Sinopse: Em 1973, um grupo de jovens reúne-se em um galpão diariamente. Entre amores e descobertas, eles ensaiam uma peça de teatro ousada.
Ficha Técnica
Léo e Bia
Roteiro e Direção: Oswaldo Montenegro
Elenco: Paloma Duarte, Françoise Forton, Fernanda Nobre
Duração: 97 minutos
País: Brasil
Casamento de linguagens
por Edu Fernandes
(Spoilerômetro: •)
Há uma teoria que diz que o teatro é a plataforma do personagem e o cinema é a vitrine para os cenários. Léo e Bia quebra totalmente com esse conceito. O filme é a adaptação de uma peça musical e toda a ação acontece em apenas uma locação, sem que os atores mudem de figurino em cenas diferentes.
A produção prova sua qualidade por conseguir alcançar tanto o público de teatro como o de cinema. Uma linguagem não atropela a outra e cria-se uma obra ímpar na tela.
Léo e Bia é a estreia do músico Oswaldo Montenegro na direção de cinema – ele é autor da peça original e das canções executadas. Mesmo sendo novo na área, Oswaldo consegue ousar – não apenas pela aliança de elementos teatrais e cinematográficos – e evita que o resultado seja apenas uma peça filmada.
Entre algumas cenas, a câmera mostra um letreiro com uma frase representativa, normalmente retirada entre as boas frases dos diálogos. Na mesma linha, a montagem toma algumas liberdades, especialmente nas passagens musicais.
As cenas musicais, como é de se esperar, irão agradar os fãs das canções de Oswaldo Montenegro. Contudo, o que vale ressaltar é que tais passagens não serão um total martírio para quem torce o nariz para musicais. O números estão mais para miniclipes do que para coreografias.
Atualmente o cinema brasileiro tem experimentado gêneros nos quais não costumamos nos aventurar, como filmes de ação. Com Léo e Bia, Oswaldo Montenegro apresenta uma opção para que possamos criar musicais com identidade nacional na tela grande.
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