por Guilherme Kroll
A ideia arquetípica de um herói fora da lei que rouba dos ricos para dar aos pobres atrai a cultura popular desde tempos remotos. Há ocorrências de personagens desse gênero em diversas histórias, desde os quadrinhos, passando por personalidades reais, até em personagens da literatura, como em contos das Mil e Uma Noites. Mas nenhum se compara em sucesso midiático como Robin Hood, também conhecido como Robin de Loxley, o príncipe dos ladrões.
Supostamente teria vivido na Inglaterra no século XIII, Robin Hood teve diversas versões literárias até aparecer no cinema pela primeira vez em 1908, no clássico do cinema mudo Robin Hood and His Merry Men, dirigido por Percy Stow.
Outras duas versões apareceriam no cinema, em 1912 e em 1922, ambas intituladas Robin Hood e respectivamente com Robert Frazer e Douglas Fairbanks - em um dos seus papeis mais famosos – como protagonistas, antes do clássico As Aventuras de Robin Hood, de 1938.
As Aventuras de Robin Hood até hoje considerado por muitos o melhor filme sobre o personagem já feito. Foi indicado a diversos Oscars e foi o maior papel da carreira de Errol Flyn, que ficou iconicamente marcado como Robin Hood. Na época de seu lançamento foi um sucesso de crítica e de público, sendo a maior bilheteria da Warner Bros até então.
O sucesso foi tanto que Robin Hood só voltaria ao cinema em 1946, e como um coadjuvante no filme Bandit of Sherwood Forest que era focado em seu filho.
Os anos 50 viram uma profusão de histórias do príncipe dos ladrões no cinema, com inclusive sua primeira versão televisiva, lançada pela BBC em 1953 e estrelada por Patrick Troughton. Dois anos depois, foi lançada uma série que durou cinco temporadas com Richard Greene no papel principal. É dessa década também o clássico Ivanhoe, com Robert e Elizabeth Taylor, e que tem Robin de Locksley em sua trama.
A década seguinte traria experimentações para a figura de Robin Hood. Em 1964, o musica "Robin and the 7 Hoods", trazia um Frank Sinatra com “Robbo” em uma Chicago de 1930 repleta de gangsters. A década ainda traria a versão sombria A Challenge for Robin Hood, e a sci-fi Rocket Robin Hood (imagem abaixo), ambas de 67.
O destaque para os anos 70 fica por conta da versão animada da Disney, de 1973, com animais antropomórficos, a versão animada mais famosa da lenda. Nessa década também, Sean Connery e Audrey Hepburn fizeram Robin and Marian, que mostrava o casal no fim da vida.
É dessa década também que o Brasil viu o clássico Robin Hood, o Trapalhão da Floresta, com Renato “Didi” Aragão no papel de Zé Grilo, ajudante de Robin Hood. Didi só faria o papel do príncipe dos ladrões em 1990, no longa O Mistério de Robin Hood.
Algumas produções secundárias e aparições como coadjuvante marcaram a vida de Robin Hood nos anos 80, tudo para seu retorno triunfal na década seguinte, com duas séries animadas mostrando sua juventude: uma japonesa e outra norte-americana.
Em 1991 sairia o filme que foi considerado uma versão definitiva da lenda, estrelado por Kevin Costner, Alan Rickman e apresentando Morgan Freeman. Sean Connery faz uma pequena aparição como Ricardo Coração de Leão. No mesmo ano, saiu uma versão com Patrick Bergin e Uma Thurman, com outro enfoque, trazendo inimigos diferentes para Robin Hood.
Mel Brooks não podia deixar o personagem passar batido por suas famosas paródias, e aproveitou a deixa do filme de Kevin Costner para fazer o hilário Men in Tights, de 1993.
Esse parecia ser o fim da carreira de Robin Hood no cinema. Já bastante saturado, o personagem ficou renegado à pequenas aparições no mundo pop, como em desenhos ou seriados e há algumas produções menores. Só em 2010 que Ridley Scott pegou o personagem e novamente o levou a uma posição de respeito em Hollywood.
Leia a resenha do mais novo filme do prícipe dos ladrões clicando aqui.
Guil, Um levantamento completo das versoões de Robin para a telona! Parabéns! De todas elas, tenho duas prediletas: a de Flyn e a de Kostner. Bia Elias
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