terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Entrevista: Billi Pig: "Tributo a chanchada"

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Um traficante de drogas (Otávio Muller, de Reis e Ratos), um corretor de seguros ganancioso (Selton Mello, de Federal) e um padre mulherengo (Nelson Gonçalves, de Assalto ao Banco Central). Esses são os três principais personagens malandros de Billi Pig, um “tributo a chanchada”, segundo disse Selton Mello em coletiva de imprensa com o elenco e o diretor do filme.

A filha do traficante é baleada e corre o risco de ficar paraplégica. Para evitar essa sina, o criminoso está disposto a gastar uma grande soma de dinheiro para conseguir um milagre. É nesse ponto que o corretor e o padre entram na jogada. No entanto, a personagem principal do filme é a aspirante a atriz Marivalda (Grazi Massafera, de Aquele Beijo), esposa do corretor Wanderley.

A ideia do filme surgiu para o diretor e roteitista José Eduardo Belmonte a partir de uma experiência pessoal. “O filme surgiu no Festival do Rio, quando eu apresentei Se Nada mais Der Certo”, disse o cineasta. “O filme era pequeno e ainda tinha muitas dívidas, mas eu estava em um hotel luxuoso. Achei a situação engraçada”. Para Billi Pig, Belmonte teve mais verba. “É tão difícil fazer filme com dinheiro quanto sem”, explica. “São demandas diferentes”.

O Billi do título é um porquinho de brinquedo que Marivalda carrega para todo lado e que conversa com ela. “O porquinho é um elemento fantástico, que eu acho que combina com a fé brasileira” disse Belmonte. "É uma forma de criar uma consciência para a Marivalda".


A personagem é classificada por Massafera como “uma sátira de um momento em que eu achava que a carreira de atriz é só glamour”. Grazi faz sua estreia como protagonista em cinema. “É complicado escolher um projeto para começar, mas me apaixonei pelo roteiro”.

“Trabalhar com Selton e Milton é um nível alto”, fala a atriz sobre seus colegas de elenco. “O Zé (Belmonte) me ajudou a desmistificar os meus ídolos”.

A missão de Massafera foi cumprida com louvor, segundo Selton Mello. “O que mais me toca nesse filme foi o nascimento de uma grande atriz” opina. “A Grazi tem uma humildade e profundidade que poucas atrizes têm. Eu e o Milton temos experiência e vícios, mas ela tem frescor, que é mais valioso para um ator”.

Contudo, nem tudo são flores. A proposta de comparar a malandragem do padre, do corretor e do traficante combina com o cinema de Belmonte, com crítica social no roteiro. O problema é que a história não ousa em se aprofundar em seu absurdo e perde tempo com personagens secundários desnecessários.

O exemplo máximo está em Dona Generosa, a dona da funerária interpretada por Preta Gil. “Minha personagem era menor no roteiro, mas trabalhamos muito com improviso”, afirma Preta.

Generosa está ligada a conflitos do padre Roberbal e sequer contracena com Selton Mello e Grazi Massafera, atores principais de Billi Pig. Quase todas suas cenas são com seu assistente, interpretado por Millhem Cortaz (Cilada.com). “Minha parceria com o Milhem rendeu cenas maiores” avalia. “A gente formou uma cena bacana”.

Com a participação dilatada de Gil e Cortaz, o final de Billi Pig se atropela e cenas são cortadas. A história fica confusa e a proposta do diretor diluída.


Billi Pig
Direção: José Eduardo Belmonte
Roteiro: José Eduardo Belmonte, Ronaldo D'Oxum
Elenco: Selton Mello, Grazi Massafera, Milton Gonçalves, Milhem Cortaz, Preta Gil, Tadeu Mello, Otávio Muller
Duração: 98 minutos
País: Brasil

Nota: 4

Um comentário:

  1. filme ruim e ator megavalorizado demais...pior que ele só o mala sem alça do capitão nascimento, o mediocre de um papel só...

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