Sinopse: Sosa é um advogado que trabalha com vítimas de acidente de trânsito. Ele envolve-se amorosamente com o outro lado da questão quando começa a namorar a socorrista Luján.
Ficha Técnica
Abutres (Carancho)
Direção: Pablo Trapero
Roteiro: Alejandro Fadel, Martín Mauregui, Santiago Mitre, Pablo Trapero
Elenco: Ricardo Darín, Martina Gusman, Carlos Weber, José Luis Arias, Loren Acuña, Gabriel Almirón, José Manuel Espeche
Duração: 107 minutos
País: Argentina, Chile, França, Coreia do Sul
Scorsese sul-americano
por Edu Fernandes
(Spoilerômetro: • trailer)
Depois de usar uma penitenciária como cenário em Leonera (2008), o diretor Pablo Trapero resolveu explorar as brigas judiciais de acidentes de trânsito para mostrar a podridão do ser humano em Abutres (Carancho). Ele foi bem-sucedido, já que depois de lançado seu filme foram realizadas alterações nas leis argentinas de seguro-saúde.
O título, tanto em português quando em espanhol, faz referência às várias formas de as pessoas se aproveitarem do sistema. O exemplo mais claro no filme é a empresa para a qual o personagem principal (Darín) trabalha.
A firma representa vítimas do trânsito em processos muito polpudos. No final dos acertos, quem foi verdadeiramente lesado pelo acidente fica com uma pequena parcela da indenização, enquanto o caixa da empresa embolsa a maior parte. Há outros casos de comportamento questionável, não apenas na esfera jurídica, mas deixemos algumas surpresas para a sessão.
Com o esquema da divisão desigual da indenização se repetindo no filme, o espectador precisa estar preparado para sentir muita raiva dos aproveitadores retratados em Abutres. A direção firme de Trapeiro, com muitas tomadas longas e ágeis, aumenta a carga de emoção e adrenalina da fita – por isso a comparação no título deste texto.
O principal problema do enredo, contudo, está na personagem Luján (Gusman) que exagera no papel de "donzela em perigo" e não convence. Uma mulher que mora sozinha, estudou Medicina e trabalha em um ambiente em que situações extremas são rotineiras não poderia ser tão desequilibrada emocionalmente.
• A culpa dessa falha não é da atriz, mas do roteiro, já que a personagem precisa ser assim para que a dramaturgia funcione. O desfecho é outro problema. O melhor a se fazer é focar-se nas abundantes qualidades da fita e esquecer da maneira esquisita com que a trama se encaminha para o desfecho.
São bem melhores mesmo no cinema
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