terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bellini e o Demônio



Sinopse: O detetive Bellini é contratado por uma pessoa misteriosa. Sua missão é recuperar um livro que estaria relacionado a sangrentos assassinatos.


Ficha Técnica
Bellini e o Demônio
Roteiro e Direção: Marcelo Galvão
Elenco: Fábio Assunção, Christiano Cochrane, Caroline Abras, Nill Marcondes, Rosane Mulholland
Duração: 120 minutos


Mais do que o gênero suporta
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

Não se pode dizer que o diretor Marcelo Galvão seja medroso. Em Bellini e o Demônio ele mostra toda sua coragem e ousadia, doa a quem doer, oferecendo um profundo mergulho na mente do detetive. A história trabalha muito com visões e sonhos e Galvão usa todas as oportunidades possíveis para empregar uma câmera nervosa e criar imagens perturbadoras. Como toda pessoa que é ousada, ele corre o risco de passar do ponto. Infelizmente isso acontece algumas vezes durante o filme.

O maior problema é que a personalidade cinematográfica forte de Galvão acaba cansando, muito porque se espera que a produção seja uma clássica história de investigação, com toques noir. Depois de algum tempo, o espectador espera por pelo menos uma cena em que a construção estética seja um pouco mais calma e conservadora. Com essa opção, o diretor deixou escapar a chance de fazer belas cenas sensuais com a atriz Rosane Mulholland (Falsa Loura), que era um dos propósitos da sua personagem.

Mesmo passando-se muitos anos desde Bellini e a Esfinge (2001), há leves referências ao passado do detetive Remo Bellini. Quem não assistiu (ou não lembra) a última aventura dele, não há o que temer: é totalmente possível compreender o que se passa apenas com esse filme. No entanto, o final confuso continua lá.

Merece menção a atuação de Fábio Assunção (Primo Basílio), de volta na pele do investigador. Dessa vez, por causa do teor mais pesado do enredo, ele teve de mostrar-se muito atordoado, muito por causa de abusos em drogas. O único problema é que no começo do filme, seu personagem não parece estar empenhado em resolver o caso, ficando a maior parte do tempo bebendo, fumando e dormindo. As cenas de delírio são inseridas nesse contexto, mas não parece fazer muito sentido.

2 comentários:

  1. Como fã de literatura policial, acho ótimo que a obra dos autores brasileiros do gênero estejam ganhando espaço também no cinema, mas preciso dizer que nenhum dos resultados me anima muito. Verdade que ainda não vi esse, mas vi "Bellini e a esfinge" e não gostei muito... "Achados e perdidos", baseado no livro do Garcia-Roza, foi outro que me desanimou.
    Em matéria de tirar os detetives brasileiros das páginas dos livros, ainda acho que a série da HBO "Mandrake" fez melhor.

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  2. Interpretar um "detetive drogado" não deve ter sido assim tãooooooo difícil p/ o Fábio Assunção.

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