quinta-feira, 14 de março de 2013

Anna Karenina: Como esconder a ousadia

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


A primeira coisa que pensamos ao saber um pouco mais de Anna Karenina é: “Mais uma vez Joe Wright trabalha com Keira Knightley?” Felizmente a dupla consegue retomar a parceria sem cair na repetição, apesar do que sugere o trailer.

A adaptação do romance de Tolstói é a terceira produção de época dirigida por Wright e estrelada por Kightley. Agora a atriz é um aristocrata da Rússia czariana que se envolve com um conde (Aaron Taylor-Johnson, de Selvagens), apesar de ser uma mulher casada.

Apesar de ter o mesmo diretor e a mesma protagonista de Orgulho e Preconceito (2005) e Desejo e Reparação (2007), Anna Karenina tem uma diferença fundamental. O longa foi quase todo gravado dentro de um teatro. As longas tomadas que Wright exibiu em seus filmes anteriores servem para que sejam eliminados cortes entre cenas: os espectadores podem ver a troca dos cenários.


A teatralidade além de elegante tem a função prática de afastar a exigência por uma realismo pleno. Com esse elemento inusitado, abre-se uma brecha para que se aceite todos os personagens russos falando diálogos em inglês.

Por outro lado, o pessoal responsável por vender o filme pensa bem diferente. O trailer tenta de toda maneira capturar os fãs das colaborações passadas entre diretor e atriz. Assim, apenas uma troca de cenário é inserida no vídeo, e de forma breve, para dar a impressão de que se trata de um filme convencional.

Se o trailer enfatizasse a novidade de Anna Kerenina, não acho que uma parcela grande do público cativo seria afastada. No entanto, essa opção mais honesta poderia atrair uma plateia mais diversificada para as salas de cinema.


Anna Karenina
Direção: Joe Wright
Roteiro: Tom Stoppard
Elenco: Keira Knightley, Jude Law, Aaron Taylor-Johnson, Matthew Macfadyen, Kelly Macdonald, Guro Nagelhus Schia, Domhnall Gleeson, Alicia Vikander
Duração: 129 minutos
País: Reino Unido

Nota: 8

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