem voltar a seu planeta de origem e foram abrigados em uma área chamada Distrito 9. Com o passar do tempo, o que antes era apenas um campo de refugiados virou uma favela extraterrestre, criando uma série de problemas na cidade.

Spoilerômetro:

Ficha Técnica:
Distrito 9 (District 9)
Direção: Neill Blomkamp
Roteiro: Neill Blomkamp, Terri Tatchell
Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt
Duração: 112 minutos


ETs buscando realismo


O cineasta Peter Jackson estava encarregado da produção da adaptção do jogo Halo para as telas de cinema e tinha contactado Neill Blomkamp para dirgir o longa. Quando o projeto foi engavetado, Peter sentiu-se em dívida e ofereceu US$ 30 milhões para que Neil fizesse o que bem entendesse. O resultado dessa parceria é o filme Distrito 9 (District 9), inspirado em um curta-metragem dele mesmo realizado em 2005.

Como no curta original, a fita mostra em estilo documental uma situação de alienígenas em condições de vida nada agradáveis. O objetivo é o de críticas sociais apresentadas em um cenário fantástico refletindo um pouco o que assistimos nos telejornais ou nos livros de História. No caso, a maior inspiração foi o apartheid, com direito a prédios e instalações que são reservados para o uso exclusivo de humanos. O diretor tem autoridade para falar do assunto por ter vivido nesse vergonhoso regime durante sua infância.

Outro aspecto realista do longa está na utilização de não-atores. O protagonista atrapalhado e carismático Wikus Van De Merwe é vivido por Sharlto Copley, que nunca tentou entrar na carreira de ator. Neil Bomkamp é que o colocou na frente das câmeras e consegue dirigi-lo brilhantemente.

Dentro da favela, há espaço para apresentar outras mazelas que não parecem nem um pouco ficcionais: tráfico de drogas e armas, violência, prostituição e um governo que adota medidas paliativas apenas para mostrar que está tomando algum tipo de atitude. Vale avisar que as locações são quase todas reais, dentro de favelas sul-africanas – até as carcaças de animais mortos já estavam lá antes das filmagens. Apenas por conseguir mostrar tudo isso dentro de uma ficção científica já seria suficiente para justificar a existência do filme, mas Distrito 9 ainda carrega qualidades técnicas que precisam ser ressaltadas.

Todos os alienígenas que interagem entre si e com seres humanos foram gerados por uma computação gráfica das mais competentes já vista. A forma como a luz bate nos seres, seu visual e sua movimentação são tão reais que é até difícil de acreditar que eles não existam. Para os fãs mais tradicionais do gênero, a expectativa por grandes cenas de ação que sabem explorar o apuro técnico dos efeitos visuais será mais do que satisfeita.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

500 Dias com Ela








Sinopse: Depois do fim do confuso relacionamento com Summer, Tom está decidido a reconquistar a garota.


Ficha Técnica
500 Dias com Ela ((500) Days of Summer)
Direção: Marc Webb
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz, Matthew Gray Gubler
Duração: 95 minutos



"Inbetween days"
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O filme 500 Dias com Ela ((500) Days of Summer) conta a história do começo e do fim de um relacionamento amoroso. Qualquer pessoa que já tenha presenciado esse tipo de acontecimento conseguirá perceber como as situações reais são retratadas na tela.

Um dos maiores méritos do roteiro está em conseguir fazer com que o próprio espectador também viva o "namoro" de Tom e Summer. Mesmo com a atuação sempre apática de Zooey Deschanel (Sim, Senhor), somos convidados a se apaixonar pela garota. Por outro lado, com o desenrolar dos acontecimentos, passamos a odiá-la com a mesma intensidade.

O enredo é narrado de forma não-linear, mas é facil situar cada cena dentro do todo com a ajuda de vinhetas animadas. No decorrer do filme, o número do dia em questão – são 500 no total, como diz o título – é apresentado tendo como fundo a pintura de uma árvore. A figura de fundo acompanha a trajetória do amor de Tom, ficando verdejante quando as coisas andam bem, e depois ressecando quando ele chega no fundo do poço.

Com essa estrutura diferenciada, criam-se espaços para liberdades criativas. Um exemplo são as digressões que o narrador faz para mostrar o passado e outras características dos personagens, como acontece em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001).

Entre as demais ousadias, há uma cena musical fantástica e algumas oportunidades em que um dos atores olha diretamente para a câmera, ou faz depoimentos típicos de documentários. Essas pequenas viagens em um filme que repensa um relacionamento amoroso que terminou remete a Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). Nas duas produções o sofrimento do homem que perdeu a mulher amada é o mote.

Logo no início de 500 Dias com Ela, Tom é descrito como um rapaz romântico por ter ouvido demais músicas inglesas deprimentes. Em seu quarto há referências às bandas Joy Division e The Smiths. Com isso, fica claro que a música também é um personagem do filme – com direito a cenas em karaokês. Quem tem esse mesmo gosto musical irá encontrar mais um motivo para ver esse longa imperdível.

* Título da canção do The Cure que fala daquela fase em que o dono do coração partido não sabe muito bem se ama ou odeia o(a) ex.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hebert de Perto





Sinopse: A trajetória de vida de Herbert Vianna, desde sua infância até a consolidação da carreira à frente do grupo Os Paralamas do Sucesso.


Ficha Técnica
Herbert de Perto
Direção: Roberto Berliner, Pedro Bronz
Elenco: Herbert Viana, João Barone, Bi Ribeiro, Hermano Vianna, Tereza Vianna
Duração: 97 minutos




"Por trás dessas lentes também bate um coração"
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O documentário musical Herbert de Perto tem todas as características que se espera de uma produção desse gênero. A mais importante delas, quando se pensa na posteridade da obra, é a pesquisa, que conseguiu colecionar algumas imagens preciosíssimas da carreira do músico. Em alguns momentos, há espaço para belas comparações usando situações próximas em atitude e distantes em cronologia. Um exemplo dessa inteligente ferramenta é a edição paralela da primeira apresentação de Os Paralamas do Sucesso no histórico Circo Voador e a volta dos músicos à casa, décadas depois.

Como o objeto de estudo do filme é o vocalista e guitarrista da banda, a música tem uma participação fundamental. Para quem já é fã assumido, será necessário autocontrole para não sair cantando no meio da sala de cinema. Para quem não tem muito conhecimento do assunto, pode se descobrir mais amante da banda do que se tinha noção, semelhante à experiência de assistir a Titãs – A Vida Até Parece uma Festa.

Ainda no assunto música, há depoimentos de muitos parceiros de Herbert. Além dos outros integrantes de Os Paralamas do Sucesso, as participações de Dado Villa-Lobos e Fito Paez, por exemplo, atestam a importância das composições dele não só no Brasil mas também para sua legião de fãs em outros países, especialmente na Argentina.

Muita emoção pode ser experimentada na sessão de Herbert de Perto, conforme assuntos delicados são abordados. O exemplo mais forte é o trágico acidente aéreo que vitimou a esposa de Herbert e o deixou paraplégico. Apesar de não haver restrições para falar dessa questão, passagens importantes da vida do músico foram deixadas de lado. A maior falta é o relacionamento que ele teve com Paula Toller, vocalista do Kid Abelha. Se ele dedicou a ela versos como "Eu tive fora uns dias/ Eu te odiei uns dias/ Eu quis te matar", é claro que a participação dela em sua vida foi impactante.

Mesmo assim, assistir a esse documentário será uma deliciosa viagem no tempo para qualquer pessoa que conheça ao menos um pouco do repertório da banda.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Home



Sinopse: A família de Marthe vive tranquila às margens de uma rodovia em construção. Quando a obra é terminada, a grande movimentação de veículos e o excesso de barulho irão comprometer a paz do lar.


Ficha Técnica
Home
Direção: Ursula Meier
Roteiro: Antoine Jaccoud, Ursula Meier, Gilles Taurand, Raphaëlle Valbrune
Elenco: Isabelle Huppert, Olivier Gourmet, Adélaïde Leroux, Madeleine Budd, Kacey Mottet Klein
Duração: 98 minutos


Um convite à loucura
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O filme Home pode ser dividido em duas fases, conforme o incômodo que a rodovia ao lado da casa dos personagens aumenta. No começo as situações que eles passam são abordadas de forma cômica para depois as coisas gradualmente se complicarem até que a família perder o controle sobre a situação. Nesse momento, a fita fica muito mais densa e pesada.

O mérito está em fazer com que o próprio espectador vivencia as fortes emoções que os personagens estão sentindo do outro lado da tela. Raiva, agonia e até uma dose de claustrofobia podem fazer parte de uma sessão de cinema em que se assista a essa produção francesa. Quem está interessado em coisas mais tranquilas deve procurar outra opção, mas se o objetivo é apreciar como esse filme consegue mexer com os brios da platéia, a oportunidade não deve ser desperdiçada.

Para que se acredite na situação extrema vivida pela família é necessário se contar com um elenco muito talentoso. Mesmo com tantos trabalhos sólidos, o destaque e a surpresa fica para o pequeno Kacey Mottet Klein que, com menos de 10 anos, consegue mostrar uma gama muito grande de facetas em sua atuação.

A parte técnica está afinada com o roteiro e contribui para que essa viagem à psique dos membros da família seja a mais intensa possível. A fotografia por vezes usa sombras para limitar a visão do que está acontecendo; apenas para mais tarde, em outras cenas, usar fortes fachos de luz para cegar. O projeto de som também não deixa escapar as chances que um filme em que o barulho é um personagem cria para essa área.

O impacto de Home sobre o espectador que acompanhar a jornada de loucura ficará presente algum tempo depois de terminado o filme.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Sequestro do Metrô






Sinopse: Walter trabalha como controlador de tráfego do metrô de Nova York. Quando um bando de criminosos sequestra um dos trens, ele é o encarregado da comunicação.


Ficha Técnica
O Sequestro do Metrô (The Taking of Pelham 123)
Direção: Tony Scott
Roteiro: Brian Helgeland
Elenco: Denzel Washington, John Travolta, Luis Guzmán, Victor Gojcaj, John Turturro
Duração: 121 minutos


Sem surpresas e sem enganação
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Surpreendente não é um adjetivo que possa ser associado ao filme O Sequestro do Metrô (The Taking of Pelham 123). Quem assistiu ao trailer e sabe que se trata de mais uma parceria entre o ator Denzel Washington e o diretor Tony Scott já sabe o que esperar. A mesma ação desenfreada e a câmera nervosa de Deja Vu estão de volta, para o bem ou para o mal.

Como na produção anterior em que o ator e o diretor estavam juntos, Denzel vivia um policial determinado, dessa vez seu papel foi alterado: ele é um trabalhador do metrô com muita determinação. Mais um trabalho repetitivo de Denzel... Quem também já foi visto desempenhando a mesma função na tela é John Travolta, encarnando o vilão.

Por ser um remake, vale algumas notas sobre o filme original – que tem o mesmo nome. Nos anos 1970, o protagonista era um policial interpretado pelo saudoso Walter Matthau, por isso o nome do personagem foi mudado de Zachary para Walter. A mudança de profissão talvez tenha sido uma tentativa de não soar tão repetitivo.

O roteiro de O Sequestro do Metrô traz elementos novos a todo instante, um fator muito importante nesses filmes que quase toda a ação se passa em cenários limitados, como Por um Fio (2002). Para os espectadores que apreciam esse tipo de produção, o filme certamente agradará, mesmo que não haja muitas surpresas pelo caminho.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Up – Altas Aventuras

por Edu Fernandes

Sinopse: Depois de ficar viúvo, Carl amarra balões em sua casa para que ela voe. Ele gosta de ficar sozinho, mas o pequeno Russell acaba embarcando na casa voadora.


Spoilerômetro:

Ficha técnica:
Up – Altas Aventuras (Up)
Roteiro e Direção: Pete Docter, Bob Peterson
Elenco: Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Bob Peterson
Duração: 96 minutos


Ao filme, só elogios

Existem alguns eventos que são fixos no decorrer de todos os anos. No Natal, comemos peru e panetone. No Dia das Mães, reunimos a família na casa da vó. E “em fevereiro, tem Carnaval”. Até o ano passado poderíamos incluir mais um evento na lista: em junho ou julho costumávamos nos emocionar e elogiar a nova animação da Pixar. Infelizmente isso é passado, pelo menos para os brasileiros. A Disney decidiu lançar Up – Altas Aventuras (Up) apenas em setembro, sendo que o filme estreou nos Estados Unidos em maio.

Esse atraso desrespeitoso foi ocasionado por uma decisão esquisita da Disney. Por causa da disputa por salas 3D, e para não concorrer com outros filmes da casa (especialmente Jonas Brothers) que usam essa tecnologia, o filme da Pixar foi adiado por meses. Uma lástima, para dizer o mínimo.

Outra crítica que pode ser feita à distribuidora é no quesito adaptação de título. O subtítulo que essa animação recebeu, além de ser brega, deve cair no esquecimento da mesma maneira que aconteceu com Moulin Rouge e Peixe Grande. Os subtítulos desses filmes não serão reproduzidos aqui por razões óbvias.

Para quem gosta de cinema e vê que Up é uma obra que ficará para a posteridade, falar mal da empresa que coloca essa produção no cinema não chega a ser um problema. No que tange à qualidade da fita, que é o que realmente interessa, a palavra impecável é apropriada. A técnica de animação, como já é de costume, é lindíssima e alguns cenários podem facilmente ser confundidos com fotografias.

Outra área de excelência da Pixar são os roteiros. Com Up, a empresa parece cada vez mais caminhar em direção de realizações para um público mais maduro. Prova disso é que nos Estados Unidos as crianças só poderiam adentrar na sala de exibição acompanhada dos pais, assim como aconteceu com Os Incríveis (2004). Outro fato que deve ser ressaltado é que a comunidade cinematográfica também já reconhece a qualidade desse tipo de produção – Up foi a primeira animação a abrir o Festival de Cannes, o mais prestigiado na área.

Trata-se da primeira empreitada da Pixar nas projeções em 3D. Usando muito bem a profundidade da tela, esse fator poderá ser um atenuante para quem estiver muito desgostoso com as decisões arbitrárias da Disney.