terça-feira, 20 de março de 2012

Pina: Idioma dançante

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Além das coreografias e do uso do 3D, há outro elemento que chama a atenção em Pina: a pluralidade de idiomas que podem ser ouvidos durante a projeção. O documentário mostra a companhia de dança fundada pela bailarina alemã Pina Bausch. Vindos dos quatro cantos do mundo, os dançarinos usam suas línguas-mães em seus depoimentos.

Salta aos olhos ver os depoentes de boca fechada enquanto seus relatos sobre a experiência de trabalhar com Pina são ouvidos em off. Como são todos artistas, essa escolha faz sentido e adiciona poesia ao filme. Quando se vê o desempenho dos bailarinos de diferentes origens em total sincronia no palco, percebe-se que ali eles falam a mesma língua.


A sensibilidade do ballet moderno transpira para a estética do filme. Apesar de ser um documentário, Pina tem momentos claramente encenados, como quando os dançarinos se reúnem para ver filmes antigos com Bausch trabalhando. Nesse momento faz diferença ter a genialidade de Wim Wenders (Estrela Solitária) atrás das câmeras.

A dança está em cada momento do filme. Seja nas coreografias apresentadas em cenários inusitados, seja no uso de efeitos visuais para que mini-bailarinos se apresentem em maquetes.

Como é de se esperar, Pina é primeiramente feito para apreciadores do tipo de dança da companhia. Quem não é muito íntimo dessa expressão também pode se encantar, contanto que esteja com a mente aberta.


Pina
Roteiro e Direção: Wim Wenders
Elenco: Pina Bausch
Duração: 103 minutos
País: Alemanha, França, Reino Unido

Nota: 8

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