quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tron – O Legado



Sinopse: Kevin Flynn, principal executivo de uma empresa de software, desaparece misteriosamente por 20 anos. Seu filho Sam, em vez de assumir os negócios,  faz intervenções marginais e espetaculares, tentando resgatar a imagem do pai diante de uma diretoria ganaciosa. Tudo muda quando um amigo de Kevin recebe um bip num aparelho desativado desde o desaparecimento do executivo.


Ficha Técnica
Tron – O Legado (TRON: Legacy)
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Adam Horowitz, Edward Kitsis
Elenco: Jeff Bridges, Garrett Hedlund, Bruce Boxleitner, Olivia Wilde, Michael Sheen, James Frain
Duração: 127 minutos
País: EUA


Antes da Matrix havia a Grade

 por Alvaro Domingues

(Spoilerômetro: )

Os roteiristas e  o de diretor de Tron – O Legado (TRON: Legacy) tinham a responsabilidade de criar algo à altura do primeiro filme. TRON (1982), apesar do roteiro simples, foi revolucionário na ideia, ao criar um mundo virtual, e na técnica, com efeitos visuais e o uso massivo de computação gráfica na construção dos cenários, veículos e roupas dos personagens.

Esperar algo revolucionário de novo numa sequência seria demais, mas o risco de produzir algo sofrível era muito grande. A direção se preocupou em manter a forma original do cenário, das roupas e veículos, incrementando-os com mais detalhes e mobilidade, sem que o fãs do filme original e os que o desconheciam se decepcionassem. Foi mantido também o humor em cima do jargão técnico na medida certa, de forma a não aborrecer os que os leigos.

A trilha sonora do Daft Punk está primorosa, bem como os efeitos sonoros. O roteiro, um pouquinho mais denso que o primeiro filme, mas sem ser filosófico demais, garante um a boa diversão. Há também referencias a outros filmes, como Matrix (que é posterior ao TRON original), Guerra nas Estrelas (com uma piada estragada pelo trailer) e O Mágico de Oz. Alusões ao fime original também existem, colocando alguns detalhes, como Bit, como um objeto de decoração (como se nos dissessem: “nós não esquecemos, viu?”).

O que decepciona um pouco, sem comprometer a qualidade geral, é o uso da tecnologia 3D. Com tantos objetos virtuais, poderiam ter ousado um pouco mais.

No enredo merecem destaque o uso de conceitos de IA (Inteligência Artificial) para explicar determinados comportamentos das entidades virtuais em oposição os seres humano, sobretudo no final e o desenvolvimento de “vida” virtual paralela a partir de código espúrio (os ISO).

Curiosidades:

No filme, TRON é o nome de um personagem que representa uma rotina de ajuda ao usuário. O termo é uma abreviatura de TRACE ON, uma instrução do BASIC (linguagem de computação popular nos anos 80) e permite ao programador acompanhar o que está acontecendo a cada instrução que executada, mostrando seu resultado em tela, em forma de texto.

As referencias a O Mágico de Oz são várias, porém os roteiristas tentaram deixar mais marcado colocando o mundo real em 2D e o virtual em 3D (como no filme com Jud Garland: preto e branco versus colorido).

Há referencia também ao jogo de Go, originário da China, que é jogado sobre uma grade, colocando-se as pedras nos pontos de junção entre duas linhas. Kevin luta contra o vilão como se estivesse jogando Go (há um tabuleiro em sua sala), usando a estratégia de esperar o movimento do adversário, colocando-se indefinidamente em defesa. Isso normalmente irrita o adversário e o faz se precipitar.


Um comentário:

  1. Abusaram muito pouco do 3D. Até o trailer de Zé Colmeia foi mais elaborado que o filme TRON. Com milhares de "desculpas" para usar o 3D, decepcionaram e principalmente com a seguinte mensagem no inicio do filme: este filme contém cenas 2D, mas não deve ser retirado o óculos. Aff.

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