quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O Legado Bourne: A ética de Tony Gilroy

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Vivemos uma época carente de boas franquias de ação e espionagem. Uma das raras exceções é a série Bourne, que chega aos trancos e barrancos a seu quarto filme.

Em O Legado Bourne (The Bourne Legacy), a figura do agente Jason Bourne é praticamente uma entidade mística. Muito se fala sobre ele, mas só aparece por meio de fotos antigas. O protagonista agora é Aaron Cross (Jeremy Renner, de Os Vingadores), participante de um programa desenvolvido para criar espiões com habilidades acima da média por meio de medicamentos.

A transformação de Bourne em um fantasma foi a saída para encaixar o roteiro na franquia. Claramente o texto foi escrito como material original, mas rende mais público se for atrelado a uma série de sucesso, mesmo que seja de uma maneira torta.


Esses remendos podem ser percebidos por trás das câmeras. Em A Identidade Bourne (2002), o roteirista Tony Gilroy deu o pontapé inicial para a franquia com Doug Liman (Jogo de Poder) na cadeira de diretor. Nos dois filmes seguintes (Supremacia Bourne e Ultimado Bourne) a direção ficou com Paul Greengrass, que fez o interesse ultrapassar o roteiro de conspiração e mistério. A câmera quase documental de Greengrass cria cenas de ação tensas e envolventes.

Nesse quarto episódio, Tony Gilroy assume a direção. Ele parece ser mais um dos admiradores do trabalho de Paul Greengrass, já que adota uma movimentação de câmera mais dinâmica no novo filme do que no restante de sua carreira de diretor (Conduta de Risco).

Como aconteceu em todos os filmes anteriores, O Legado Bourne acaba ao som de Extreme Ways, de Moby. A canção foi um dos poucos elementos que Greengrass pegou emprestado dos filmes anteriores ao assumir a franquia.


O Legado Bourne (The Bourne Legacy)
Direção: Tony Gilroy
Roteiro: Tony Gilroy, Dan Gilroy
Elenco: Jeremy Renner, Scott Glenn, Rachel Weisz, Edward Norton
Duração: 135 minutos
País: EUA

Nota: 5


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