quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Adaptação: Drive: A arte da síntese

 por Edu Fernandes

Spoilerômetro:  (?)


Normalmente os livros são melhores do que suas adaptações cinematográficas. Quando o inverso ocorre ou é porque a obra original tem uma história banal que o cinema consegue engrandecer (como O Mágico de Oz), ou o filme elimina alguns excessos cometidos no livro. Nesse segundo caso encaixa-se Drive.

O volume é dividido em capítulos curtos que contam de forma não-linear a saga de um piloto de cenas de ação que faz alguns trabalhos para criminosos nas horas vagas. A opção pela não-linearidade cronológica parece uma afetação gratuita para confundir o leitor e dar ao livro uma falsa complexidade.

No filme estrelado por Ryan Gosling (Caça aos Gângsteres), o melhor de 2012, vemos tudo na ordem direta, com começo seguido de meio e fim. A personalidade vem das mãos do diretor e da elegância surpreendente que o longa apresenta.


Outro ponto positivo da adaptação é a forma como conhecemos o protagonista. Ele é um personagem vazio, um homem sem nome e sem passado. Assim, o espectador pode projetar todo tipo de história de vida nele.

Essa característica do filme é uma estrapolação de um elemento do livro. Nas páginas de Drive, o personagem principal é descrito apenas como Piloto, sem nome próprio. No cinema esse detalhe é levado ao extremo, já que no volume explica-se a origem e o passado do protagonista – algo que se provou totalmente desnecessário pela fita.

A história escrita no livro é maior do que a do filme. Portanto, pode haver spoilers do que veremos no vindouro Drive 2. Por essa razão, é melhor pensar duas vezes antes de folhear o livro.

Drive
Autor: James Sallis
Tradução: Amanda Orlando
Páginas: 160
Editora: Leya

Nota: 3

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