segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Avatar
Sinopse: Jake Scully, ex-fuzileiro paraplégico, embarca em uma missão ao planeta Pandora. Nesse planeta, uma companhia mineradora explora um raro mineral, que está concentrado em áreas habitadas pelo povo autocne. A missão de Jake e de outros recrutados para o mesmo fim é “pilotar”, avatares que são cópias dos habitantes do planeta, com o objetivo de “diplomacia” (ou melhor, espionagem).
Ficha Técnica
Avatar
Roteiro e Direção: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang
Duração: 162 minutos
por Alvaro Domingues
(Spolerômetro: • segundo e terceiro parágrafos)
A primeira coisa que se nota no filme é que não são só os avatares que são cópias, mas o enredo e algumas cenas parecem uma colcha de retalhos mal-costurados de cópias. Em primeiro lugar, um paraplégico que volta a andar habitando um avatar ou ambiente propício lembra Pequenos Espiões 3 e Lost. Os pilotos quando acordam tem seus olhos focalizados lembrando... Lost. A conexão lembra Matrix. Os avatares lembram os Evas de Evangelion (a única diferença é que a conexão é exterior, e não interior).
Tem os estereótipos também: o Coronel que acaba se tornando o vilão principal é o milico de sempre, truculento, que só sabe lutar; a cientista brilhante e dedicada, mas tão ingênua que não percebe que está sendo usada; o executivo que só pensa em lucro (que ultimamente tem substituído o antigo cientista louco como vilão de plantão) e o herói que resolve tudo.
E enredos “manjados”: o infiltrado que resolve mudar de lado ao simpatizar com os nativos, mas acaba sendo rejeitado como traidor por ambos os lados. O envolvimento com a mocinha, já prometida a outro da tribo, etc. Ou o povo tecnologicamente superior que despreza e destrói os supostos selvagens (será que é dor de consciência dos americanos?).
O filme poderia ter uma duração um pouco menor, visto que acaba cansando o espectador. No meu ponto de vista, a ação demora a acontecer, com cenas desnecessárias no começo do filme que poderiam ser abreviadas. Por exemplo, o “drama” da morte do irmão do protagonista pouco acrescenta à história e poderia ser suprimido.
Como ponto positivo, o filme tem algumas boas sacadas, como os cabelos em trança que terminam em pequenos tentáculos que se conectam a qualquer ser vivo, como um verdadeiro cabo USB biológico.
Avatar também apresenta uma boa caracterização de uma biologia extraterrestre, com soluções interessantes para o voo (há um lagarto que voa como um helicóptero, girando a cauda; repteis alados com dois pares de asas) e um bom conjunto de predadores e montarias. As cenas de ação também são bem construídas e emocionantes.
Os efeitos especiais em 3D são muito bons, bem ajustados às cenas. Os produtores introduziram legendas, novidade em exibições de filmes 3D. Uma boa inovação, se bem que em algumas cenas fica difícil a leitura.
Também foi bem caracterizada a visão xamânica do mundo, que seria um contraponto perfeito para a visão tecnicista tanto dos cientistas quanto dos executivos mineradores, não fosse o excessivo maniqueísmo do filme.
Em suma: vale (muito) pelos efeitos e pela ação. Esqueça a trama e personagens mal feitos.
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