Spoilerômetro: • (?)
A nova adaptação do conto “Lembramos para você a preço de atacado” de Philip K. Dick chega aos cinemas com vários elementos calculados para agradar os leitores de ficção científica. O título O Vingador do Futuro (Total Recall) vem da versão antiga, quando os distribuidores brasileiros queriam atrair os fãs de O Exterminador do Futuro (1984). Com esse nome que induz ao erro e a presença de Arnold Schwarzenegger na tela, a ganância ficou à frente da autenticidade. Com isso, herda-se um título infeliz.
No papel que foi de Schwarzenegger está Colin Farrell (A Hora do Espanto), como o operário Doug Quaid. Ele está cansado de sua vida e resolve ir à Rekall, empresa especializada em criar lembranças para seus clientes. Doug sonha em ter a memória de ser um agente secreto, mas algo dá errado no procedimento. Agora ele é um homem perseguido pela força policial.
O cenário futurista opressor lembra literatura e quadrinhos distópicos, como 1984 e V de Vingança. Isso somado a referências à obra de K. Dick e à adaptação anterior transformam O Vingador do Futuro em um prato cheio para os admiradores de ficção científica. Até seu terço final.
Conforme o filme caminha para seu clímax os vilões ficam cada vez mais tresloucados. Em nome de criar boas cenas de ação, os personagens vividos por Kate Beckinsale (Anjos da Noite) e Bryan Cranston (John Carter) começam a tomar atitudes estúpidas e soam como vilões-Disney. Eles não têm mais objetivos claros e são malvados apenas para atrapalhar a vida do protagonista.
É muito triste ver uma produção com tamanho potencial ser vitimada por um erro tão juvenil. Isso é subestimar a inteligência do espectador.
O Vingador do Futuro (Total Recall)
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Kurt Wimmer, Mark Bomback
Elenco: Colin Farrell, Kate Beckinsale, Jessica Biel , Bryan Cranston, Bokeem Woodbine, Bill Nighy, John Cho
Duração: 118 minutos
País: EUA, Canadá
Nota: 5
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