quinta-feira, 15 de abril de 2010

Zona Verde



Sinopse: Após um série de missões fracassadas, o sub-tenente Roy Tomas desconfia que há algum erro na inteligência norte-americana a respeito das armas de destruição em massa no Iraque. Isso o levará a um mundo de conspirações e jogo de poder político.


Ficha Técnica
Zona Verde (Green Zone)
Direção:
Paul Greengrass
Roteiro:
Brian Helgeband
Elenco:
Matt Damon, Yigal Naor, Amy Ryan, Greg Kinnear, Brendan Gleeson
Duração:
115 minutos
País:
EUA, França, Espanha, Reino Unido


 por Guilherme Kroll Domingues

(Spoilerômetro: )

O cinema sempre representou o militarismo norte-americano de maneira ambígua. Em alguns momentos o exalta, como em Rambo III ou Bradock, em outros o crítica. Essa crítica pode ser tola como a feita em Avatar ou psicológica e humana como em Guerra ao Terror. Mas a questão é que cada vez mais a linguagem cinematográfica se levanta contra os terrores das guerras, deixando para um passado de Guerra Fria, os momentos de exaltação aos tiros e desmandos norte-americanos.

Paul Greengrass teve seu aprendizado cinematográfico forjado em documentários sobre zonas de guerra, nos quais mostrava as pessoas e lugares afetados por conflitos armados. É um diretor que tem afeto por esse tipo de tema. Mesmo após enveredar pelos caminhos da ficção, sobretudo com os dois sucessos Supremacia Bourne e Ultimato Bourne, encontrou tempo para fazer o ótimo Vôo United 93, um filme baseado em um fato, mas imaginando como as pessoas se comportaram dentro daquele avião que não atingiu seu alvo no fatídico 11 de Setembro.

Em Zona Verde (Green Zone), novamente Greengrass se baseia na realidade para fazer uma obra de ficção. Dessa vez o alvo é a Guerra do Iraque é o que motivou ela: as supostas armas de destruição em massa que nunca foram encontradas.

Baseado no livro A Vida Imperial na Cidade Esmeralda (que por enquanto só foi editado em português de Portugal), Greengrass critica avidamente os motivos que iniciaram e que mantiveram a Guerra do Iraque, focando nas personagens humanas, tanto nos soldados americanos quanto nos civis iraquianos.

Por isso ninguém vai encontrar um novo Bourne nesse longa, apesar do mesmo time dos dois últimos filmes do personagem. Roy Miller, personagem de Matt Damon, é na verdade, uma espécie de anti-Bourne: ele sabe exatamente quem é e o que precisa fazer. Nesse papel, se a atuação de Damon não é digna do Oscar, mas pelo menos segura bem.

A direção de Greengrass é extremamente competente. Ao mesmo tempo que amarra perfeitamente todas as diversas pontas do roteiro, que incluem política, extorsão, imprensa, hierarquia militar entre outras coisas, consegue inserir empolgantes cenas de ação, sobretudo de perseguição. A edição eficiente e ágil aproxima o filme de um videoclipe: nenhum plano dura mais do que alguns segundos. A única assinatura do diretor que incomoda este resenhista é a câmera no ombro, que deixa a imagem tremendo um pouco.

Em resumo, Zona Verde é um filmaço que vai agradar a fãs de filmes de ação, do diretor e pessoas que enxergam os acontecimentos no Oriente Médio com senso crítico.

  

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