quarta-feira, 21 de maio de 2008

Control




Sinopse: Cinebiografia de Ian Curtis, vocalista da banda Joy Division. A carreira no mundo da música, sua complicada vida amorosa e seus problemas com epilepsia.


Ficha Técnica
Control
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Matt Greenhalgh
Elenco: Samantha Morton, Sam Riley, Alexandra Maria Lara, Joe Anderson, Toby Kebbell, Craig Parkinson, James Anthony Pearson, Harry Treadaway
Duração: 122 minutos


Um poeta romântico moderno
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A autenticidade é algo que o diretor holandês Anton Corbijn buscou com muito afinco ao realizar Control. Ele já tem uma vasta experiência com música, dirigindo clipes de Red Hot Chilli Peppers, Metallica e outras bandas bem importantes. Sua dedicação ao projeto foi tão intensa, que ele chegou a hipotecar sua casa para financiar o filme. Toda sua fibra não foi em vão, dado o resultado final.

O filme é totalmente em preto-e-branco, mas originalmente ele foi feito em cores. Na pós-produção é que o efeito foi aplicado – assim a imagem fica bem mais nítida. Com esse visual e os atores muito bem caracterizados depois de aprenderem a tocar seus respectivos instrumentos musicais, as cenas parecem fac-símile de gravações históricas da banda. Destaque para a gravação do clipe de "Love will tear us apart again".

Um triângulo amoroso envolvendo adultério; epilepsia; uma banda que tem o nome respeitado, mas ainda não fatura tanto para que seus membros não passem dificuldade financeiras. Todos esses elementos poderiam dar um peso insuportável para Control, mas o roteiro sabiamente não se aprofunda demais nas questões e fornece um panorama geral do que foi a breve (porém marcante) passagem de Ian Curtis pela história do rock. O texto é baseado no livro escrito pela esposa de Ian, Deborah Curtis – ela aparece no filme, na pele da talentosa Samantha Morton (Elizabeth: A Era de Ouro).

Os fãs de Joy Division sentirão que há um retrato fiel do que foi a banda, sua importância e suas fraquezas. Para quem não gosta muito da música, ou sequer a conhece, Control também pode ser apreciado como uma bela história de um poeta romântico.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O Último Bandoneón





Sinopse: Marina ganha a vida como garçonete e tocando o bandoneón, uma espécie de sanfona muito usada para tocar tango. Ela quer entrar em uma nova orquestra que está sendo formada para voltar a tocar nos bailes, mas seu instrumento está muito desgastado.


Ficha Técnica
O Último Bandoneón (El Último Bandoneón)
Direção: Alejandro Saderman
Roteiro: Graciela Maglie
Elenco: -documentário-
Duração: 90 minutos


Tango e mais tango
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A fronteira entre documentário e ficção é testada por O Último Bandoneón (El Último Bandoneón). A câmera fica na maioria das vezes na mão e pode-se ver microfone e outras câmeras na imagem, mas a estrutura narrativa é ficcional. Apesar de Marina ser mesmo uma tocadora do instrumento, a jornada vivida por ela é claramente inventada para que o espectador vá conhecendo um pouco da história do tango.

O conflito principal é um fato impressionante: os bandeneóns, instrumentos imprescindíveis para que se toque tango, não são mais fabricados. Todos que estão em atividade são verdadeiras relíquias. A conservação dessa cultura tão rica só consegue sobreviver por causa do amor que seus devotos têm pelo tango. A intimidade que os personagens têm com os instrumentos, com a música e a dança está muito bem apresentada pelo documentário.

Os amantes da música e da dança irão se deliciar com várias performances ao vivo de músicos e dançarinos muito competentes. Infelizmente a captação de som não foi zelosa o suficiente e o resultado é cru demais. Um pouco mais de apuro poderia acrescer emoção para as grandes seqüências musicais.

O Último Bandoneón vai a fundo na questão, tratando dos amores que nascem durante uma dança, os turistas que se dirigem à Argentina para ver apresentações, as lojas especializadas em vender calçados para dançar o tango, etc. Nomes como Carlos Gardel recebem sua merecida homenagem e jovens e velhos juntam-se em torno de um amor comum. Um panorama completo de uma bela arte.