segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os Agentes do Destino: Como deixar Philip K. Dick contemporâneo

 por Edu Fernandes

Spolierômetro
Os Agentes do Destino:
O Vidente: penúltimo parágrafo

Desde a década de 80 a obra de Philip K. Dick é transformada em boas fitas futuristas, como O Vingador do Futuro, Minority Report e Blade Runner. De um tempo para cá, houve duas tentativas de transformar um de seus contos em histórias que se passem nos dias de hoje.


Os Agentes do Destino, que estreia no Brasil no dia 13 de maio, conta a história de um político (Matt Damon) que se apaixona por uma bailarina (Emily Blunt). É aí que uma misteriosa organização destinada a garantir que as coisas aconteçam de acordo com um plano entra em cena. Eles informam o tal político que ele não deve mais procurar sua amada.

Outra tentativa de “contemporaneizar” a obra de K. Dick foi realizada em 2007, mas com resultados desastrosos. O Vidente, ao contrário do filme mais recente, é uma produção ruim.

O que pode parecer mais estranho é que há mais semelhanças nas duas fitas, além do autor e da época em que suas histórias se passam. Em ambas, o protagonista é um homem perseguido que fará de tudo para ficar ao lado da amada, mesmo que não a conheça tão bem.


Então, como podem dois filmes tão parecidos terem graus de qualidade tão opostos? O primeiro acerto de Os Agentes do Destino está na escolha de um ator principal mais confiável. Afinal, Matt Damon emplaca muitos sucessos em Hollywood – além de não ter o penteado estranho de Nicolas Cage em O Vidente.

Por outro lado, Cage não estrela como personagem principal em um filme realmente bom desde O Senhor das Armas (2005). Ele teve participações menores em filmes bons (Kick Ass) e protagonizou alguns filmes médios nesse meio tempo.

Outro ponto positivo para o filme mais novo está na narrativa. Sua história é revelada de forma mais interessante, com surpresas constantes. O Vidente tenta guardar uma grande surpresa para o final, mas a sucessão de erros anteriores resultam em risos.


Em tempo: Philip K. Dick morreu em 1982. Portanto, qualquer semelhança entre Os Agentes do Destino e Matrix (1999) é mérito do autor.

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