quinta-feira, 7 de maio de 2009

Star Trek

por Alvaro Domingues

Sinopse: A juventude de Kirk, Spock e McCoy até o seu primeiro e marcante contato com a U.S.S. Enterprise.


Spoilerômetro:

Ficha Técnica:
Star Trek
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci e Alex Kurtzman
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Leonard Nimoy, Eric Bana, Winona Ryder
Duração: 126 minutos


Reconstruindo o Universo

A proposta do novo filme de Star Trek, dirigido por J.J. Abrams, é reconstruir o universo. Mexer com ícones que ultrapassam o conjunto de fãs e são parte do inconsciente coletivo da humanidade é um desafio e tanto. E foi o que Abrams conseguiu com grande maestria.

Colocando a famosa tríade na juventude entre 18-25 anos, sendo McCoy o mais velho, justifica alguns comportamentos mais arrojados tanto de Spock quanto de Kirk, um verdadeiro garoto problema. Isso é feito com a reverencia de um fã, que gosta dos personagens mas não teme extrapolar o que já foi narrado e imaginar como foi o começo da amizade que amalgamou os personagens ao longo de três temporadas e seis filmes para o cinema.

A ousadia de J.J. Abrams os coloca em uma situação bastante emocionante em vários sentidos. O estresse da ação constante, a pressão psicológica sobre personagens com mortes de entes queridos, decisões difíceis, o apetite sexual de Kirk e a paixão contida de Spock. Tudo isso temperado com um humor que arranca risadas da plateia em diversas cenas. Um humor que também estava presente na série clássica, mas de forma mais branda. E com muita ação, com lutas corpo a corpo, batalhas espaciais e até implosões de planetas, tudo dentro de um timing preciso e perfeito, que tira o fôlego do espectador.

Há ainda referencias interessantes, como ao Capitão Pike, presente no episódio piloto que nunca foi ao ar, e a vários episódios e elementos da série e dos longas, sobretudo A Ira de Khan. Mas, apesar dessas referências, o filme funciona na medida também para quem não é fã, sendo totalmente autocontido.

Personagens de apoio (talvez mais do que isso) não são esquecidos, como Checov, Uhura, Sulu, Scott e até os “Camisas Vermelhas”, que às vezes estão lá apenas para serem mortos.

Se há uma crítica a ser feita é um pequeno excesso de sentimentalismo que o diretor usa para humanizar Spock, mas isso não chega a comprometer o enredo.

Os fãs mais aguerridos detectarão várias contradições. Mas eu perguntaria a eles: "Vocês vieram aqui pra se divertir com uma boa história ou para procurar pelo em ovo?"

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