quarta-feira, 10 de novembro de 2010

As Cartas Psicografadas por Chico Xavier



Sinpose: Documentário sobre mães que perderam seus filhos e foram ao médium Chico Xavier para receberem mensagens psicografadas


Ficha Técnica
As Cartas Psicografadas por Chico Xavier
Roteiro e Direção: Cristiana Grumbach
Elenco: Yolanda Cezar, Nyssia Leão de Oliveira, Sonia e David Muszkat, Thereza de Toledo Santos, Edinah e Armando Lodi, Piedade da Silva Chapela, Maria Helena de Jesus Sonvêsso e Maura Pereira Cassiano
Duração: 90 minutos
País: Brasil


Mais proposta do que filme
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

O espiritismo é um tema que o cinema nacional encontrou para gerar grandes bilheterias. O primeiro título dessa tendência é Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito, que foi concebido originalmente como um documentário.

Depois de algumas ficções espíritas, finalmente se tem o primeiro documentário com a doutrina de Alan Kardec envolvida no assunto. As Cartas Psicografadas por Chico Xavier propõe-se a mostrar mães que encontraram nas mensagens do médium um pouco de paz para aceitar a perda do filho. O problema é que o filme para aí.

Na tela, vê-se apenas a mesma rotina repetitiva. Começa com uma mãe (às vezes acompanhada pelo marido) que fala como foi difícil superar a morte do filho até receber a carta psicografada por Chico. Aí se lê a mensagem e depois se segue um tempo morto, com a sala onde aconteceu a entrevista vazia.

E só! O filme não oferece outros fatos. Não há imagens de arquivo, não há entrevistas com quem não partilha da fé espírita, não há visita a Uberaba para mostrar o centro espírita fundado por Xavier, não há comparação entre as entrevistas com edição paralela,...

Imagine que um programa televisivo decida criar um novo quadro emotivo. Nele, cada semana uma mãe concede uma das entrevistas que se vê no documentário. Depois de algumas semanas, juntam-se esses relatos e coloca-se em DVD para vender em camelôs. Esse exercício de imaginação dá uma boa ideia de como é As Cartas Psicografadas por Chico Xavier.

Não existe uma palavra que defina uma mãe que perde seu filho (como órfã ou viúva, por exemplo). Dizem que isso acontece porque essa dor é tão grande que não merece uma palavra para defini-la. Com essa situação em cena, o documentário ganha emotividade e lágrimas rolarão. Poderiam ter feito um filme de fato para acompanhar essas histórias.


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