quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cisne Negro



Sinopse: Nina é uma bailarina muito determinada. Quando ela conquista o papel de Rainha Cisne no espetáculo O Lago dos Cisnes, não suporta a pressão psicológica.


Ficha Técnica
Cisne Negro (Black Swan)
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz, John J. McLaughlin
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Winona Ryder
Duração: 108 minutos
País: EUA


Dentro de uma mente doentia
 por Edu Fernandes

(Spoilerômetro: )

A ideia original do diretor Darren Aronofsky era unir os protagonistas de O Lutador e de Cisne Negro (Black Swan) em um filme só, em um casal. Logo percebeu que seria muita coisa para um filme só e resolveu dividi-los para que pudessem viver suas próprias histórias. Com isso, os amantes do bom cinema ganharam duas grandes obras.

O que une os dois enredos é a determinação por suas respectivas carreiras. Enquanto Randy não conseguia felicidade que não estivesse associada ao mundo da luta livre, Nina só pensa nos espetáculos de ballet e nos ensaios, em busca da perfeição.

Uma boa dose de determinação foi requisitada da atriz Natalie Portman (Entre Irmãos), que começou sua preparação um ano antes das gravações. Ela perdeu 10 quilos para ficar com a silhueta de uma bailarina e passou por um treinamento intenso (que incluía nadar mais de um quilometro por dia).

O trabalho de Natalie foi recompensado com um papel com possibilidades tão grandes quanto o talento dela. Cisne Negro se desenvolve totalmente pelo ponto de vista de Nina e apenas uma atriz de muita capacidade seria capaz de segurar o filme.

Desde o começo (da primeira cena, para ser mais exato) percebemos que o equilíbrio mental de Nina está abalado. Com efeitos especiais, uma câmera nervosa e atuações marcantes; toda a loucura que circunda Nina pode ser sentida pelo espectador.

As pressões que ela sofre vêm de todos os lados. A mãe que não conseguiu uma carreira de sucesso no ballet e a trata como uma criança, a inveja das colegas de companhia, a exigência do diretor, a responsabilidade de substituir uma grande bailarina,... tudo se acumula e a mente fraqueja.

Outro recurso “enlouquecedor” interessante é o grande número de espelhos, presentes em quase todas as cenas. O reflexo da própria imagem é uma metáfora recorrente daquilo que nos é muito íntimo e ao mesmo tempo misterioso, como nossa própria aparência ou nossa mente.

Se no visual temos os espelhos, no audio há uma trilha musical muito boa. Com releituras das partituras do “Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky (executadas ao contrário com distorções), percebe-se a loucura e a obsessão de Nina. No restante do som, destaque para as respirações audíveis dos bailarinos que transportam o espectador para dentro da companhia de dança.

Quem gosta de um bom thriller psicológico não pode perder a oportunidade de apreciar esse grande filme.


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