quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Amor: A angústia de Haneke

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Os mais famosos trabalhos do diretor alemão Michael Haneke são A Fita Branca (2009) e as duas versões de Violência Gratuita (1997 e 2007). Em Amor (Amour) ele narra os últimos dias de Anne (Emmanuelle Riva, de A Sombra da Dúvida), uma francesa octogenária que é cuidada pelo marino Georges (Jean-Louis Trintignant, de Janis e John).

Tal drama parece não se encaixar na obra do cineasta, mas Haneke consegue imprimir personalidade na tela. A angústia que marca seus filmes está presente em Amor. A começar porque já sabemos na primeira cena que Anne morre no final. O que motiva é descobrir o que aconteceu com o esposo.

O uso de planos longos e contínuos colabora para que a angústia se instale Além disso, essa opção combina com a idade avançada dos personagens, em que tudo é mais vagaroso.


A maldição de Amélie

Amor foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro e ainda concorre em mais quatro categorias. Em um primeiro olhar, ele parece o favorito, mas o histórico da premiação indica o oposto. Como aconteceu recentemente com O Fabuloso Destino de Amélie Poulin (2001) e O Labirinto do Fauno (2006), quando um filme estrangeiro é indicado em outras categorias, perde na competição internacional.

Isso indica que, para Hollywood o resto do mundo produz uma “série B cinematográfica”. Segundo esse raciocínio infeliz, se uma filme mostra-se capaz de se sobressair e competir com produções em inglês, tornar-se inelegível entre os estrangeiros.


Amor (Amour)
Roteiro e Direção: Michael Haneke
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert
Duração: 127 minutos
País: Fança, Alemanha, Áustria

Nota: 8

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