quinta-feira, 18 de março de 2010

O Livro de Eli






Sinopse: Em um futuro distópico, um andarilho luta para proteger um livro que tem os segredos para salvar a humanidade.



Ficha Técnica
O Livro de Eli (The Book of Eli)
Direção: Albert Hughes, Allen Hughes
Roteiro: Gary Whitta
Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson
Duração: 118 minutos
País: EUA


Emocionante não quer dizer convincente
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: último parágrafo)

Quando Denzel Washington (O Sequestro do Metrô) está no elenco de um filme já podemos deduzir muito de sua sinopse. Ele interpretará um sujeito muito determinado que passará por cima de tudo e de todos para alcançar seu objetivo. Pois bem, O Livro de Eli (The Book of Eli) não foge disso. Por outro lado, Gary Oldman, como o vilão, mostra exatamente o oposto: o sujeito consegue ser Comissário Gordon (Batman) e Serius Black de forma camaleônica.

Mesmo com esse ar de repetição, o frescor da produção está no cenário distópico e nas cenas de ação muito bem concebidas e dirigidas. O próprio Denzel desempenhou as façanhas físicas de seu personagem, dispensando dublês. Visualmente, a fotografia é meio suja e escura, combinando com a obscuridade do contexto.

No começo o roteiro atrai pela excentricidade desse futuro pós-apocalíptico, depois o espectador é agarrado pela rivalidade criada entre o protagonista e o vilão, e mais para o final há uma grande surpresa que fará alguns quererem assistir novamente ao filme.

Há alguns problemas na dramaturgia. O primeiro é acreditar que a Bíblia, o livro mais vendido no mundo, algum dia será um artigo raro. Como é possível que não se ache sequer um único exemplar dos escritos que estão nas gavetas de criado-mudo de muitos quartos de hotel? Outro ponto é o poder superestimado do livro. Não era possível criar uma seita com qualquer outra escritura? Toda essa mobilização ao redor da Blíblia pode ofender os ateus e agnósticos.

Deixando essas questões de lado, é legal saber que a Bíblia foi o primeiro livro impresso por Gutemberg e o filme recria esse momento em suas cenas finais.


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