quinta-feira, 29 de março de 2012

Um Método Perigoso: Os limites de Knightley

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)



Durante boa parte de sua carreira, Keira Knightley fez o papel de moça de classe alta em filmes de época, muitas vezes o adjetivo esnobe pode ser adicionado à personagem. Apesar de também ser um filme de época, em Um Método Perigoso (A Dangerous Method) a atriz britânica tem um papel um pouco diferente.

Keira interpreta Sabina Spielrein, paciente de Carl Jung (Michael Fassbender, de Shame) que o estimula a estudar os diferentes fetiches dos seres humanos. Sabina sente prazer sexual quando testemunha ou sofre violência. Conforme as conversas avançam no lado clínico, ela tem um tórrido caso de amor com o médico.

Por causa do teor do enredo, é de se esperar fortes cenas de sexo no filme que conta os primórdios da psicanálise. O embate de ideias entre Jung e Sigmund Freud (Viggo Mortensen, de A Estrada) geram momentos caloroso, mas os encontros sexuais entre Jung e Spielrein deixam a desejar.


Há alguns anos, Knightley recebeu de sua mãe a chance de interpretar uma moça mais saidinha, em um papel escrito especialmente para ela em Amor Extremo (2008). A atriz preferiu não sair de sua zona de conforto e trocou de personagem com Sienna Miller, que roubou a cena.

Quando se pensa na falta de ímpeto de Keira Knightley nesse caso, fica claro que Um Método Perigoso não poderia contar com cenas de sexo mais ousadas. Tudo fica mais evidente quando sabemos que ela cogitou abandonar o projeto justamente pela quantidade de sexo no roteiro.

Se ela foi convencida pelos produtores a trabalhar no filme, não é de se surpreender que falte libido freudiana na produção.


Um Método Perigoso (A Dangerous Method)
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Keira Knightley, Viggo Mortensen, Michael Fassbender, Vincent Cassel, Sarah Gadon
Duração: 99 minutos
País: Reino Unido, Alemanha, Canadá, Suíça

Nota: 4

Um Método Perigoso foi assistido no Festival do Rio 2011.

2 comentários:

  1. Como podem julgar a partir de premissas tão fracas as desistências da atriz no filme.E outra como podem reduzir a teoria de Freud da libido a uma mera excitação sexual. Estou vendo pessoas ou uma pessoa com um impeto sexual exagerado, passando longe da obra e mesmo da teoria envolvendo o filme para cobrar cenas pornográficas alheias por causa de seu ímpeto sexual até mesmo machista. Sejam mais sério com a vida dos outros

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    Respostas
    1. Caro Anônimo,

      O texto apenas defende cenas sexuais mais corajosas do que as apresentadas por considerar que elas seriam mais adequadas à tônica do restante do filme. Nunca se pediu pornografia.

      Obrigado pela visita.

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