Spoilerômetro: • (?)
A participação dos verdadeiros personagens em filmes baseados em histórias reais garante a emoção real, mas a influência dessas figuras também pode ter efeitos colaterais. O Último Dançarino de Mao já provou essa tendência e A Guerra Está Declarada (La guerre est déclarée) a leva ao extremo.
O candidato francês ao Oscar 2012 conta a história de um casal cujo filho é diagnosticado com câncer antes de completar dois anos de idade. O tal casal assina o roteiro e interpreta a si mesmo no filme, que é dirigido por um deles (a mãe).
Como é de se esperar o resultado é um filme irregular em vários sentidos. A título de simplificação, vou usar apenas a irregularidade na área musical. As canções selecionadas merecem elogios pelo ecletismo. Com certeza não há clichês nesse assunto. No entanto, a musicalidade do filme não escapa de deslizes.
Muitas cenas de A Guerra Está Declarada ganham qualidade graças às canções que as acompanham. Por outro lado, outras cenas não casam com a música que se ouve.
O exemplo máximo de uma péssima ideia que não encontra freios desde sua concepção no roteiro até ser impressa em celuloide é uma cena musical. O casal de protagonistas está viajando um ao encontro do outro quando uma balada romântica começa a tocar. No momento em que o espectador está a ponto de se emocionar, os personagens começam a cantar em um dueto DDD (em que um canta o verso e completa o outro, apesar de estarem em lugares diferentes). Isso resume bem os erros do filme.
A Guerra Está Declarada (La guerre est déclarée)
Direção: Valérie Donzelli
Roteiro: Jérémie Elkaïm, Valérie Donzelli
Elenco: Valérie Donzelli, Jérémie Elkaïm, César Desseix, Gabriel Elkaïm, Brigitte Sy, Elina Löwensohn, Michèle Moretti, Philippe Laudenbach, Bastien Bouillon
Duração: 100 minutos
País: França
Nota: 4
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