quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Arte da Conquita X Lola: Astros juvenis

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Histórias de atores mirins que não conseguem o mesmo sucesso depois da puberdade são incontáveis. Em breve entram em cartaz no Brasil dois filmes em que jovens atores tentam mostrar que seus talentos sobrevivem ao ataque hormonal da adolescência.

Freddie Highmore já arrancou litros de lágrimas com suas atuações tocantes desde que apareceu ao mundo no filme Em Busca da Terra do Nunca (2004). Em A Arte da Conquista (The Art of Getting By) ele é George, um estudante do ensino médio com problemas para passar de ano. Quando pensamos que a única ocupação do jovem é estudar e tirar notas decentes, podemos condenar o comportamento do personagem. Felizmente não é isso o que acontece.


A qualidade do trabalho de Freddie e um roteiro com diálogos bem escritos faz o espectador ter simpatia por George. Ele tem sentimentos que não compreende por Sally (Emma Roberts, de Pânico 4) e também está tentando descobrir que carreira seguir. As falas que ele dispara (“Eu não tenho medo da morte, tenho medo da vida”) mostram que se trata de um jovem inteligente, que apenas passa por uma fase difícil.

Nesse ponto o título que o filme ganhou no Brasil é deficiente. Originalmente o nome da fita pode ser traduzido como “A Arte de Levar a Vida” e combina muito melhor com a posição do protagonista.


No time feminino de astros juvenis está Miley Cyrus (A Última Música). Ela encara o desafio de protagonizar Lola (LOL), remake do corajoso e honesto francês Rindo à Toa (2008). Com a mesma diretora no comando das duas versões do roteiro, as cenas são praticamente iguais. A única comparação possível seria a beleza do elenco, não fosse um pequeno detalhe.

O filme conta os conflitos entre a adolescente Lola e sua mãe (Demi Moore, de Margin Call). O enredo não se esquiva de temas importantes da faixa estária da personagem principal: sexo e drogas. Quando foi anunciado o nome de Cyrus para estrelar o remake, muitos temiam que esses assuntos seriam varridos para debaixo do tapete, já que a atriz/cantora tinha sua imagem atrelada à pudica Disney.

Para o bem dos espectadores de Lola, as inseguranças sexuais e as experimentações com drogas (lícitas ou não) continuam ali. O problema é que as cenas mascaram o contato de Miley com tais substâncias. Enquanto no filme original a protagonista dá belas baforadas em um baseado, em Lola as coisas ficam mais implícitas. Provavelmente porque a coragem dramática de Miley Cyrus seja bem menor do que a de Freddie Highmore.

A Arte da Conquista (The Art of Getting By)
Roteiro e Direção: Gavin Wiesen
Elenco: Freddie Highmore, Emma Roberts, Sasha Spielberg, Marcus Carl Franklin, Blair Underwood, Michael Angarano
Duração: 83 minutos
País: EUA

Nota: 7



Lola (LOL)
Direção: Lisa Azuelos
Roteiro: Lisa Azuelos, Kamir Aïnouz
Elenco: Miley Cyrus, Douglas Booth, Ashley Greene, Adam G. Sevani, Demi Moore, Jean-Luc Bilodeau
Duração: 97 minutos
País: EUA

Nota: 5

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