quarta-feira, 20 de abril de 2011

Na TV: Tela Digital

Sinopse: Programa semanal em que são exibidos curtas-metragens que concorrem a prêmios, como em um festival de cinema.


Ficha Técnica
Tela Digital
Apresentação: Samuel Assis e Naruna Costa
Duração: 30 minutos
Horário: segunda-feira, às 20h30
Canal: TV Brasil


Festival de cinema pela tela da TV
 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:

Estreou na segunda-feira (18) a segunda temporada do programa Tela Digital. A atração da TV Brasil tem a nobre missão de levar curtas-metragens nacionais para dentro dos lares brasileiros. Os vídeos são enviados pela internet e selecionados por uma equipe de curadores que decide quais irão ao ar.

Em outubro, no final da temporada, os melhores (na escolha dos curadores e do público) são premiados. O bom desse programa é exatamente o fomento de todas as áreas do audiovisual, dos realizadores ao público.

A proposta do Tela Digital é ser um festival de cinema realizado por um programa de televisão. Como em todo festival, os diretores dão um depoimento para apresentar sua obra antes da exibição. E como um bom programa televisivo, o público é informado pelos apresentadores – nesse caso, com fatos curiosos da história do cinema.

O primeiro curta exibido nesta temporada foi O Oráculo das Águas, um documentário experimental que fala da milenar mania dos políticos de fazer promessas grandiosas em época de eleição. Depois que os votos dos mais pobres é garantido e o candidato é eleito, esquece-se da periferia.

O assunto é altamente relevante, mas tratado com superficialidade. O foco do curta está na experimentação com as imagens e os sons. O problema é que, na empolgação estética, esquece-se de dar força a seu discurso.

Depois foi a vez da apresentação de Avós, curta selecionado para o Festival de Berlim. Gravado como se fosse um filme amador, o curta mostra hábitos que podem acontecer com muitas famílias.

Os avós mimam os netos com presentes, que nem sempre são bem recebidos, e insistem para que o garoto esteja sempre mastigando algum lanchinho, oferecido com muito carinho e sem nenhuma consideração com a nutrição do menino.

A câmera, por tentar parecer amadora, é trêmula e se aproxima demais dos personagens. A ação se desenvolve em um ritmo próprio, diferente do habitual.

Nessa primeira edição da segunda temporada, a escolha dos curtas exibidos poderia ser um pouco mais cuidadosa. Se a ideia é popularizar o formato, é melhor começar com obras mais facilmente assimiladas pelo público que não é iniciado. Depois, gradativamente pode ir testando peças mais elaboradas.

Para saber mais do Tela Digital, veja a entrevista do programa Take Único.

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