segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tintim: Justificativa para animação

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro: (?)


Existe uma teoria na animação que defende que é necessário explorar possibilidades que esse suporte oferece que seriam impossíveis (ou quase isso) de se realizar em live action. Dessa maneira, o uso da linguagem é válido. O diretor Steven Spielberg (Cavalo de Guerra), em sua estreia no mundo da animação, segue fielmente esse postulado com As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin).

O enredo acompanha o jornalista Tintim (Jamie Bell, de Um Ato de Liberdade), que precisa encontrar mensagens cifradas escondidas em miniaturas de navios. Os versos ocultos o ajudarão a desvendar um mistério que lhe renderá uma matéria jornalística.


No meio dessa aventura, os personagens se veem no meio de uma perseguição de carro e moto pelas ruas de uma cidade árabe. Essa sequência é apresentada na tela como uma plano-sequência (sem cortes), com a câmera se movendo como se fosse mais um veículo na perseguição. Com a escolha de enquadramento e movimentação, Spielberg constrói o momento mais empolgante do filme.

Tintim chega aos cinemas como uma animação sob a justificativa de respeitar o visual criado por Hergé, quadrinista que contou as histórias do personagem em tiras de jornal. No entanto, se fosse realizado com atores de carne e osso, a sequência só seria viável dessa maneira com o uso de truques e da inserção de elementos de computação gráfica. Algo semelhante, mas com muito menos complexidade, pode ser apreciado no filme argentino O Segredo dos Seus Olhos.



As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin)
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Moffat, Edgar Wright, Joe Cornish
Elenco: Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig, Nick Frost, Simon Pegg
Duração: 107 minutos
País: EUA, Nova Zelândia

Nota: 7

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