Sinopse: Stantman Mike perambula pelo Texas caçando grupos de mulheres que viajam pelo estado. Ele usa seu carro para assassinar suas belas vítimas.
Ficha Técnica
À Prova de Morte (Death Proof)
Roteiro e Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Kurt Russell, Zoe Bell, Rosario Dawson, Vanessa Ferlito, Sydney Tamiia Poitier, Tracie Thoms, Mary Elizabeth Winstead, Quentin Tarantino
Duração:114 minutos
por Guilherme Kroll
(Spoilerômetro: •)
Tarantino começou sua carreira em grande estilo, com Cães de Aluguel, um filme sobre gangsteres. Voltaria ao tema em suas produções seguintes: o excepcional Pulp Fiction e o legalzinho Jackie Brown. Depois, Tarantino comporia o já clássico do cinema contemporâneo Kill Bill, filme em dois volumes que mescla ninjas, lutas de espadas, elementos de filmes de samurais, faroeste e, como não poderia deixar de ser, gangsteres.
Mas no universo criado pela mente desse louco ainda estão filmes que ele roteirizou como Amor a Queima-Roupa e Assassinos por Natureza ou mesmo filmes que ele apenas participou, como os do seu amigo Robert Rodriguez, em especial Um Drink no Inferno.
Em todos eles, Tarantino e seus amigos vão compondo uma mitologia complexa e interligada que presta homenagens a diversos tipos de filmes B dos anos 50, 60, 70 e 80. Em À Prova de Morte (Death Proof), Tarantino busca ampliar essa mitologia em um gênero que ainda não domina que é o terror.
Ele já produziu alguns, como O Albergue, já até estrelou um como coadjuvante em Um Drink no Inferno, mas só agora arriscou a direção de um filme “grindhouse” (filmes de terror trash com litros de sangue falso). Grindhouse é um nome emprestado inclusive para o título deste filme, que nos EUA originalmente foi lançado em conjunto com Planeta Terror, de Robert Rodriguez, numa versão mais enxuta.
E o resultado é satisfatório, principalmente porque À Prova de Morte é, sobretudo, um filme de Tarantino. Há bastante violência, cenas de insinuação sexual, palavrões e personagens de outros filmes (por exemplo, os xerifes de Kill Bill e Um Drink no Inferno). Há também uma seqüência com um diálogo na cafeteria com o grupo de garotas que protagonizam o filme que é idêntica ao diálogo inicial de Cães de Aluguel.
A história pode ser considerada até tola: um maníaco perseguindo mocinhas na auto-estrada. Mas o desenvolvimento, os diálogos, as interpretações, a fotografia imitando os filmes trash dos anos 70, tudo isso dá um charme a mais que vale o ingresso.
Interessante que o filme foi um sucesso de crítica nos EUA e um fracasso de bilheterias. Creio que isso se dá porque, apesar de ser um filme bom, ele não é um filme fácil. Pode soar pedante, mas para entendê-lo é preciso referências e um pouquinho de sagacidade, e não necessariamente é o que o público gringo tem de sobra.
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