quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme



Sinopse: Armações feitas por executivos levam a empresa em que Jake trabalha à falência. Zabel, seu chefe e mentor, comete suicídio ao perceber que sua empresa afundou. Jake toma conselhos de Gordon Gekko, especulador e seu futuro sogro, para vingar a morte dele.


Ficha Técnica
Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps)
Direção: Oliver Stone
Roteiro: Allan Loeb, Stephen Schiff
Elenco: Michael Douglas, Shia LaBeouf, Josh Brolin, Carey Mulligan
Duração: 138 minutos
País: EUA


Um sonho diferente
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Em 1987, Oliver Stone lançou Wall Street e fez um retrato da ambiciosa geração yuppie. No entanto, com a sequência Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Wall Street: Money Never Sleeps) há um grande descompasso entre as atitudes do protagonista com o comportamento e objetivos dos espectadores da mesma faixa etária. Ao contrário dos yuppies, a chamada geração Y almeja mais qualidade de vida do que ganhos estritamente financeiros a qualquer custo.

Logo no começo do filme, Jake recebe um bônus de quase US$ 1,5 milhão. Nesse momento, pensei: "Ótimo! Já acabou o filme. O rapaz sai do mercado de ações e vai ganhar dinheiro com um trabalho de verdade." Não sei se é o caso do leitor, mas eu tenho essa bizarra crença de que é uma boa ideia tirar meu (parco) sustento do trabalho que eu executo. Ganhar a vida com apostas e especulações me parece tenso demais. A expressão "investimento de alto risco", não é uma hipérbole.

Para que Wall Street 2 não seja um curta-metragem, Jake continua a pôr dinheiro na bolsa de valores. Como se não bastasse sua teimosia e ganância, ele comete um erro juvenil: o rapaz gasta uma parcela enorme de seu bônus na compra de ações da empresa em que ele trabalha! Se a firma falir, ele perde o emprego e o investimento em uma rasteira só. Uma paçoca para quem adivinhar o que acontece depois! A empresa afunda, é lógico.

Com isso, o protagonista do filme perde todo o prestígio com o público logo no começo da projeção. Quem parece representar melhor a geração Y é Winnie, a namorada de Jake. Ela trabalha em um site sem fins lucrativos. O que ninguém me explica é como o The Frozen Truth consegue manter um belo escritório em Nova York apinhado de funcionários. Nos 4 anos em que mantive o finado site Homem Nerd, não tínhamos fundos nem para alugar um trailer.

Além da falta de verossimilhança, Winnie exemplifica outro defeito do roteiro. Quando ela está enfurecida com outro personagem, é facilmente convencida a mudar de postura com uma simples conversa. A fraqueza de espírito de Winnie está presente em mais de uma cena de Wall Street 2.

Para não dizerem que não falei da parte técnica, a edição se destaca por apresentar certa ousadia. Às vezes funciona e cria cortes interessantes. Às vezes não funciona e fica tão cafona que parece que é de brincadeira.

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