Sinopse: Os caminhos cruzados de três personagens em São Paulo: um jovem desempregado vindo de Brasília, um taxista e uma menina andrógina que sobrevive traficando droga. Sem opções em vista, eles partem para o crime.
Ficha Técnica
Se nada mais Der Certo
Direção: José Eduardo Belmonte
Roteiro: José Eduardo Belmonte, Luis Carlos Pacca
Elenco: Cauã Reymond, Caroline Abras, João Miguel, Luíza Mariani, Milhem Cortaz
Duração: 80 minutos
por Edu Fernandes
(Spoilerômetro: •)
O maior elogio que se pode fazer a Se nada mais Der Certo é a crítica social que está em seu roteiro. Como se pode ver no trailer, o filme questiona a política, o uso de drogas, e outras situações urbanas. Os diálogos são bem escritos e conseguem associar momentos de reflexão profunda com outros bem diferentes, como quando os personagens estão embriagados e têm um típico "papo de bêbado".
O elenco é muito talentoso, garantindo que as falas funcionem em cada cena. Caroline Abras foi premiada no Festival do Rio por seu trabalho, mas Cauã Reymond (Divã) e João Miguel (Estômago) também merecem elogios às suas atuações. Além de estar diante das câmeras, Cauã encarou com primazia o desafio de narrar o filme.
Uma das armas da crítica social de Se nada mais Der Certo é a ironia, como observado nas passagens em que a trilha da peça Os Saltimbancos é usada. As canções ainda podem levar a entender que se está comparando o comportamento dos personagens a animais.
Visto que a história se passa com representantes da classe média habitando o submundo, a crítica é indireta. Ainda estamos para ver a produção nacional que mostrará as falhas da elite estando dentro da própria elite.
O longa metragem é para público restrito, mas quem se identificar com sua causa tem a satisfação garantida. Não sendo voltado para as massas, com pessimismo e muita política em seu roteiro, tem-se uma opção diferenciada de cinema.
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