segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Suprema Felicidade



Sinopse: O pai de Paulinho é um militar que sonha em voar jatos na Aeronáutica. Ele ouve o pai falar das aspirações desde sua infância na década de 40. O verdadeiro amigo de Paulo é seu avô, que o acompanha em sua juventude.


Ficha Técnica
A Suprema Felicidade
Direção: Arnaldo Jabor
Roteiro: Arnaldo Jabor, Ananda Rubinstein
Elenco: Jayme Matarazzo, João Miguel, Maria Luísa Mendonça, Maria Flor, Dan Stulbach, Marco Nanini, Elke Maravilha, Mariana Lima
Duração: 125 minutos
País: Brasil


Lembranças desconexas
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Depois de mais de vinte anos afastado do ofício, Anarldo Jabor volta a dirigir um longa-metragem. O estilo que pôde ser visto em filmes como Toda Nudez Será Castigada está presente em A Suprema Felicidade. Para uns pode ser anacrônico, para outros o filme ganhará ares vintage.

Se por um lado as assinaturas que Jabor estabeleceu no Cinema Novo está na tela, as décadas de ausência são percebidas no entusiasmo excessivo de um diretor estreante. Em seu filme-lembrança, Jabor parece querer dizer mais do que o roteiro suporta – exatamente como se vê quando um cineasta apresenta seu primeiro filme.

Com isso, o enredo perde o propósito e fica difícil até a simples tarefa de determinar qual personagem seguir: avô, pai ou neto. O filme parece um amontoado de cenas desconexas. Algumas são realmente boas, outras são infelizes, mas o conjunto não consegue transmitir sua mensagem. Em contrapartida, merece destaque a atuação de Marco Nanini (O Bem Amado), presenta na maioria das cenas positivas da fita.

Os bons momentos a serem apreciados em A Suprema Felicidade são possíveis pela competência da áera técnica. Já para encarar as cenas aleatórias, desconexas e infelizes; o espectador aventureiro deve estar preparado para uma dose de vergonha alheia na sessão do filme.       

3 comentários:

  1. Pode até ser interessante, mas não dou crédito ao Arnaldo Jabor. Ver esse filme é dar um ponto positivo as falas não-intelectuais por ai.

    Quando o livro de poesias do Pedro Bial sair espero que alguém me avise, ai vou pras livrarias e viro todos os livros de costas. Vamos lá pessoal, vamos boicotar os intelectuais da classe média alienada!

    Beijos

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  2. melhor esse cara dirigindo que falando.

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  3. O roteiro de A Suprema Felicidade é bem fraco, os diálogos às vezes até doem no cérebro, e em muitas partes sugerem uma estética mais teatral do que cinematográfica. Isso é bastante evidente no cenário da casa de Paulo, em especial, em duas ocasiões. A primeira é logo no início do filme, onde os avós de Paulo surgem. A entrada deles é essencialmente teatral, surgindo no cenário de surpresa. A segunda, ainda mais visível, é quando a mãe de Paulo narra como ela conhece a chegada do marido (Dan Stulbach) pelos barulhos que ele faz, do motor do carro, do barulho do portão e dos passos, até a entrada do personagem. Tudo isso apenas narrado pela mãe, com a câmera estática. Mais teatral, impossível.

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