sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Amor segundo B. Schianberg

Por Edu Fernandes

Sinopse: Uma videoartista quer fazer um trabalho diferenciado com um ator de teatro. Ele fica no apartamento dela tendo várias discussões e criando artes visuais diversas.

Spoilerômetro:

O Amor segundo B. Schianberg
Roteiro e Direção: Beto Brant
Elenco: Marina Previato, Gustavo Machado
Duração: 84 minutos


Características de Brant

A obra do cineasta Beto Brant pode ser caracterizada por alguma ousadia e por sua parceria duradoura com o autor e roteirista Marçal Aquino. Em O Amor segundo B. Shianberg essas duas marcas do diretor podem ser percebidas em doses diferentes. O roteiro não é inspirado em algum romance de Aquino, mas o tal B. Shianberg é um personagem de Eu Ouviria as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, que será levado a tela por Beto em breve.

Por outro lado, Brant nunca foi tão ousado. Se em O Invasor (2002) ele mostrou que o roqueiro Paulo Micklos pode atuar, a experimentação em seu novo filme chega a níveis impressionantes – o que certamente restringe o público. A maior parte da ação acontece no apartamento em que o casal de protagonista convive. Os dois estão isolados e toda a equipe de produção está alojada em outro apartamento, com as câmeras sendo manipuladas por joystick.

Em tempos de reality shows de todos os modos, a proposta do filme traz mais material para os voyers de plantão, mas de uma forma mais crítica. Como não se trata de um estúdio preparado e para que haja liberdade de movimentação dos atores, a qualidade da imagem e do som está longe de ser aceitável para os padrões dos shows televisivos. O foco está mais no experimento do que no resultado em si.


Para gostar de O Amor segundo B. Shianberg é preciso muita força de vontade, interesse em ver os limites da linguagem audiovisual e apreciar videoarte, principalmente nos minutos finais, em que o resultado da experiência de Marina é mostrado.

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