quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1



Sinopse: Harry Potter tem a difícil missão de encontrar as horcruxes para derrotar Voldemort. Mas Dumbledore também deixou pistas de itens que podem ajudar Harry nessa batalha contra as trevas.


Ficha Técnica
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1)
Direção: David Yates
Roteiro: Steve Kloves
Elenco: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Alan Rickman, Ralph Fiennes, Helena Bonham Carter
Duração: 146 minutos
País: Reino Unido, Estados Unidos


 por Guilherme Kroll e Carla Bitelli

(Spoilerômetro: )

Finalmente a saga de Harry Potter e Voldemort chega ao apoteótico final no cinema. Os fãs sem preguiça já conhecem o desfecho há muito tempo, pois o livro em que esse filme é baseado foi lançado em 2007. Para dar conta de uma história repleta de detalhes, os produtores dividiram a última aventura em duas partes. Ou seja, o Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1) será lançado agora e a parte final, no meio de 2011.

Apesar da clara intenção de ganhar mais dinheiro, fica também evidente que não seria possível a redução do último livro em apenas um filme. Nesta primeira parte, muito da narrativa original foi devidamente enxugado, evitando detalhes pouco importantes que derivassem em longas explicações. O diretor David Yates e o roteirista Steve Kloves privilegiaram a relação entre os personagens principais e optaram por excluir diversos momentos emotivos, de redenção e culpa, envolvendo personagens secundários — por exemplo, o pedido de desculpas de Duda, bem como a discussão com Lupin sobre o papel de um pai.

Fãs puristas podem sentir falta dessas passagens, mas é justamente a exclusão delas que abre importantes minutos para trabalhar a tensão entre o trio principal: o medo da morte e o peso da liderança em Harry, a questão do papel feminino e do saber formal em Hermione, o apelo emocional e a forte relação familiar em Rony. Há ainda algo mais: uma ligeira tensão erótica entre Hermione e Harry, algo nunca explorado por J. K. Rowling.

E toda essa sedimentação das relações conduz os espectadores para o esperado confronto entre Harry e Voldemort — que virá apenas na segunda parte —, entremeando metáforas sobre amadurecimento e chegada à vida adulta. Não passam batidos os paralelos entre a história dos bruxos e a História, como as ditaduras e a supressão das liberdades civis.

O clima da narrativa, como não poderia deixar de ser, é ainda mais sombrio. Yates, diretor que introduziu esse elemento na série cinematográfica, usa isso com maestria. Já experiente na série (é dele A Ordem da Fênix e O Enigma do Príncipe), ele nos brinda com lindas imagens da paisagem da região, apresentando planos abertos que intensificam a solidão em que vivem os personagens naquele momento.

As atuações de Emma Watson (Hermione) e Rupert Grint (Rony) estão ótimas e convincentes. Daniel Radcliffe como Harry fica um pouco abaixo dos colegas, mas segura a onda.

O corte da história é um pouco à frente da metade do livro, mas também um dos únicos possíveis. O gancho para o próximo filme é empolgante e vai deixar os fãs ainda mais ansiosos. O filme retrata bem a história contada por Rowling e reduz um pouco a sensação de adeus que a autora consciente ou inconscientemente impregnou no livro.

Adolescentes que cresceram lendo a série terão arrepios. De fato, o evento de uma geração chega ao fim.


3 comentários:

  1. Ótimo texto sobre o filme. Concordo em todos os pontos. O filme é de encher os olhos. Saí do cinema com vontade de ler tudo de novo... mas o tempo, ah, esse (in)felizmente não volta. Essa história marcou muitos da nossa geração, e eu sou feliz por ter feito parte disso. As próximas gerações poderão ler os livros, mas não crescerão ao mesmo tempo, como nós crescemos.
    Vixe, esse texto ficou piegas! Mas, beleza, a parte séria já está escrita aí em cima, nas ótimas palavras do Gui e da Carla. :)

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  2. É incrível como eu não podia imaginar a perfeição dessa série quando peguei o primeiro livro pra ler. A evolução da história e o último livro me marcaram pra sempre.

    Pena que apesar de longos, os filmes não conseguem passar metade de toda a beleza contida nos livros. Mas tou ansioso pra assistir os dois últimos, como também um pouco triste por ser o final.

    Abç

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  3. Concordo com o texto e com os dois comentários também, inlcusive meu texto termina dizendo, só que com outras palavras, praticamente a mesma coisa, ou seja, o feito marcante de uma geração está chegando ao fim!

    E quando penso nisso, sem brincadeira alguma, dá até vontade de chorar.

    Abraços a todos

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