Sinopse: Diogo é um peão que leva a boiada da fazenda Ouro Fino até o frigorífico. Quando um grupo de pequenos pecuaristas o contrata, o latifundiário dono da Ouro Fino pressiona Diogo para não aceitar o trabalho.
Ficha Técnica
O Menino da Porteira
Direção: Jeremias Moreira Filho
Roteiro: Jeremias Moreira Filho e Carlos Nascimbeni
Elenco: Rosi Campos, João Pedro Carvalho, Edu Chagas, Daniel, José de Abreu
Duração: 95 minutos
Eu venho lá do sertão
por Edu Fernandes
(Spoilerômetro: •)
Como o próprio título e trailer deixam claros, o filme O Menino da Porteira é baseado na clássica canção sertaneja homônima. O público-alvo principal da produção é exatamente os apreciadores desse tipo de música. A história passa-se na década de 1950, mas a trilha musical tira uma licença poética para utilizar obras que só seriam compostas décadas mais tarde, como “Disparada" e "Índia”. Os créditos iniciais são embalados por “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira, e já abre o filme presenteando os ouvidos dos fãs de boa música interiorana.
O roteiro é bem inocente e quem for um pouco mais exigente por realismo pode considerar a narrativa simples demais. Na verdade, é preciso saber que a razão por trás de tal escolha é resgatar o romantismo e a pureza que são relacionados a histórias que se passam nas zonas rurais. Além do enredo simplório, alguns enquadramentos e cenas remeterão o espectador a outro tipo de clássico, dessa vez não musical, mas cinematográfico. O faroeste também serviu de fonte inspiradora e só acrescenta valores positivos ao filme.
As referências que podem ser percebidas não param por aí. A direção de fotografia de Pedro Farkas (Não por Acaso) e a direção de arte tomam emprestadas as paletas de cores de Almeida Júnior formando imagens realmente bonitas.
Um dos primeiros receios que algumas pessoas podem sentir é a atuação do cantor Daniel. Ele passou por laboratórios de atuação e, como resultado, consegue expressar todas as emoções que seu personagem demanda. É óbvio que não é a melhor atuação do cinema nacional, mas com certeza ele não compromete. Tendo por base que ele contracena com o talentoso José de Abreu (Podecrer!) e não destoa, elogios são merecidos a ele – por mostrar o comprometimento ao projeto – e à equipe que o preparou para essa nova experiência.
As previsões para a carreira de O Menino da Porteira tem todas as razões para serem otimistas. É comum que produções de boa qualidade não tenham a performance que merecem nas bilheterias, mas esse não parece ser o caso. A campanha de divulgação bem planejada – desde o cartaz chamativo até a veiculação da canção-título em estações de rádio populares – dará os resultados que o cinema brasileiro precisa, principalmente em um filme que mostre alguns valores nacionais que por vezes parecem esquecidos.
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