Sinopse: Documentário sobre a vida de Arnaldo Baptista. A formação dos Mutantes e as amarguras que o artista sofreu depois do final da banda.
Ficha Técnica
Loki – Arnaldo BaptistaRoteiro e Direção: Paulo Henrique Fontenelle
Elenco: -documentário-
Duração: 83 minutos
"Louco é quem me diz"
por Edu Fernandes(Spoilerômetro: •)
Poucas pessoas ligam prontamente o nome de Arnaldo Baptista à banda Mutantes, mas ele era a cabeça pensante por traz de um dos mais importantes grupos musicais do rock nacional. Em Loki – Arnaldo Baptista, ele é um objeto de estudo mais do que curioso para a produção de um documentário. Sua contribuição musical é inegável, mas seus problemas mentais e o quase esquecimento pelo qual passou tornam sua jornada merecedora de um grande filme.
A estrutura do filme – e da vida – é bem parecida com a que já foi apreciada em Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei. Arnaldo também chegou à crista da onda muito jovem e acabou tombando com consequências arrebatadoras para sua vida pessoal. O documentário não mede palavras para tratar de tudo o que se deseja saber dessa figura: o uso de drogas, os problemas afetivos, as internações, a tentativa de suicídio...
Antes de o leitor achar que se trata de uma desgraça atrás da outra, há espaço para muita música de qualidade e depoimentos de autoridades no assunto. Fãs famosos como Sean Lennon e Kurt Cobain fazem suas declarações de amor musical a Arnaldo – parte de uma ótima pesquisa desempenhada pelos realizadores.
Loki acha uma boa forma de mostrar para o público um pouco de como funciona a cabeça de Arnaldo Baptista. Desde que saiu do coma, ele começou a pintar quadros e, enquanto dá seu depoimento para o filme, pinta um quadro que retrata por símbolos e alegorias muitas passagens de sua vida. Escolhendo muito bem os enquadramentos, acompanha-se a confecção dessa peça enquanto que se revelam as diversas situações discutidas.
Já é sabido que Rita Lee recusa-se a dar declarações acerca de sua passagem por Os Mutantes e ela poderia facilmente comprometer a qualidade do longa. Felizmente ela assumiu uma posição que deve ser cumprimentada: cedeu o direito para que a produção usasse as imagens de arquivo em que ela aparece, mas não quis ser entrevistada. Por mais desejável que fosse ouvir a versão dela para os acontecimentos, ela conseguiu manter-se fiel a si mesma ao mesmo tempo em que não atrapalha os fãs ávidos em assistir ao documentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário