quarta-feira, 25 de julho de 2012

Aqui É o Meu Lugar: Por baixo da maquiagem

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Ao caminhar pelas ruas de uma grande cidade, é comum encontrar com pessoas que adotam um visual pouco tradicional. Um exemplar desses tipos inusitados é o protagonista de Aqui É o Meu Lugar (This Must Be the Place).

Cheyenne (Sean Penn, de A Árvore de Vida) foi o líder de uma banda do rock de sucesso nos anos 80. Apesar de estar aposentado há muito tempo, ele ainda usa as mesmas roupas e maquiagem da época em que subia nos palcos. O personagem é uma mistura de Robert Smith (The Cure) com Ozzy Osbourne (Black Sabbath).

Normalmente quando se cruza com uma pessoa com figurino diferente não nos perguntamos quem é essa pessoa, quais seus sonhos ou suas fraquezas. Essa é a viagem que o filme oferece.


Cheyenne está isolado na Irlanda, mas deve voltar aos EUA por causa da morte de seu pai. Enquanto retorna a suas origens, o protagonista reencontra a si mesmo e a seus conflitos pessoais.

É nessa receita de personagem forte em uma trama psicológica que Sean Penn encontra espaço para premiar o público com seu talento dramático. Ele caminha pela corda bamba da caricatura a todo momento, sem vacilar.

Enquanto se aprecia o trabalho do ator e a movimentação elegante da câmera de Paolo Sorrentino (Il Divo), a proposta do filme se apresenta. A produção almeja mostrar o que há por baixo da maquiagem de cada um, até dos personagens secundários. Vislumbrar o que está além do visual é uma das maravilhas proporcionadas pelo cinema.


Aqui É o Meu Lugar (This Must Be the Place)
Direção: Paolo Sorrentino
Roteiro: Paolo Sorrentino, Umberto Contarello
Elenco: Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch, Eve Hewson, Kerry Condon
Duração: 118 minutos
País: Itália, França, Irlanda

Nota: 8

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