terça-feira, 27 de março de 2012

Beleza Adormecida: Strip-tease por atenção

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


O principal atrativo de Beleza Adormecida (Sleeping Beauty) é a combinação de Emily Browning (Sucker Punch) em um filme erótico. Ciente disso, a estreante diretora Julia Leigh organiza as cenas de modo que se veja na tela um verdadeiro strip-tease da atriz australiana. Sua nudez é gradativa e prende os olhos do espectador.

Com a garantida da atenção do público, Julia pode contar a história da garçonete que entra em contato com um tipo diferente de trabalho. Ela terá de atender homens poderosos em trajes mínimos. Mais adiante lhe é oferecida a oportunidade de um serviço mais ousado. Lucy terá de tomar um chá que a fará dormir profundamente. Durante seu sono, o cliente entra no quarto e poderá fazer com ela o que bem entender, exceto sexo.


O enredo de Beleza Adormecida permite que se aborde o uso de drogas, os limites da prostituição, os fetiches e as preferências sexuais pouco convencionais. No entanto, o filme se enche de pretensão e se dispõe a discutir outras questões, que não necessariamente estão ligadas à premissa.

O personagem Birdmann (Ewen Leslie) é o exemplo máximo da ambição exacerbada do longa. Ele é um rapaz depressivo, típico rebelde sem causa que nunca teve uma boa pia de louça suja para cuidar. Cada vez que entra em cena, testa a paciência do espectador com seu ar blasé e conflitos vazios.

Com escolhas assim, Beleza Adormecida perde a chance de ser um filme acima da média, para ser o desperdício de uma boa ideia.


Beleza Adormecida (Sleeping Beauty)
Roteiro e Direção: Julie Leigh
Elenco: Emily Browning, Rachael Blake, Ewen Leslie
Duração: 101 minutos
País: Austrália

Nota: 3

Beleza Americana foi visto no Festival do Rio 2011.

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