Sinopse: Há 28 anos, uma nave espacial permanece estacionada sobre Johanesburgo. Seus tripulantes são alienígenas que não conseguem voltar a seu planeta de origem e foram abrigados em uma área chamada Distrito 9. Com o passar do tempo, o que antes era apenas um campo de refugiados virou uma favela extraterrestre, criando uma série de problemas na cidade.
Spoilerômetro: •
Ficha Técnica:
Distrito 9 (District 9)Direção: Neill Blomkamp
Roteiro: Neill Blomkamp, Terri Tatchell
Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt
Duração: 112 minutos
ETs buscando realismo
O cineasta Peter Jackson estava encarregado da produção da adaptção do jogo Halo para as telas de cinema e tinha contactado Neill Blomkamp para dirgir o longa. Quando o projeto foi engavetado, Peter sentiu-se em dívida e ofereceu US$ 30 milhões para que Neil fizesse o que bem entendesse. O resultado dessa parceria é o filme Distrito 9 (District 9), inspirado em um curta-metragem dele mesmo realizado em 2005.
Como no curta original, a fita mostra em estilo documental uma situação de alienígenas em condições de vida nada agradáveis. O objetivo é o de críticas sociais apresentadas em um cenário fantástico refletindo um pouco o que assistimos nos telejornais ou nos livros de História. No caso, a maior inspiração foi o apartheid, com direito a prédios e instalações que são reservados para o uso exclusivo de humanos. O diretor tem autoridade para falar do assunto por ter vivido nesse vergonhoso regime durante sua infância.
Outro aspecto realista do longa está na utilização de não-atores. O protagonista atrapalhado e carismático Wikus Van De Merwe é vivido por Sharlto Copley, que nunca tentou entrar na carreira de ator. Neil Bomkamp é que o colocou na frente das câmeras e consegue dirigi-lo brilhantemente.
Dentro da favela, há espaço para apresentar outras mazelas que não parecem nem um pouco ficcionais: tráfico de drogas e armas, violência, prostituição e um governo que adota medidas paliativas apenas para mostrar que está tomando algum tipo de atitude. Vale avisar que as locações são quase todas reais, dentro de favelas sul-africanas – até as carcaças de animais mortos já estavam lá antes das filmagens. Apenas por conseguir mostrar tudo isso dentro de uma ficção científica já seria suficiente para justificar a existência do filme, mas Distrito 9 ainda carrega qualidades técnicas que precisam ser ressaltadas.
Todos os alienígenas que interagem entre si e com seres humanos foram gerados por uma computação gráfica das mais competentes já vista. A forma como a luz bate nos seres, seu visual e sua movimentação são tão reais que é até difícil de acreditar que eles não existam. Para os fãs mais tradicionais do gênero, a expectativa por grandes cenas de ação que sabem explorar o apuro técnico dos efeitos visuais será mais do que satisfeita.
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