quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Colegas: Boca Suja

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Quando ouço um discurso sobre a quantidade de palavrões em filmes brasileiros, normalmente argumento que a linguagem cinematográfica dá essa liberdade. O choque acontece porque público está mais acostumado com o texto televisivo e com adaptações covardes em filme dublados ou legendados.

Por outro lado, no caso de Colegas, reforço o coro ante-palavrão. O longa acompanha um trio de portadores de síndrome de Down em uma aventura para realizar seus sonhos. O filme traz cenários lindíssimos e situações engraçadas que divertem e emocionam o público. Os palavrões são um apêndice esquisito.


A missão da fita é mostra os deficientes de maneira humana, para estimular a integração dessas pessoas na sociedade. Esse tipo de mensagem seria muito bem recebida pelo público infantil, frequentemente menos preconceituoso.

O problema é que o vocabulário dos personagens (que poderia ser trocado sem danos à narrativa) dificulta o diálogo com a garotada. Não se trata de moralismo, é apenas uma consciência das regras. Por causa dos palavrões, corre-se o risco de o filme receber uma classificação indicativa que desestimularia algumas famílias a irem aos cinemas.

A questão das falaz chulas é o único elemento que destoa da fórmula ideal para o público infantil adotada por Colegas. Até as locuções excessivas seriam mais toleráveis se houvesse um enfoque totalmente infantil na produção.


Colegas
Roteiro e Direção: Marcelo Galvão
Elenco: Ariel Goldenberg, Rita Pokk , Breno Viola, Lima Duarte, Rui Unas, Deto Montenegro, Leonardo Miggiorin
Duração: 103 minutos
País: Brasil

Nota: 5

Colegas foi visto no Curta Santos 2012.

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